Davi - dl
Minhas pernas já estavam dormentes de tanto tempo que eu estava na mesma posição. O sofá que sempre foi confortável, agora parece ser de pedra.
Th veio hoje mais cedo, ficou a manhã toda aqui em casa, e sério, ele disse que não começou a missão de me conquistar ainda, mas só por hoje, me sinto quase todo entregue.
Ele é um cara legal, engraçado e gato. Me diz quem não ficaria de quatro por uma porra dessas?
Só que, por causa da invasão, acabou que ele teve que sair. De verdade, estou me sentindo a própria " mulher de preso" sabe?
A televisão está ligada no canal do jornal, penso que, se ele morrer, aqui vai ser o primeiro lugar que vai aparecer. Nunca implorei tanto para que essa mulher continuasse a falar sobre clima.
— Tá preocupado com o marido? — Luan chega se sentando ao meu lado — Tá quase se tornando um com o sofá
— Vá tomar no meio do olho do seu cu — Falo lentamente, fazendo questão de destacar cada palavra — E sim, tô preocupado com ele.
— Achei que odiasse ele — botou as pernas em cima do sofá e cruza as mesmas.
— Ah, é... — Ele me olha curioso — Não te contei né? — negou com a cabeça — Th se declarou pra mim ontem, e eu disse que poderia dar uma chance pra ele
— Meu Deus — Ele falou em choque — O meu hétero tem um homem — Seu tom era de deboche e sua cara era de surpresa. — Ninguém imaginava, dl. Nossa, eu principalmente
— Vai te danar — Reviro os olhos — Não gosto de homem, só gosto dele
— Então tu é thiagossexual? — Ele ri com a própria piada, tapando a boca. — Tô zuando, finalmente vocês estão se dando chance, cês tinha uma puta tensão sexual
— Porra,Luan! Como que cê fala um negócio com a cara tão limpa? — Ele continua rindo, e eu com a cara de tacho.
— Pô, tô mentindo? Pergunta pros Vet que anda com ele pra tu vê — Ignoro suas palavras voltando minha atenção para a televisão.
— E o teu? — Ele arqueia uma das sobrancelhas — Se faz de sonso não
— O "meu" sua fuça — Deitou nas minhas pernas — Não temos nada
— Como assim? Achei que tinham se resolvido — Perguntei, passando a mão na tua cabeça.
— É, podemos dizer que sim — Fechou os olhos, ficando em silêncio por um tempo.
Luan - nego
Toda essa merda é confusa demais, uma hora eu estou me mudando para um estado totalmente diferente, na outra a porra do dono do morro se declara pra mim e diz que que me ama.
O pior, eu não sinto nada desse tipo por ele. E isso me mata por dentro. Me sinto culpado, mesmo sabendo que não posso me obrigar a gostar de alguém.
A forma como ele olhou para mim, mesmo pedindo para eu não falar nada, ele parecia saber o que eu sentia. Porra, nem eu sei o que estou sentindo.
Me levanto do sofá indo para o quarto, não quero ficar perto da televisão, sinto que a qualquer momento vão falar o nome dele, e isso me deixa agoniado.
Deito na cama mexendo no celular por um tempo, e quando menos percebi, peguei no sono.
⏳
Me viro com dificuldade, tentando não abrir os olhos. Resmungo sentido um peso em cima das minhas pernas, esfrego os olhos abrindo lentamente os mesmos.