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Luan - nego
- Próxima vez, arrombado, eu mesmo pego a arma daqueles filhos da puta e atiro no meio da tua cabeça - Ameaço ele, sentindo meu sangue ferver.
- Coé nego, eu juro que não tocou - Fez bico.
- E o caralho irmão? Me ligava! Fiquei a noite toda acordado esperando o putão, pro baitola tá na casa do macho. Puta merda viu - Ponho o macacão.
- Foi mal... Prometo não fazer de novo - Disse, abrindo um sorriso.
- Até porque, se acontecer, eu mesmo vou te buscar em baixo de peia - Digo, pegando meu celular - Já vou indo, tchau pá tu
- Tchau, lu! -
O dia tinha sido cheio ontem, mas como nem tudo é flores, hoje eu tenho que trabalhar.
Loló disse que as coisas estão meio pesadas esses dias, por isso vai passar muito tempo ocupado. Pelo visto, vai acontecer uma merda grande por aqui.
Abro a porta da oficina, vendo que fui o primeiro a chegar, depois daquilo, Miguel nunca mais encheu meu saco, na verdade, eu fingo que ele nem existe, e o mesmo com ele.
Abro os portões, tirando algumas peças que estavam fora do lugar, depois, dei uma varrida e coloquei outros equipamentos nos seus respectivos lugares.
O dia vai ser longo pra caralho, me sinto cansado só de pensar.
- Bom dia?! - Escuto chamar lá fora, me viro indo em direção à porta.
- Oii, bom dia! O que deseja? - dou um sorriso Mínimo.
- pow man, minha moto deu o prego, essa desgraça de asa - O sotaque me pegou de um jeito surpreendente.
- Entra aí com ela, posso dar uma olhada - Falo, e ele concorda.
Ele sai por alguns minutos, voltando depois com a moto. Dei espaço para ele entrar e pôr a moto no centro.
- Qual foi da vez? - Pergunto, observando a moto.
- Essa porra fica parando do nada, tá ligado? Fiquei brecado no meio da rodovia por causa disso - Reclamou, cruzando os braços.
Dei uma olhada geral na moto, e, honestamente, não faço ideia de onde vinha o problema. Esperei os outros chegarem, por que, se dependesse de mim, o cara não saia daqui tão cedo.
William chegou umas meia hora depois, disse que tava na casa da mulher, por isso demorou.
O cara meio que passou o dia inteiro lá na oficina, como não tava lotada, a moto dele foi a primeira a ser consertada.
- Ei baitola, valeu aí viu - Disse pro William, que só sorriu e mandou ele voltar caso alguma coisa acontecesse.
- Ei, pivete! qual o teu nome mesmo? - Ele me encara.
- Luan - Digo meio desconfiado.
- Beleza, qualquer dia nós se encontra por aí - Arqueio a sombrancelha, isso foi um convite ou ameaça?
- Pode crê - Mando um joinha pra ele.
Suspiro, passando a mão no ombro. Só mais duas horas e eu vou pra casa. Só mais duas horas.
...
Subo o morro sentindo que minhas pernas iriam ceder a qualquer momento, loló disse que não iria conseguir me buscar hoje, mas que mandaria um doa vapores irem. Porém, preferi que não, esses caras não são de confiança.