02 - Guarda a Última

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Amber Grimes

Já era noite e Shane e Otis ainda não tinham voltado com os medicamentos, eu estava ficando cada vez mais nervosa. E meus pais perceberam.

— Carl vai ficar bem. — Meu pai disse tocando meu ombro.

— Eu espero. — Falei segurando a mão do garoto que ainda estava desacordado.

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Sai do quarto para buscar algo para beber quando ouvi vozes do lado de fora. Ao sair dei de cara com Glenn e T-Dog conversando com Maggie.

— Vocês chegaram! — Falei abraçando Glenn.

— Como o Carl está? — O coreano perguntou enquanto T-Dog tinha uma expressão cansada no rosto.

— Vivo. Mas precisa passar por uma cirurgia. Entrem. — Falei e os dois entraram na minha frente, e não pude deixar de reparar no olhar de Glenn fixado em Maggie.

Antes que eu pudesse entrar, ouvi a voz de Maggie falando comigo.

— Eles são confiáveis? — Ela perguntou.

— Eu sou? — Questionei de volta. — Somos do mesmo grupo, fazendeira.

— Não sei se você é confiável. Vou ter que descobrir com o tempo. — Ela falou entrando na casa.

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— Você devia descansar. — Minha mãe falou fazendo um carinho no meu cabelo.

— Eu sei. Mas eu não consigo.

Assim que terminei de falar ouvimos uma tosse vindo de onde Carl estava.

Eu e meus pais entramos correndo encontrando o garoto assustado ao lado de Hershel.

— Oi, carinha. Tá tudo bem, estamos em um lugar seguro. — Falei segurando as mãos dele.

— Tá doendo muito. — Ele falou.

— Eu sei, meu amor. — Minha mãe falou fazendo carinho nos cabelos dele.

— Você devia ter visto o cervo. Ele era tão bonito, mãe. E também estava tão perto. Não é, Amber?

— Sim, ele era lindo. — Respondi dando um pequeno sorriso.

— Eu nunca estive tão... — Ele não terminou a frase, o olhar dele ficou vazio e ele começou a convulsionar.

— Se tentarms segurá-lo podem acabar machucando ele. Tem que deixar isso passar. — Hershel falou nos afastando da cama.

Meu pai me puxou para perto dele me abraçando para eu não olhar aquela cena.

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Eu não consguia mais ver meu irmão naquele estado.

Acabei saindo do quarto e fui para o lado de fora para conseguir respirar.

E como sempre, Maggie estava lá.

— Aconteceu algo com ele? — Ela perguntou sentando ao meu lado.

— Teve uma convulsão. Eu não consegui ficar lá vendo ele sofrendo. — Respondi passando as mãos pelo rosto.

— Você costuma rezar? — Ela perguntou.

— Não. Sou tudo menos religiosa. — Respondi olhando para o chão. — Iria sugerir para eu rezar pelo meu irmão?

— Sim. — Ela respondeu simples.

A Greene começou a olhar para o chão assim como eu e ficamos alguns segundos sem nos falar.

— Você acha que Deus existe? — Perguntei olhando para ela.

— Sempre acreditei na fé. Mas tenho tido minhas dúvidas. — Ela falou voltando a me olhar. — Mas acreditando ou não. Ainda somos nós que temos que resolver as coisas, ninguém pode fazer isso por nós.

Foi o fim da conversa, mas não o fim da companhia. Acho que ficamos mais uns cinco minutos em silêncio ao lado uma da outra colocando os pensamentos no lugar.

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— Shane voltou! — Alertei ao ver o carro se aproximando pela janela.

— Graças a Deus. — Meu pai falou indo até o lado de fora sendo seguido por minha mãe e Hershel.

Quando ele saiu do carro todos estavam na frente da casa, e o homem parecia meio perturbado.

— Cadê o Otis? — Hershel perguntou.

— Ele... — Shane não concluiu a frase mas todos nós entendemos.

— Não digam nada para a Patricia agora. Eu preciso dela. — Hershel falou voltando para dentro da casa.

Antes de também voltar para dentro lancei meu olhar para Maggie que estava claramente abalada.

Em passos lentos eu me aproximei da garota e toquei sem ombro.

— Eu sinto muito. — Disse e ela vendo as lágrimas se formarem cada vez mais em seu rosto.

Eu não sei muito bem lidar com esse tipo de situação.

Ainda mais quando minha mente está totalmente em Carl.

Mas abracei a mulher quando a vi naquele estado.

— Vai ficar tudo bem... — Sussurrei.

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Estavam realizando a cirurgia no meu irmão. Eu não tinha condições de ficar ali, então saí.

Eu ia para a parte de fora da casa como sempre, mas acabei escutando um choro vindo da cozinha.

Quando entrei encontrei a mulher chorando de cabeça baixa.

— Quem mais você perdeu além dele? — Questionei a assustando um pouco pela minha aparição repentina.

Ela limpou algumas lágrimas se levantando e indo até a geladeira, onde tinham várias fotos presas na porta.

— Minha madrasta, meu meio-irmão. — Ela falou apontando para os dois.

Coloquei a mão em seu ombro apertando o local de leve a fazendo suspirar.

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— Ele parece estar estabilizado. — Hershel falou ao fim da cirurgia de Carl.

Um alívio se instaurou no meu corpo, eu não consegui não abraçar o homem que ficou um pouco perdido pelo contado.

— Obrigada. Obrigada por salvar a vida do meu irmão. — Disse me afastando e abraçando minha mãe que tinha um sorriso no rosto.

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— Fico feliz que seu irmão esteja bem. — Maggie falou quando estávamos sozinhas mais uma vez, meu pai e Hershel foram dar a notícia da morte de Otis para Patricia e minha mãe foi ver Carl.

— Ele pode ter atirado no meu irmão. Mas foi um dos responsáveis por ele ter sido salvo. — Falei a vendo assentir com a cabeça. — E acho que agora é a hora de você descansar. Vou fazer um sanduíche para você.

— Obrigada, princesa.

Em Meio Ao Caos || Maggie Greene Onde histórias criam vida. Descubra agora