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Após o choque inicial do diagnóstico, a minha noite foi uma maratona de exames e consultas

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Após o choque inicial do diagnóstico, a minha noite foi uma maratona de exames e consultas. A leucemia e a gravidez eram realidades que eu precisava começar a aceitar e lidar. Enquanto esperava pelas consultas finais e por um plano de tratamento, minha mente girava em torno de uma pessoa, Abel.

Eu sabia que precisava falar com ele. Havia algo que eu precisava compartilhar, algo crucial que não podia esperar. A presença dele era necessária, tanto para mim quanto para o bebê que carregava. No entanto, eu não podia pedir diretamente a ele que viesse ao hospital. Decidi que Leila, minha avó de consideração, seria a melhor pessoa para ajudar a facilitar esse encontro.

Leila era uma mulher de grande coração, sempre disposta a ajudar. Quando liguei para ela e expliquei a situação, ela imediatamente se dispôs a ajudar, embora estivesse um pouco preocupada porque não sabia da nossa relação.

Ligação On

– Olivia, não se preocupe, eu vou buscar Abel - disse Leila com um tom tranquilizador. – E você pode contar comigo para qualquer coisa.

Ligação Off

Agradeci a ela, sentindo um alívio em saber que poderia contar com sua ajuda. Com o passar das horas, Abel chegou ao hospital e estava acompanhado das meninas, eu estava sentada na cama do hospital, minha mente cheia de nervosismo e expectativa.

– Você está doente, Liv? - perguntou Mariana, se aproximando da cama.

– Oi, minha princesa. Não se preocupe, é só um pequeno problema de saúde, eu vou ficar bem. - disse, sorrindo fraquinho.

Leila rapidamente ofereceu para levar as meninas a uma lanchonete próxima, deixando Abel a sós comigo. Eu estava grata por essa oportunidade de conversar sem interrupções.

— Abel, obrigada por vir - eu disse, tentando manter a calma enquanto ele se aproximava.

– Olivia, eu queria pedir desculpas pelo que aconteceu com Ana - começou ele, a voz um pouco hesitante. – Eu sei que isso foi um inconveniente para você, e quero que saiba que, na verdade, eu não estava casado com ela. Eu sempre tive olhos apenas para você.

Seu tom era sincero, mas a última coisa com a qual eu me preocupava naquele momento era sobre Ana. A situação em que eu me encontrava era muito mais urgente e importante. Interrompendo-o antes que ele pudesse se alongar mais, decidi que era hora de revelar o que realmente estava me afligindo.

– Abel, desculpe interromper, mas há algo muito mais importante que precisamos discutir - eu disse, tentando manter a voz firme apesar da fraqueza que sentia.

Abel me olhou com uma expressão de preocupação e confusão. Ele parecia aliviado por finalmente ter a chance de conversar, mas também estava claramente inquieto e preocupado.

– O que está acontecendo? - ele perguntou, sua voz carregada de uma mistura de preocupação e curiosidade.

Respirei fundo, tentando reunir minhas forças para falar sobre o que estava me afligindo.

– Eu precisava te contar algo importante - comecei, a voz um pouco trêmula. – Os exames mostraram que eu tenho leucemia.

O impacto das palavras foi evidente em seu rosto. Abel piscou algumas vezes, como se tentando processar a informação.

– Leucemia? - ele repetiu, a voz carregada de choque e tristeza. – Mas isso é... isso é sério, Olivia.

– Sim, é muito sério - confirmei, com uma expressão grave. – E há mais uma coisa. Eu também estou grávida.

A notícia caiu como uma bomba, e a expressão de Abel mudou para uma mistura de choque e confusão. Ele parecia estar lutando para entender o significado completo do que eu estava dizendo.

– Você está... grávida? - Abel perguntou, sua voz quase um sussurro.

– Sim - respondi, sentindo as lágrimas começarem a se formar em meus olhos. – E o mais estranho é que a gravidez ajudou a detectar a leucemia. Sem o bebê, eu talvez não tivesse descoberto a doença a tempo.

Abel ficou em silêncio por um momento, absorvendo a magnitude das notícias. Eu podia ver as emoções passando por seu rosto, preocupação, confusão e uma tristeza profunda. Ele se aproximou da cadeira ao lado da minha cama e se sentou, olhando para mim com um olhar terno e preocupado.

– Olivia, eu não sei o que dizer - disse ele, a voz falhando um pouco. – Eu só sei que, se há algo que eu posso fazer, eu quero ajudar. E, por mais que eu não esperava mais ser pai com essa idade, eu estou muito feliz.

Eu senti um alívio ao ouvir isso. O apoio de Abel era exatamente o que eu precisava naquele momento. O fato de ele estar ali, ouvindo e tentando entender, era um conforto imenso.

– Eu realmente aprecio isso, Abel - falei, com a voz embargada. – A verdade é que eu estava com medo de te contar. A nossa última conversa foi difícil, e eu não sabia como você reagiria a isso tudo.

Ele balançou a cabeça, olhando para mim com um olhar de compreensão.

– Olivia, o que aconteceu entre nós foi complicado, mas isso não muda o fato de que eu me preocupo com você e com o bebê - disse ele, a sinceridade em sua voz. – Eu quero estar aqui para você e acompanha tudo de perto.

– Eu só... - comecei, tentando encontrar as palavras certas. – Eu só quero que você saiba o quanto isso significa para mim. Eu estou enfrentando algo muito difícil e, com tudo o que está acontecendo, ter você por perto é um alívio.

Ouvindo suas palavras, senti uma onda de gratidão e alívio. Abel estava disposto a estar presente, e isso era algo que eu valorizava profundamente. O fato de ele ter vindo, mesmo com as meninas e as suas próprias preocupações, mostrou o quanto ele se importava.

– Obrigada. De verdade - eu disse, com um sorriso fraco. – Agora, precisamos discutir o que vem a seguir. Eu tenho uma série de exames e consultas para enfrentar, e eu quero que você saiba o que está acontecendo e como podemos lidar com isso.

Ele assentiu, sua expressão mostrando uma determinação silenciosa.

– Claro, Olivia. Vamos passar por isso juntos - disse ele, tentando oferecer um conforto que eu precisava naquele momento.

Enquanto conversávamos, Leila retornou com as meninas, que estavam animadas e um pouco inquietas após o tempo na lanchonete. Abel as abraçou e tentou acalmá-las, e eu senti um peso em meu coração ao ver a interação carinhosa entre eles. Saber que essas pequenas estavam envolvidas de alguma forma na minha vida e na vida do bebê apenas aumentava a complexidade da situação.

A conversa continuou, e Abel e eu discutimos as próximas etapas do tratamento e as implicações para o futuro. Eu estava determinada a enfrentar a luta com coragem e resiliência, sabendo que não estava sozinha.

Enquanto o dia avançava e os médicos continuavam a monitorar minha condição, eu sentia uma mistura de esperança e apreensão. Havia uma estrada difícil à frente, mas com a ajuda de quem eu amava, eu sabia que tinha uma chance de enfrentar a situação com a força necessária.

O caminho para a recuperação seria longo e desafiador, mas eu estava pronta para lutar. O próximo capítulo da minha vida estava apenas começando, e estava decidida a encará-lo com coragem e determinação.

Love on the Field - Abel FerreiraOnde histórias criam vida. Descubra agora