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Os dias se passaram quase num vulto, uma rotina entediante, eu tinha muitos pesadelos com frequência, isso era horrível. Riley havia parado de mandar mensagens. A esperança de uma mensagem dele estava desaparecendo a cada dia que passava, mas eu não conseguia parar de olhar para o celular. Sempre que a tela brilhava, meu coração dava um salto, só para depois descer em desilusão quando era só mais uma notificação qualquer. Tento me distrair com qualquer coisa, como reorganizar a estante de livros ou assistir a séries, pra no fim nada ajudava. A falta dele estava me consumindo, me deixando num ciclo interminável de esperar, sofrer e tentar seguir em frente. A falta dele estava me matando mais do que eu imaginava..
A sensação de estar sempre à beira de algo ruim me deixava em pânico, falta de confiança eu diria, ou é meu trauma mesmo. Quando finalmente conseguia pegar no sono, era só um tempo pra acordar de novo em sobressalto, suada e com o coração acelerado.
O silêncio no celular estava começando a me enlouquecer, ao mesmo tempo eu me perguntava se era melhor não fazer nada. Será que ele estava ocupado demais, ou será que ele simplesmente havia decidido me esquecer? A ideia de parecer desesperada me engasgava, então eu me forçava a não enviar uma mensagem. Meu ego e a minha ansiedade estavam entalados.
Continuei na minha rotina, acordar cedo, fazer o café, e tentar seguir com a vida como se nada estivesse acontecendo. A mesma conversa com minha mãe, ela sempre parecia tentar me animar. O rádio tocava as notícias de sempre, o cheiro do café fresco..
Passei a ir à biblioteca, talvez para tentar voltar à faculdade, ter algum lugar para me distrair. Funcionava a maior parte do tempo, me sinto melhor lendo.
Me sentei em um canto cercada por livros, tento me afundar em páginas e mais páginas, a verdade é que nenhum dos romances e histórias conseguia realmente me capturar. Vendo capas e pensando na qual mais me interessava. Enquanto eu folheava um livro que nem estava prestando atenção, meu celular vibrou com uma notificação de uma rede social.
É sim, eu criei um Instagram. Posto algumas coisas de vez em quando, nada muito pessoal. Só para ocupar a cabeça as vezes. Meu celular vibrou ao lado da pequena cômoda ao meu lado, me dou o trabalho de tocar na tela curiosa pra ver.
Alguém havia começado a me seguir..e curtir umas únicas duas publicações. Percebi que essas curtidas estavam estranhamente pontuais, escolhidas a dedo. Essa pessoa havia um perfil sem foto e sem informações. Eu deveria me preocupar?
Revirei os olhos, irritada com a paranoia que eu mesma estava criando, deixo o celular de lado e voltei a ler meu livro, bebendo um pouco do chá que eu trouxe. Releio a mesma linha várias vezes sem realmente absorver nada.
Peguei a xícara de chá ao meu lado e tomei um gole, tentando deixar o calor acalmar meus nervos. O som do vento lá fora, o leve balançar das cortinas e rapidamente olho de relance. Merda.
