Capítulo 6

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Cap 6

Acordei com uma ressaca descomunal, o excesso de vinho não me fez bem, me acordava frequentemente com a boca seca, em busca da água que Faye tinha posto no criado mudo. Agradeci aos céus por ela ter tido aquela atitude, não tinha condições de levantar e ir buscar algo na cozinha.

Assustei-me quando olhei no relógio e marcavam 14 horas, levantei calmamente sentindo pontadas na cabeça, e a visão opaca, voltei a deitar, devo ter enrolado mais algumas dezenas de minutos na cama quando senti minha barriga reclamar. Era hora de descer.

Antes sair do quarto tomei banho gelado, vesti uma saia curta de tecido e uma regata branca, por baixo um biquíni rosa, estava disposta a passar a tarde na piscina me refrescando já que o dia estava mais quente que o comum. Olhei-me no espelho e não gostei do resultado, parecia que tinha sido atropelada por um caminhão rolo, tinha uma aparência de cansada, então me lembrei de pôr um óculo escuro um tanto grandes, que disfarçasse minha feição abatida.

Desci as escadas cobiçando tomar um café da manhã leve, que dissipasse aquele mal estar causado pela bebida, logo ao abri a porta dei de cara com babá confeitando um bolo.

--Acordou cedo, menina! –falou dando risadas

--Engraçadinha – fui até ela e dei um abraço

--A noite deve ter sido boa, hein.

--Nem me fale! O que tem pra comer?

--Seu tio esta fazendo um churrasco, então nem me dei ao trabalho de fazer nada de especial como ele ordenou.

--Agora ele quem ordena as coisas aqui? Você sabe que só de ouvir falar em churrasco já me dá enjôos-falei irritada, nada pior do que comida assada quando se esta de ressaca

--Eu sei, falei isso a Faye, então ela logo aproveitou pra fazer uma sopinha leve para você, parece bem apetitosa.

A simples menção daquele nome fez meu coração bater descompassado enquanto revivia as lembranças da noite anterior

--Hum.

--Quer que eu esquente?

--Sim

Falei toda monossilábica tentando disfarçar meu contentamento em saber que ela tinha se preocupado em me agradar mais uma vez, toda minha irritação se desfez ao saber daquilo, meu coração se encheu de ternura, afinal ela devia gostar de mim para se dar ao trabalho de cozinhar.

Um risinho tolo se fez em meu rosto ao pensar que eu era especial para ela, do mesmo modo que ela era para mim.

--O que foi? – Babá perguntou

--O que foi o quê?

--Essa cara de tacho...

--Ah me deixa babá!

Comi a sopa, estava deliciosa como tudo nela, pensar aquilo me fez imaginar coisas torpes das quais não deviam se passar pela minha cabeça.

E ali estava eu no meio daquela cozinha sentindo a ansiedade tomar conta de mim, querendo vê-la, sentir seu cheiro, ver suas covinhas que sempre brotavam quando sorria, seu olhar emblemático. Aquele jeito de olhar que era só dela, que me fazia flutuar. Saí da cozinha disposta a encontrá-la, fui guiada pelo som da musica alta de gosto duvidoso que se fazia presente na direção da piscina.

Cheguei ao jardim a vi.

Distraída ela tentava procurar algo na churrasqueira enquanto tio Ploy a abraçava por trás e depositava beijo em sua face.

Nojo definiria aquele momento.

E a vontade de vomitar antes causada pelo vinho, agora tinha outro ensejo. Felizmente estava de óculos escuros que serviam de barreira para que ela não visse a raiva que eu sentia em ter presenciado essa cena.

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