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Descendo para a garagem, minha cabeça ainda estava uma bagunça.
Saí da garagem no carro, com o coração a mil, batendo rápido demais pra que minha cabeça ficasse em paz. Ajeitei o GPS nervosa, não sabia direito nem o nome do hospital psiquiátrico, só um endereço que puxei de última hora. Dirigir nessas condições já era difícil. Fui alternando o olhar entre a tela e a estrada, tentando me concentrar no caminho.
“Tá, S/n, respira… Quando eu chegar lá, o que vou dizer?” A pergunta martelava.
Respirei fundo, tento imaginar qual seria a reação deles, e o que me diriam. Eu ia chegar perguntando sobre ele? Ou talvez sobre documentos..
O nervosismo aumentava, meus dedos apertando o volante sem parar, o desconforto crescendo cada vez mais me deixando agoniada.
Eu não conseguia parar de pensar no Ghost. Ele me chamaria de louca, sem dúvida. Quase senti o peso do olhar do Ghost sobre mim, aquele jeito intenso de observar sem dizer uma palavra sequer, parecia que iria comer minha alma.
Um arquivo inteiro sumido..É muita coincidência, eu dizia pra mim mesma, e coincidências assim nunca são coisa boa. Conforme o carro avançava, a tensão parecia se enroscar em volta de mim, apertando mais a cada metro.
Engoli seco, imaginando o que falaria quando chegasse.
Quando estacionei em frente ao hospital, soltei o cinto mas não consegui abrir a porta de imediato. Aperto as mãos contra o volante, como se isso fosse trazer alguma coragem. É só entrar, fazer as perguntas e sair, pensei. Simples, na teoria. Na prática? Nem de longe.
Com um suspiro pesado, finalmente saí do carro. O vento frio bateu no rosto, me trazendo de volta à realidade.
Quando cruzei a porta sinto um cheiro forte de desinfetante. A recepcionista levantou os olhos pra mim, meu coração deu um salto.
Caminhei pelos corredores do hospital com pressa. Quando cheguei à recepção, a recepcionista me olhou parecendo reconhecer meu rosto, mas sem dizer nada. Eu não tinha tempo para conversas amigáveis ou formalidades. O que eu queria eram respostas.
— Preciso dos resultados dos exames de Ghost. Quarto 217. Ele foi admitido recentemente.
Ela me olhou com um semblante sério, digitando no computador por um momento.
— Claro, um momento. — Ela buscou as informações rapidamente e me entregou uma pasta. — Tem os resultados preliminares aqui. O paciente está em observação. Exames indicam estresse pós-traumático grave e alguns sinais de agressividade. Ainda estão monitorando.
Peguei a pasta, apenas confirmando os dados ali. As palavras eram claras, mas eu precisava de mais. Não era só isso que eu queria saber.
— E os relatórios completos, com todas as observações? Preciso de tudo, especialmente sobre qualquer possível distúrbio mental.
