Farpas 5

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───────────────────── 🕷️ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ— Sabe o que você merece? — Falei entre dentes, cerrando os punhos

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— Sabe o que você merece? — Falei entre dentes, cerrando os punhos. — Um soco bem dado nessa tua cara.

Ghost girou o corpo devagar, parecendo esperado exatamente por isso. Meu olhar traidor passou pelos detalhes dos olhos na balaclava, mas o ignorei. Ele ainda era o mesmo filho da puta que tava me tirando do sério.

— Tenta. — Respondeu com calma, porém rouco.

Eu fui. Não pensei duas vezes, só levantei a mão pronta pra descarregar toda a merda que ele jogava em cima de mim. Mas antes que meu punho chegasse perto, agarrou meu pescoço.

A pressão nem fraca demais nem forte o bastante pra machucar. As mãos eram enormes, e foi impossível não notar as veias que corriam pelos braços até os dedos tatuados, apertando minha pele até eu engasgar com o ar.

Meu corpo inteiro congelou, a respiração presa na garganta impedindo de sair pelo nariz corretamente. Ghost ficou perto demais, a camiseta preta de manga longa colada no peito largo, o tecido esticado pelas costas largas. Ele parecia uma muralha na minha frente.

— É isso que você quer, é? — A voz grave cortou o silêncio, me trazendo de volta. — Ficar brincando de quem manda mais?

Não respondi. Não porque não queria, mas porque as palavras simplesmente não vinham. A proximidade dele balançava minha cabeça, e o cheiro amadeirado que vinha dele piorava tudo.

— Solta. — A ordem sai fraca quando encontro minhas mãos no seu pulso forte.

— Só até você entender.. — Apertou de leve, o polegar roçando minha pele de um jeito que fez meu estômago dar um nó. — Comigo, você não manda.

Logo finalmente soltou, e tropecei para trás, sentindo a ausência do toque. Fui recompor devagar até Ghost dar um passo à frente, invadindo meu espaço de novo.

— Quer saber o que eu acho? — Ele inclinou a cabeça, à sombra dos cílios longos dançando no rosto sob a luz. — Você nem sabe o que quer.

Minhas unhas foram direto pras laterais da blusa, os dedos nervosos se agarrando em qualquer coisa pra segurar a explosão que subia novamente.

— E você sabe, né? — Soltei, cheia de sarcasmo. — O grande Ghost sabe de tudo.

Meu olhar caiu sem querer no peito, o tecido preto delineando cada músculo. As veias ainda marcadas nos braços cruzados à frente, o contraste das tatuagens contra a pele.

— Tá olhando o quê? — Perguntou, um toque de provocação na voz.

Ergui o olhar rápido, encontrando seus olhos.

— Nada que me impressione.

Ele soltou uma risada curta de ironia olhando de cima a baixo, os olhos passeando devagar. Aquele jeito preguiçoso ao mesmo tempo atento.

Darkness - Tenente RileyOnde histórias criam vida. Descubra agora