Davi - dlSei que já falei isso antes, mas puta que me pariu, esse cara é um puto de um gostoso.
Ajeito meu corpo na cadeira da praia, apoiando minhas costas na parte de trás. O vento, juntamente com a areia, me fez fechar os olhos.
O clima estava ótimo, algumas crianças brincavam um pouco mais à frente,e Th estava lá, jogando bola com moleques que apareceram a umas meia hora.
— Ei baitola — Luan se senta do meu lado.
— Diga aí — Falo, olhando para ele.
— Ficou sabendo que a Sarah tá de rolo com a Marina? — Arregalo os olhos, tampando a boca.
— Papo fiado isso aí , tem como não — Ele ri, me mostrando a foto no celular.
— Tô te falando man, eu sigo a Mariana no Insta, ela postou um bagulho mó fofo e ainda tá com a aliança na bio, com o arroba da Sarah e tudo
— Mas essa guria num era a puta do morro até dois dias atrás? — Ele ri.
— Não te conto — E ainda tem mais? — A Marina é irmã do loló, fi! Ele tá putão com ela
— Puta que pariu — Gargalho — Talaricou bonito e gostoso
— Talaricou o que, fiote? — Arqueiou a sombrancelha
— Tô frescando pae, calme o cu
— Aham, sei dessa frescura aí — Rio alto, e ele me olha feio.
Ficamos de papo por um tempo, rindo e fofocando de cada um que passava. Estava com saudades disso, de momentos tranquilos com o Luan.
A última vez que estávamos de boa, encontramos o tio morto na lavanderia.
Suspiro, passando a mão no rosto. Não quero pensar em coisas pesadas agoras, não depois de quase um ano depois disso.
O luto é eterno, a vida não.
Levanto da cadeira, tirando a blusa. Ah, agora que tô pensando, meu cabelo tá tão lindo, vou molhar ele mesmo?
— Qual foi? Vai não? — Luan pergunta, tirando a blusa dele.
— Pô, meu cabelo tá dahora. Queria molhar não — Digo tristonho, me olhando no reflexo do celular.
— Teu cabelo sempre tá bonito, dê ideia não. Vamo — Me puxou pelo braço.
Th me olha indo em direção ao mar, fala algumas coisas para os moleques e logo vem em nossa direção, sendo seguido por loló, que também tinha vindo.
Oxi, 'formanmo quatro é par e eu nem percebi.
Sentir a água gelada nas pontas dos meus pés é maravilhoso, uma sensação de libertação, como se limpasse minha mente de qualquer coisa ruim.
Acho que hoje eu acordei meio depressivo, não tô entendendo. Minha mente tá muito barulhenta.
— Cê tá bem, branquelo? — Th pergunta, me abraçando por trás.
— Tô, por que? — Pergunto, entrando mais fundo no mar.
— Tu parece meio no mundo da lua — Apoio minha cabeça em seu ombro.
— Tô de boa — Falo — Pô, esses arrombados parecem que tão em filme clichê
Ele olha para os dois pombinhos, e depois faz um bico.
— A gente podia ser nesse pique aí, mas tu é mó grosso — Viro para encarar ele.
— Só não vou falar o que é grosso porque sou educado — Rimos.