O sol nascia preguiçoso no horizonte, enquanto o grupo no palácio do Senhor do Fogo se preparava para a longa jornada até o monte Shén Nài. O ar fresco da manhã trazia consigo um toque de ansiedade, mas também de determinação. Zuko estava concentrado, supervisionando a preparação das montarias e provisões para a viagem, suas mãos trabalhavam rápido, carregando sua bagagem e a de Katara.
Ao longe, Aang e Toph trocavam brincadeiras leves, aliviando a tensão que pairava no ar, enquanto a jovem Kiyi, com os olhos sonolentos, observava tudo com curiosidade. Zuko levantou o olhar ao sentir uma presença se aproximando, era Sokka, com seu passo desengonçado, mas o semblante sério, caminhando ao lado de Suki.
— Zuko... — Sokka começou, sua voz mais grave do que o habitual. — Precisamos falar uma coisa.
Zuko parou o que estava fazendo e se endireitou, o coração batendo mais rápido, já que seu cunhado não era um homem de falar sério levianamente.
— Suki não vai seguir com a gente até o monte. — Sokka anunciou, e antes que Zuko pudesse expressar surpresa, Suki tomou a palavra.
— Decidimos que eu preciso ficar aqui para ajudar na segurança da Nação do Fogo enquanto vocês estiverem fora. — Sua voz estava calma, mas firme. — Com tantos de nós partindo, alguém precisa garantir que o país continue protegido, ainda há tensões e inimigos à espreita. Eu não posso abandonar as Guerreiras Kyoshi para guarnecer uma terra estrangeira.
Zuko processou a notícia por um momento. Ele sabia que Suki tinha razão, a Nação do Fogo ainda estava em processo de reconstrução, e com tantos líderes e guerreiros partindo em uma missão perigosa, seria prudente ter alguém tão capacitado quanto Suki para manter a ordem.
Aang, que estava por perto, ouviu a conversa e se aproximou com um sorriso sereno no rosto.
— Suki, isso foi uma escolha muito sábia. — Ele olhou para ela com camaradagem. — A Nação do Fogo está em boas mãos com você, tenho certeza de que não haverá qualquer problemas por aqui enquanto estivermos fora.
Zuko soltou um suspiro, não de frustração, mas de compreensão.
— Eu confio em você, Suki. — Ele disse, finalmente encontrando as palavras. — Fico feliz que alguém de confiança ficará aqui para cuidar de minha casa.
Suki sorriu, aliviada com o apoio dos amigos. Ela se inclinou ligeiramente para beijar Sokka na bochecha e murmurou algo que só ele ouviu, o que o fez sorrir discretamente.
— Não se preocupem, cuidarei de tudo por aqui enquanto vocês estiverem fora. — Ty Lee riu da determinação de Suki. — Só... voltem inteiros, certo?
— Voltaremos. — Katara disse com confiança, enquanto colocava a mão no ombro de Zuko, que percebeu Aang se afastando para acariciar Appa. — E trazer a paz que tanto buscamos.
Ursa e Ikem se aproximavam, com a calma e ternura que Zuko julgava ser fruto de diversos anos de relacionamento, brigas e compreensões de ambas as partes. O Senhor do Fogo olhava para Katara, sua amada, e não podia deixar de desejar viver isso com a garota, envelhecer juntos até alcançar tamanha paz de espírito.
Zuko encarou Ikem por um longo momento antes de estender a mão, o contato firme entre os dois homens não era apenas um gesto de respeito, mas também uma troca silenciosa de confiança.
— Cuide dela enquanto eu estiver fora. — Pediu Zuko, a voz rouca, enquanto balançava a cabeça para a direção de Ursa. — Por favor.
Ikem, com seu semblante calmo e um leve sorriso que parecia carregar uma sabedoria tranquila, apertou a mão de Zuko com a mesma firmeza, seus olhos nunca desviando.
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Não existem acidentes
RomanceÀs vezes, nem mesmo com todo o poder do mundo, pode-se fugir do destino. Aang sabia disso muito bem, mas acreditava fielmente que seu destino era com Katara, desde o momento em que saiu daquele domo de gelo e seus olhos infantis encontraram a profun...