14.

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Davi - dl

Minhas pernas já estavam dormentes de tanto tempo que eu estava na mesma posição. O sofá que sempre foi confortável, agora parece ser de pedra.

Th veio hoje mais cedo, ficou a manhã toda aqui em casa, e sério, ele disse que não começou a missão de me conquistar ainda, mas só por hoje, me sinto quase todo entregue.

Ele é um cara legal, engraçado e gato. Me diz quem não ficaria de quatro por uma porra dessas?

Só que, por causa da invasão, acabou que ele teve que sair. De verdade, estou me sentindo a própria " mulher de preso" sabe?

A televisão está ligada no canal do jornal, penso que, se ele morrer, aqui vai ser o primeiro lugar que vai aparecer. Nunca implorei tanto para que essa mulher continuasse a falar sobre clima.

— Tá preocupado com o marido? — Luan chega se sentando ao meu lado — Tá quase se tornando um com o sofá

— Vá tomar no meio do olho do seu cu — Falo lentamente, fazendo questão de destacar cada palavra — E sim, tô preocupado com ele.

— Achei que odiasse ele — botou as pernas em cima do sofá e cruza as mesmas.

— Ah, é... — Ele me olha curioso — Não te contei né? — negou com a cabeça — Th se declarou pra mim ontem, e eu disse que poderia dar uma chance pra ele

— Meu Deus — Ele falou em choque — O meu hétero tem um homem — Seu tom era de deboche e sua cara era de surpresa. — Ninguém imaginava, dl. Nossa, eu principalmente

— Vai te danar — Reviro os olhos — Não gosto de homem, só gosto dele

— Então tu é thiagossexual? — Ele ri com a própria piada, tapando a boca. — Tô zuando, finalmente vocês estão se dando chance, cês tinha uma puta tensão sexual

— Porra,Luan! Como que cê fala um negócio com a cara tão limpa? — Ele continua rindo, e eu com a cara de tacho.

— Pô, tô mentindo? Pergunta pros Vet que anda com ele pra tu vê — Ignoro suas palavras voltando minha atenção para a televisão.

— E o teu? — Ele arqueia uma das sobrancelhas — Se faz de sonso não

— O "meu" sua fuça — Deitou nas minhas pernas — Não temos nada

— Como assim? Achei que tinham se resolvido — Perguntei, passando a mão na tua cabeça.

— É, podemos dizer que sim — Fechou os olhos, ficando em silêncio por um tempo.

Luan - nego

Toda essa merda é confusa demais, uma hora eu estou me mudando para um estado totalmente diferente, na outra a porra do dono do morro se declara pra mim e diz que que me ama.

O pior, eu não sinto nada desse tipo por ele. E isso me mata por dentro. Me sinto culpado, mesmo sabendo que não posso me obrigar a gostar de alguém.

A forma como ele olhou para mim, mesmo pedindo para eu não falar nada, ele parecia saber o que eu sentia. Porra, nem eu sei o que estou sentindo.

Me levanto do sofá indo para o quarto, não quero ficar perto da televisão, sinto que a qualquer momento vão falar o nome dele, e isso me deixa agoniado.

Deito na cama mexendo no celular por um tempo, e quando menos percebi, peguei no sono.

Me viro com dificuldade, tentando não abrir os olhos. Resmungo sentido um peso em cima das minhas pernas, esfrego os olhos abrindo lentamente os mesmos.

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