MINHA CHEFE

351 31 1
                                    


Cap 20

FAYE

Eu mal podia acreditar que estava ali, naquela cozinha, paralisada ainda sob o torpor do que havia acontecido minutos antes. Yoko havia me deixado sozinha, ansiando seu beijo, enquanto ela havia me dispensando categoricamente.

Deixando para trás apenas o doce perfume de seus cabelos que havia impregnado no meu nariz. Maldito cheiro de baunilha.

Pisquei os olhos ainda duvidando que aquilo fosse real.

Ela estava magoada. Isso era fato. Mas por um motivo tão bobo que não achei que deveria ser levado a sério, vejo agora que me enganei completamente.

Naquela tarde onde ela entrou pela porta, completamente ensopada, com o cabelo bagunçado, meu intuito inicial, se possível, era de abraça-la e perguntar como havia sido a temida conversa, no entanto, em um momento de completa insensatez me permiti rir da piada de mal gosto que Ploy falou.

Mas confesso vê-la frágil diante de mim, febril e o nariz vermelho denunciando um resfriado, fez com que me sentisse mal, desejando voltar no tempo e não ter dado aquele deslize.

Eu tenho que ter mais cuidado, ela é diferente das outras.

Se um sentimento me definisse naquele momento, certamente seria arrependimento.

Mas agora o erro já tinha sido cometido, não há espaço para lamentações e eu estou plenamente consciente de que ela estava certa em se chatear, só me resta correr atras e convencê-la a me perdoar, por mais difícil que pudesse ser, no fundo tinha certeza de que Yoko sempre voltaria para mim.

Um pensamento egoísta, tenho consciência disso, mas se ela pensou que eu fosse desistir fácil, estava enganada.

***

Yoko

Acordei um pouco mais disposta essa manhã, apesar de ainda não me sentir completamente curada, estava bem o suficiente para encarar um dia de trabalho.

Hoje iria dar adeus definitivo as férias, o ocupar minha rotina entre um dos escritórios mais renomados da cidade e a faculdade, sem dúvidas iria me abarrotar de responsabilidades, mas naquele momento não me pareceu de todo ruim, aliás era até benéfico para me distrair, quem sabe assim esqueço um pouco o turbilhão de acontecimentos que se sucederam nos últimos dias.

Ainda era cedo, aliás era cedo demais, coloquei o despertador aquele horário propositalmente pois não queria tomar café na mesa e dar de cara com Faye, muito menos com meu tio, seria uma boa forma de evitar começar o dia de mau humor.

Me arrumei calmamente, me vesti um pouco formal demais talvez...exigências do oficio.

Desci as escadas e rumei a cozinha optando por um café reforçado que Nona havia feito. Fui no carro de minha mãe, um que ela não usava com tanta frequência e rumei ao escritório.

Quando cheguei não pude evitar a surpresa em ver o edifício tão lindo e imponente, haviam comentado que seria reformado, mas nem em sonho imaginei que ficasse tão lindo. Prédio imponente, com estrutura de aço e janelas de vidro azul tomavam 12 andares em uma arquitetura moderna.

--Uau. --Não contive a admiração ao estacionar o carro na minha vaga.

Se por fora era deslumbrante, não era preciso nem descrever como estava por dentro. Via os rostos surpresos e alguns buchichos dos outros funcionários enquanto cumprimentava-os. Devo ter adentrado uns três corredores até finalmente encontrar minha singela sala, que permanecia com os móveis que já estavam antes, mas tudo com uma decoração diferente.

SUA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora