RECOMEÇAR

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FAYE ON-

Ver aqueles olhos preocupados lindos me encarando me deu a paz que a algum tempo achei que nunca mais recuperaria. Tentei afastar as lembranças da noite anterior e me concentrar na bela mulher a minha frente.

-Está precisando de alguma coisa?  Ta sentindo algo, eu pego um remédio, me diz qual? pedi a nona antes dela ir pra fazer um café da manhã reforçado pra você, vou  buscar. (Yoko tagarelava, eu deveria estar péssima pois a preocupação em seu rosto era genuína, porém eu não conseguia falar nada, apenas admirar sua beleza, parecia cansada mas ainda uma das criaturas mais lindas que já bati o olho, apenas despertei da admiração quando ela fez menção de levantar para pegar o meu café. Segurei seu braço e a puxei para cima de mim, fazendo nossos rosto ficarem frente a frente, a uma pequena distância.

-Nesse exato momento eu só preciso de uma coisa. (Desci os olhos para seus lábios que já estavam entre abertos em um convite silencioso aos meus, levei a mão esquerda para seus cabelos extinguindo a distância entre eles e lhe dando um beijo que foi aceito de bom grado, enquanto a mão direita foi para sua cintura a fazendo subir mais pelo meu corpo. Levantei meu troco onde me encontrava agora sentada, com as costas apoiada na cabeceira de sua cama cheirosa, com Yoko em meu colo. Nossas línguas se encontravam com saudades, sentia seu corpo quente eu meus braços, suas mãos hora em meu rosto hora em minha nuca puxando os fios me fazendo arrepiar por completo. Com muita dificuldade nos separamos e quando abri os olhos me deparei com um de seus sorrisos mais lindos, o tímido, o que ela me oferecia no início da nossa paquera, nas  vezes que eu era mais abusada e  lhe provocava.

-se sente melhor agora?

-ainda não. (Disse fazendo um biquinho e puxando seu rosto e lhe enchendo de beijos)

-está fazendo cócegas (disse as gargalhadas)

-ok, ok parei juro. (Quando realmente parei a mesma puxou o ar que faltava eu seus pulmões. Alguns minutos em silencio trocando carinhos com Yoko ainda em meu colo e então ela tocou no assunto, eu sabia que aquele momento chegaria, então tudo voltou)

--como você está?

--exaustas, porém "livre", me sentindo livre. (Falei mostrando as mão, onde já não se encontrava mais a aliança do dito cujo.)

--como foi tudo? Realmente terminou com ele? (Vislumbrei um brilho em seus olhos)

--esse noivado Yoko nunca existiu, não tinha nem o que terminar, não viu isso?

(Perguntei um pouco magoada por ela achar que eu iria escolher ele, suas bochechas queimaram, ficaram vermelhas)

--Podemos discutir isso depois? nesse momento eu preciso de explicações Faye. Eu preciso de respostas e saber o que foi tudo isso e o que é a gente (havia uma angustia velada no seu tom de voz)

-- e eu vou lhe dar todas, mas não aqui, pode ser no meu apartamento?

-- seu apartamento?

-sim comprei um mês passado e graças adeus já está pronto. Não quero arrumar outra confusão na casa da sua mãe e se não sairmos daqui agora ele pode voltar e recomeçar tudo.

--lá você vai me explicar tudo?

-- eu juro, tudo que você quiser saber e muito mais (disse mordendo os lábios para deixar claro o que eu queria e ela corou novamente, esse lado dela, esse pequeno lado dela era meu maior fetiche, ver ela desconcertada me dava vontade de fode-la de tantas formas.)

--ta certo, vamos então. (Disse saindo do meu colo onde eu aproveitei e dei um leve tapa em sua bunda coberta por um micro short)

Deixei Yoko em seu quarto fazendo sua pequena mala para me acompanhar esse final de semana e fui para o meu mais novo antigo aposento. Precisava desse tempo longe de seus olhos curiosos, enquanto pegava meus pertences. Passava e repassava toda a histórias da minha vida do dia que meu destino se cruzou com o de Ploy até o dia de hoje.

--FLASH BACK ON— 10 anos atrás

--como você ousou em fazer isso? (Ploy gritava em minha cara, furioso, enquanto eu frágil após uma cirurgia de risco que foi clandestina me acabava de chora. )

--me perdoa por favor, mas eu não podia...

--era meu filho sua desgraçada e você o matou.

--eu não podia ter ele, não entende?? você você.. (eu gaguejava não conseguindo verbalizar o que aquele monstro fez comigo, o abuso que fez  em meu corpo, após uma noite de bebedeira, em que saímos mais um grupo de amigos para comemorar. Tinha acabado de assumido cargo de promotora federal da Tailândia. Ele sempre tentou um romance comigo mas sempre deixei claro meu gosto por mulheres, mesmo na época me considerando bissexual.

--"você você"... eu o que? Já disse você queria, estava bêbada implorando por mim. (eu não lembrava de muitas coisas daquela noite mas tenho certeza que nunca iria implorar algo do tipo, ate mesmo cogitar querer)

--eu não queria eu nunca quis (dizia em prantos)

--eu vou te denunciar, você vai ser presa está ouvindo, ridicularizada. Vai perder seu cargo...

--não por favor não (me ajoelhei diante dele implorando, naquela época eu era muito nova e ele me controlava, até hoje pode se dizer,  mas ai me apaixonei por Yoko e se tornou insuportável a mentira que vivíamos)

FLASH BACK OFF)

Antes eu amaldiçoava o tal dia que viramos amigos, mas hoje por mais doentio que seja eu agradeço, pois assim conheci sua sobrinha.

Terminei as malas e pedi para o jardineiro coloca-la em meu carro.

--pegue a de Yoko por favor sim? E diga a ela que estarei a esperando no carro.

Tinha que sair não aguentava mais nenhum minuto naquela casa. Alguns minutos se passaram e ele finalizava colocando a mala de Yoko no carro, quando ele foi para seu jardim a mesma já vinha em minha direção. Belíssima, a pele parecia mais clara e delicada que antes os cabelos presos em um rabo de cavalo, uma blusa simples de manga, pois meu pecado estava naquela mini saia. Sequei sem pudor algum.

--estou bonita é? Levei os óculos de sol para o topo da cabeça, os depositando ali, deixando ela ver em meus olhos a luxuria o dominando.

--melhor irmos. ( eu disse em fim abrindo a porta da BMW para ela).

Porém antes de entramos no carro observamos um outro parado em frente a casa, olhei para Yoko e ela parecia ter visto um fantasma, logo fui para seu lado.

--Ei gatinha, ta tudo bem? Que é?

--humm, acho que minha chefe... (antes que ela continuasse seu telefone tocou)

LIGAÇÃO ON (YOKO)

--há sim.... não pode ser depois ?, to de saída agora.... tudo bem ok. Ok.

LIGAÇÃO OFF

-o que ela quer? Yoko não me respondeu, mas qual foi meu susto quando vi que se tratava da mesma mulher que a tirou dos meus braços na noite infernal em que Ploy fez seu espetáculo. Serrei os olhos e já ia em sua direção lhe botar para correr, mas uma Yoko nitidamente em agonia se colocou na minha frente.

--Faye por favor, não. (Respirei fundo e assenti com a cabeça)

--Bom dia (a tal chegou cheia de si e nas mão um pequeno embrulho)

SUA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora