NOVAS EXPERIENCIAS

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Centenas de pessoas protestavam do lado de fora do tribunal, cartazes, gritos, palavras de ordem, pedidos de justiça, e a esmagadora maioria pedia a condenação da ré, a mídia estava a todo lado, repórteres de diversas emissoras. Mal nos colocamos fora do automóvel e vários microfones já se punham frente ao rosto de Engfa, apesar da tentativa de se esquiva, isso parecia deixar os jornalistas mais sedentos.

--Está confiante no veredito? --Perguntou uma repórter de uma emissora sensacionalista.

-- Acredito na justiça, espero que seja absolvida. Com licença.

--Acha possível reverter a opinião pública?

--É uma tarefa de difícil com uma mídia tão imparcial no caso, mas confio na prudência dos jurados. Disse firme e logo segurou minha mão me puxando ante ao emaranhado de pessoas que que se juntavam sobre nós até chegarmos ao tribunal.

Os flashes me cegavam, e o frio na barriga parecia não ter fim. Ainda foi possível ouvir em alto e bom som o promotor da acusação usando termos como "assassina fria, inescrupulosa e cruel", diante de várias câmeras que o seguiam. Pelas janelas de vidro ainda podia ver toda a movimentação, estava no mínimo extasiada com o que via.

--Eles são impiedosos. ..

--Quem?

--A mídia. Você acha mesmo que que ela será absolvida?

--Não. As chances são mínimas, mas nunca entrei numa causa que não pudesse ser ganha Desviei o olhar da janela e sorri orgulhosa da mulher ao meu lado  --Eles tem a faca e o queijo na mão. A mídia, uma ré confessa, o promotor impiedoso, que adora flashs-sorriu irônica ao observar que Dr.Michell ainda dando entrevista a TV aberta--. Mas há algo que ainda é capaz de reverter qualquer veredito.

--A oratória?  Engfa apenas balançou a cabeça afirmativamente.

--E modéstia parte, nessa eu sou implacável.

No início do júri houve a dispensa de jurados, dos vinte e cinco, sete participaram. Engfa recusava os homens, e Michell as mulheres. Em uma clara estratégia, era mais fácil convencer mulheres e comove-las, teoricamente. Ainda assim restaram, quatro homens e três mulheres. O que nos era desfavorável. Aquele seria o júri do ano, o promotor era conhecidíssimo e já havia participado de vários outros julgamentos, por outro lado Engfa era indiscutivelmente a melhor criminalista de todas, sua competência era notável. Sentamos na mesa reservada a defesa diante de um tribunal lotado, mesmo com a sala fechada era possível ouvir o barulho das manifestações do lado de fora, nos assentos a nossa direita a acusação se acomodada, inúmeros advogados acompanhavam liderados por Dr.Michell, enquanto Engfa se mantinha sozinha na minha companhia. Logo pude ver uma mulher abatida entrar acompanhada da Polícia até o nosso lado, sua expressão era de cansaço e melancolia, todos viramos o olhar em sua direção e foi possível ouvir cochichos de todos os lados. Era estranho ver pessoalmente alguém que só conhecia por revistas de fofoca, e mais recentemente em noticiários policiais, e agora estava sentada ao meu lado. O abatimento de Marina Perez era tão palpável que me dava pena, tentei da um meio sorriso reconfortante mas recebi em troca seu olhar baixo e envergonhado. Engfa por sua vez parecia ter parado de respirar, pude ouvir o som abafado de sua garganta ao engolir seco. Elas não se olharam em momento algum, e de alguma forma entre essas mulheres parecia haver um campo magnético. Logo a primeira testemunha entrou acompanhada do juiz, o que desviou o foco de atenção dos presentes. O juiz deu inicio a convocação do júri, tirando a atenção da ré e chamando a acusação para iniciar a sessão. Logo a primeira testemunha entrou acompanhada do juiz, o que desviou o foco de atenção dos presentes. Michel levantou-se pomposamente ao meio do tribunal se dirigindo a senhora que estava no espaço reservado às testemunhas?

SUA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora