Thiago - Th
Abro meus olhos um pouco perdido, sem entender caralho nenhum. A dor de cabeça é de matar, além dos meus lábios ressecados.
Levanto devagar ainda meio leso, percebendo que não estava em minha casa. Mas que porra!? Onde que eu tô?
— Se eu fosse você, não levantava agora — Um garoto aparece na porta, me encarando enquanto bocejava.
— O que tu fez comigo, seu filho de uma puta?! — Falo alto, indo pra cima dele, o que logo me arrependi, quando ele deu um murro no pé da minha barriga.
— Te aquieta no teu canto, Caraí! Tenho paciência pra bêbado não — Falou puto, me deixando no quarto sozinho. — Tem uma muda de roupa em cima do banco, banheiro é nessa porta aqui — Gritou enquanto saia.
Me agacho no chão, tentando não vomitar por causa da bebida e do soco daquele arrombado.
Não penso muito sobre como eu cheguei lá ou por que, só tomo um banho e visto a roupa que separaram para mim.
Saio do quarto indo em direção a salaz, encontrando o merdinha que me deu um murro, a dona maria e outra muleque lá.
Ah, então eu só bebi demais.
— Meu Deus, th! — Dona Maria vem rapidamente em minha direção — Como está se sentindo? Quer chá para a ressaca?
— Tô Mec, dona maria. Só com uma puta dor de cabeça, e na barriga — Olho feio para o branquelo, que revira os olhos — Mas isso aí é por causa do murro que o arrombado do seu sobrinho me deu
— O que? — Me olhou confusa — Davi, você fez isso mesmo? — Perguntou séria para esse tal Davi.
— Sim. Ele veio querer se crescer pra cima de mim — Deu de ombros, se jogando no sofá.
— Deixa de caô e conta a versão verdadeira, Seu puto — Falo irritado.
— Versão verdadeira, meu ovo! Veio pra cima de mim e levou. — Sinto meu sangue ferver, é só um tiro no meio do crânio dele que em um instante ele fecha a boca.
— Meninos! Parem! — Gritou dona Maria — Não quero mais saber de briga — Suspiro cansado. Não sei por que ainda tô aqui, perca de tempo do caralho.
— Vou meter o pé, valeu aí pela ajuda, senhora — Agradeço, saindo de lá.
Aquele Gasparzinho de merda ainda vai ter o que merece, só não fiz ele de peneira naquela hora por causa da tia dele, por que se não, esse arrombado anêmico do caralho ia tá levando cafuné do capeta agora.
Davi - dl
-ontem de noite -— Dois tradicionais e uma cerveja, por favor — Anoto o pedido, dou um sorriso de confirmação e logo volto para o caixa para dar o mesmo para a tia.
A noite tem passado desse jeito dês de que cheguei aqui, não tô reclamando, obviamente. Mas preciso de um emprego fixo, e que me dê um salário.
Vejo um homem alto e todo tatuado entrar, se sentar na mesa perto da porta e me chamar, suspiro cansado, mas logo ponho um sorriso no rosto e me aproximo dele.
— Olá, boa noite! O que o senhor vai querer? — Pergunto encarando ele.
Ele encara o cardápio por alguns minutos, me olhando de relance diversas vezes.
— Humm, o senhor quer alguma recomendação? Parece estar em dúvida — Pergunto já de saco cheio, filho da puta só tá me fazendo perder tempo.
— Não é isso — Ele ri — É só que tu é bonito pra caralho