— Lawrence... — uma lágrima escorre pela bochecha direita da minha mãe e eu tenho certeza absoluta de que ela não está fingindo o choro — meu menino, indo no primeiro encontro.
Taylor tira uma ou duas fotos com o celular dela e eu faço uma careta.
— Para com isso! — Me irrito com Taylor e sinto minhas bochechas esquentarem. É uma vergonha ter que ir no primeiro encontro de Uber, mas eu prefiro isso do que deixar minha mãe levar até o restaurante.
Até agora, não entendi o que Dinah quis dizer com quando 'terminamos'. Tirando uma mentirinha ou outra, ela tem agido como de costume. Respiro fundo ao ver minha mãe pegando meu celular do bolso dela, e mal posso acreditar na minha sorte. É quinta-feira, e ela poderia ter reclamado de eu sair no meio da semana, mas, além de não ser a primeira vez que quebro minha rotina, ela está quase surtando de empolgação por seu filho ir a um encontro.
— Estou te devolvendo — minha mãe anuncia — mas se eu tiver que buscar na delegacia mais uma vez, você vai desejar nunca ter nascido, garoto. Está me entendendo?
— Sim, senhora, chefe! — sorrio grande e com o celular na mão, chamo o Uber.
Não demoro a chegar no restaurante. É um lugar bonito, mas não muito caro. Pela mensagem que recebi de Dinah mais cedo, ela tinha reservado a mesa dez. Por isso, ao chegar no garçom, ele vai sorri pra mim e vai me encaminhando até a mesa. O problema acontece quando eu chego lá.
Não é Dinah quem está me esperando.
É Camila.
— O que diabos está fazendo aqui?! — tento não soar grosso, mas o espanto por ela estar sentada na nossa mesa me domina.
— Eu estava esperando Austin — Camila se defende, também começando a ficar irritada. — Dinah me disse que queria falar comigo.
Dinah.
Eu vou matar essa garota. Eu juro de pé junto.
— Dinah... — murmuro e ignorando as caras feias de Camila, me sento à mesa. Pelo visto, meu encontro não seria com a garota loira. — Ela armou isso.
Camila revira os olhos.
— Claro que ela armou.
— Olha... — dou de ombros — você quer ir embora? Sei que o restaurante já está pago, mas posso falar com os meninos do time que isso foi uma besteira, devolver o dinheiro da rifa e...
— Hey — Camila me interrompe olhando séria pra mim — devolver o dinheiro da rifa? O senhor ficou doido?! Eu preciso ir a Utah!
De repente, algo me acomete. Camila não comprou vinte rifas porque queria ficar comigo. Ela comprou vinte rifas porque queria ajudar o time a arrumar a merda do ônibus e eu apenas surtei pensando que a garota à minha frente queria alguma coisa comigo.
Não sei se a decepção fica muito evidente no meu rosto, porque logo Camila suspira e continua a falar:
— Já estamos aqui... porque só não aproveitamos a noite?
— Tudo bem — sorrio sem graça — você gosta de italiano?
Pedimos massa pro jantar e sei que se pudéssemos beber bebida alcoólica aqui, teríamos pedido vinho de morango porque já se torna a NOSSA bebida e a bebida da Alaska de John Green e ponto final. E para a minha surpresa, ou talvez não, entramos em um assunto agradável. Camila tem uma facilidade enorme para me fazer rir e me pego gargalhando em várias partes da noite. E também não posso deixar de reparar no quanto ela se arrumou e está bonita. O que eu fico meio desconcertado porque penso que metade daquela arrumação foi só para agradar o babaca do Austin.
Quando saímos do restaurante, sinto minhas bochechas esquentarem quando Camila menciona a carona de Allyson.
— Pena que não temos Ally agora.
— Eu posso pedir um Uber — tento melhorar as coisas.
— Eu tenho uma ideia — Camila sorri — porque não voltamos a pé? Podemos prolongar a noite assim.
Eu não demoro nem um segundo para concordar com a ideia. Camila de repente, faz algo inesperado e eu só sigo suas vontades. Ela estende a mão pra mim e eu sem saber onde me enfiar, entrelaço meus dedos no dela quase que de imediato. É tão diferente de segurar a mão de Dinah. É gostoso, confortável e eu poderia segurar a mão dela por toda a eternidade. (PODE IR APAGANDO ESSE PENSAMENTO LAWRENCE!!!!!!!!!!)
— Eu acho que temos que agradecer a Dinah — Camila sorri — eu tive mesmo uma boa noite.
— Eu também — concordo com ela — você não ficou brava com ela, ficou?
Agora quem fica com as bochechas vermelhas é Camila.
— Ela me contou do plano estúpido — Camila admite — mas você sabe que eu não gosto de você desse jeito, não sabe?
— Sei? — sai mais em tom de pergunta.
— Law — ela me chama pelo apelido pela primeira vez — eu só comprei vinte rifas, porque bem, eu mesmo quero ir a Jacksonville, para chegar em Utah... Você sabe disso, não sabe?
Confirmando meu medo, Camila apenas joga essa informação na minha cara. No entanto, tudo o que ela fala não faz o mínimo sentido, porque no mesmo instante em que aquela baboseira sai da sua boca, ela aperta minha mão contra a dela.
Sinto um suor escorrer pelo meu pescoço. E voilá, a gastrite nervosa ataca de novo.
Depois disso, nós chegamos em casa em silêncio. Camila se despede de mim com um beijo amigável na minha bochecha e toda aquela coisa de "encontros acabam em sexo" cai por terra quando eu penso que na cabeça de Camila, aquilo talvez nem possa ter sido um encontro. Só dois amigos sendo tapeados por uma amiga em comum.
— Que cara de bosta é essa? — é Taylor quem me pergunta assim que entro em casa — a garota beija mal?
— Cala a boca — não há sinal da minha mãe, então ela já deve estar dormindo. Taylor, por outro lado, estava me esperando sentadinha no sofá apenas para receber notícias quentinhas. Uma pena pra ela, que não há nenhuma notícia.
— Ui — Taylor dá de ombros — não está mais aqui quem perguntou.
Ignorando minha irmã, volto para meu quarto e assim que troco minha roupa desconfortável para pijamas, deito na cama com a cabeça borbulhando.
Pego meu celular, apenas para conferir as mensagens que recebi nesse tempo que tive um detox dele e no mesmo instante em que abro o aplicativo de mensagens, vejo que há uma nova de um número desconhecido.
Intrigado, clico na mensagem e sinto meu estômago embrulhar. São fotos de uma garota nua. E não uma foto, há pelo menos umas dez. E quando olho para o rosto da garota na foto, sinto meu mundo girar 360°.
Sentindo uma raiva iminente se apoderar pra mim, sinto que se eu ver Austin na minha frente agora eu posso matá-lo. Não no sentido figurado. Acho que eu posso mesmo matá-lo. Só pode ter sido ele.
O filho da puta acaba de enviar nudes de Camila pra mim e eu tenho absoluta certeza que não fui o único a receber as fotos.
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Lawrence
FanfictionLawrence Jauregui está começando uma nova vida. O último ano do ensino médio está prestes a começar e agora que ele finalmente deixou seu nome morto para trás e tem a aceitação completa de sua mãe e de seus irmãos, ele conhece Camila Cabello, a líde...