"COMER"

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Depois de sonhos um tanto confusos, onde me entregava aos beijos com alguém, que não se parecia em nada com Rafael, alguém que tinha o olhar forte e intenso demais, no sonho havia uma atmosfera de sedução que não soube explicar, quanto mais entender, vários flashes em que se quer sabia distinguir a boca que tocava a minha.

Acordei, com uma ressaca DA-QUE-LAS, se é que podem me entender...

E como não basta estar de ressaca, tinha que ser acordada por uma mãe aos berros, puxando o cobertor.

--MEU DEUS, NÃO ME TIRE ELA AGORA NÃO POR FAVOR, NÃO NÃO! –Ouvia uma voz aguda, estridente, alta, perto da minha cama.

Mã, ma..MÃE o que a senhora está fazendo? Me acordando assim na melhor parte – respondi irritada, enquanto via aquele ser com olhos esbugalhados lhe olhando.

-Graças a Deus, ta viva, meu bebe! – sorriu me apertando em seus braços, com tanta força que me deixava sufocada

-O que a senhora pensa que está fazendo? – Falo ao ver a porta do meu quarto -o qual tinha trancado na noite anterior--completamente escancarada.

--Meu bebe, você está dormindo a 15 horas seguidas! Achei que você tinha morrido minha filha! ou sofrido algum acidente, caído no banheiro talvez...A porta estava trancada! Como saberia se você estava bem? Se estava viva? Tive que arrombar a porta, e ainda vejo você deitada sem nem ao menos se mexer, então resolvi tapar seu nariz pra ver se você conseguia respirar, já que a sua pulsação estava tão fraca e tam...

--Ta mamãe, não precisa contar o resto, ok! Eu não sei porque ainda me surpreendo com a senhora, por que sinceramente...Vem me acordar bem na hora, na hora que eu...- falei tão emburrada quanto perplexa com a atitude e a tagarelice de minha mãe.


--Que você o que? – Perguntou-me sem entender

-Nada mamãe, esquece. Já me acordou mesmo – Respondi com aflição, vendo que já ia falando demais

-Perdoa, bebe? Mamãe estava preocupada com você...- Arnuag fez uma cara tão penosa que não resisti

--Que mania de me chamar de bebe, mas perdôo, né, fazer o que, se te amo...- levantei ainda tonta pelo efeito da ressaca e abracei minha mãe.

Sorri imaginando como uma mãe poderia ser tão protetora como a minha mesmo vivendo ocupada com o ateliê, nunca se fez distante de mim e do meu irmão. Mimava sempre que possível, fazia minhas vontades, talvez por isso eu tenha tanta dificuldade em aceitar que nem tudo é como eu quero.

Voltando minha memória a noite anterior, não posso negar que fiquei surpresa com a chegada de Tio Ploy, não por ele, que não mudou em nada. Mas pela namorada.

Era bonita, bem, na verdade era linda, tinha um porte altivo, elegante. Não era tão jovem quanto eu, mas também não era tão velha como Ploy, devia ter uns 30, não muito mais que isso.

O cabelo preto, a cor da pele muito clara, aparentava uma delicadeza angelical, sem nenhuma marca marca em seu colo e seus peitos naquele vestido estavam lindos.

Bem, eu reparando nos seios dela, era no mínimo inusitado.

Mas apesar de dispersa, não deixei de notar que ela me olhava com a mesma amplitude que eu a ela. E foi perceptível a surpresa quando Ployme apresentou como sua sobrinha.

''Sobrinha'', não sei precisamente o porquê, mas não fiquei a vontade com aquela nomeação.

Yoko, sua louca deixe de pensar besteiras, para quem até ontem não a conhecia, já está pensando demais nessa senhora.

SUA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora