[Nome] Wisnievski
Apesar de ser uma segunda-feira e ter sido cansativo na escola, aquela tarde estava sendo tranquila cafeteria.
— Só deveria ter aula três vezes na semana. — passei por elas e levei o pedido para o casal que estava sentado no lado de fora.
— Obrigada.
Sorri amigável e voltei para dentro da cafeteria novamente.
— Explique seu raciocínio. — Mia cruzou os braços.
— Sábado, domingo, SEGUNDA, quem tem vontade de aparecer na escola em plena segunda-feira? Domingo a noite vem aquela sensação inexplicável, então acho que não deveria ter aula na segunda. — cruzei os braços.
— Aquela sensação ruim, ansiedade, não sei. — Charlotte parou do meu lado.
— Continue. — Charlotte parecia interessada no assunto.
— Na minha cabeça, sexta já é considerado final de semana, então também não deveria ter aula. Olha, terça, quarta, quinta, SEXTA, na minha cabeça sexta e segunda ficam deslocados.
— De onde você tira esse tipo de coisa? — Mia riu nasal.
— Pior que faz sentido. — Charlotte se apoiou em mim.
Voltamos a atender os clientes.
Meu celular começou a vibrar no bolsa do meu avental, imaginei que fosse algo importante, então peguei o aparelho. Era mensagem do Mason, será que é algo sobre o trabalho?
Passei em frente a cafeteria que você trabalha
Você estava falando sozinha 💀
A esquizofrenia chega pra todos 🙏Acho que hackearam o Instagram dele.
Fiquei um bom tempo parada com o celular na mão pensando no que responder.
— Que garoto doido. — ri nasal.
Desliguei meu celular e voltei a atender os clientes.
☆
Cheguei em casa exausta, só sentei na poltrona e fiquei olhando para o teto. Minha mãe saiu da cozinha e sentou no sofá.
— E ai, arrumou algum gatinho? — a mais velha cruzou os braços.
— Eu arrumei foi mais problema pra minha vida, isso sim.
— A vizinha me contou que sábado veio um menino aqui em casa, quem era? Seu namorado?
— Que? Não! — fiz uma careta. — É meu colega, ele veio fazer o trabalho aqui em casa.
— Confesso que fiquei feliz quando ela me disse. — minha mãe riu.
— Quem iria querer namorar alguém com cegueira facial? Tipo, eu não ia conseguir diferenciar o coitado dos outros garotos. — falei num tom de brincadeira.
Aquilo doía porque era verdade, no meio de cinco garotos eu nunca ia conseguir saber quem era ele.
Peguei minha mochila e subi as escadas assim que meu celular começou a vibrar, era meu pai.
— Oi filha, tudo bem?
— Oi, pai — me joguei na cama. — Estou bem, e o senhor?
— Estou bem.
— Que bom, pai! E minha avó, como está?
— Acabou de chegar da casa da amiga dela, agora está regando as plantas.
Minha avó sempre amou plantas, principalmente flores, ela tinha uma estufa.
— [Nome] minha querida, como você está? — ouvi a voz da senhorinha se aproximar.
— Oi vô, estou bem, e a senhora?
— Apesar das dores nas costas, estou ótima. — a mais velha riu. — Como está sendo as coisas aí?
— Estão ótimas, eu acho. — ri fraco. — Estou trabalhando.
— Seu pai me contou, você está trabalhando meio período, né?
— Sim, em uma cafeteria que fica perto da escola e da minha casa.
— Como está sendo a escola com a cegueira facial? Atrapalha muito, né? Eu falei pra sua mãe pra deixar você aqui. Oh céus! Aqui você já estava acostumada com tudo, não ia ter tanta dificuldade.
— Apesar de ser cansativo, eu tenho que sofrer mesmo. — ri. — Quem tem cegueira facial tem que sofrer. — digo isso por mim, eu tinha que sofrer, afinal, a culpa foi minha de ter ficado desse jeito.
— [Nome], não diga isso, a culpa não foi sua daquilo ter acontecido.
— Tá tudo bem, vô.
Conversamos por mais alguns minutos, depois eu desliguei porque minha mãe me chamou pra jantar.
Queria faltar hoje, aquela escola vai acabar me matando ☝️
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𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐘 𝐈 𝐋𝐎𝐕𝐄𝐃 𝐘𝐎𝐔 | 𝐌𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐓𝐡𝐚𝐦𝐞𝐬
Romance[Nome], uma brasileira com a autoestima baixa devido ao bullying que sofreu na infância por causa da sua cegueira facial. A garota se muda para os Estados Unidos depois da sua mãe se casar novamente. Em hipótese alguma ela demonstra seus sentimentos...