Nem eu!

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Anthony

Eu sei que não deveria tê-la abraçado, mas ve-la tão vulnerável ao ponto de se ajoelhar diante de mim mexeu comigo de um jeito que não deveria ter mexido. Aurora esta me confundindo com seu jeito frágil e desesperado, me deixando em dúvidas sobre tudo o que sabia sobre ela, me desviando do caminho da vingança. 

Sentir ela em meus braço acendeu algo primitivo em meu peito, um desejo de cuidar dela, de protegê-la! Talvez seja o fato de ter prometido a Anne que não deixaria mais a mãe dela chorar, mesmo que saiba que isso é apenas uma desculpa para me desviar do foco, do motivo de estar nesse país, da minha vingança contra ela!

Sentir seu corpo junto ao meu me deixou desnorteado. Aurora não faz o meu tipo, nem ao menos um dia olhei para ela com algo além de raiva, seu corpo não me atraí, nada nela me atrai, isso é fato, então porque sinto como se fosse certo tê-la em meus braços, amparando sua dor, querendo que ela pare de chorar e sorria.

Seu sorriso é lindo, principalmente quando ela o faz para Anne, quando não está fingindo igual faz no escritório. Com certeza se se cuidasse Aurora seria incrível, eu a vi nas fotos na casa de Andrew, vi o por que ele era louco por ela, ela era linda, tinha um sorriso sincero e um corpo gostoso!

Mas não posso me envolver nisso e esquecer de Andrew, sua morte não pode ficar impune e eu não vou deixar, vou apenas tratar da garotinha e quando ela estiver saudável eu retorno ao plano inicial, destruir a mãe dela.

- Trouxe um chá para você! - entrego o copo a ela que me olha rapidamente e pega o copo com o liquido fumegante. 

- Obrigada! - seus olhos não permanecem em mim, ela parece estar envergonhada demais para sustentar meu olhar. 

Não a julgo, tenho sido um filho da puta com ela. Uso de qualquer oportunidade para a humilhar, destruir seu orgulho, fazê-la sofrer!

Observo Anne dormindo, não entendo como fui me apegar a essa garotinha tão rápido, ao ponto de querer vê-la curada logo e saudável só para levá-la para comer sua comida favorita: arroz, feijão, carne e batata frita! Sinto vontade de sorrir ao lembrar do dia em que fiz macarrão para ela, Anne é uma criança incrível, fácil de se apaixonar!

Depois que Aurora se acalmou, fui atrás do médico e expliquei que não era o pai de Anne, mas que gostaria de fazer o teste de compatibilidade e doar medula. Ele me olhou surpreso, com se eu tivesse duas cabeças, me perguntando se eu tinha certeza que não era o pai dela.

- Não me leve à mal, senhor Moore, mas Anne é muito parecida com o senhor, sua cópia. Tem certeza que não é uma filha perdida? - ele brincou, mas eu não levei na brincadeira, porque eu ja tinha essa dúvida e olhando para Anne percebi que ela realmente se parece muito comigo, com Andrew!

Andrew parecia muito comigo, desde a cor dos cabelos ao azul dos olhos, apesar de eu ser uns vinte centímetros mais alto que ele. Nos últimos anos não nos parecíamos tanto por que eu mantenho o cabelo e barba grandes, já ele sempre manteve o dele em estilo militar e não tinha barba, mas alem da aparência, Anne tem a idade da morte dele, ou seja, ela pode sim ser filha dele.

Aproveito a ocasião quando vou fazer o exame de compatibilidade e peço um exame de DNA também, é claro que peço discrição, não quero que Aurora fuja com a garota com medo que eu a tome, caso o exame dê positivo, mas preciso tirar essa dúvida da minha mente.

A questão é, saber que, se a Anne for minha sobrinha, tudo o que eu pensei sobre Aurora pode ser contestado, tudo o que descobri sobre ela pode estar errado, ja que, não ha motivos lógicos para ela ter matado Andrew se esperava um filho dele, uma filha! Ela poderia muito bem usar isso para conseguir uma gorda pensão e viver no luxo!

Aurora - Desejo e Obsessão...Onde histórias criam vida. Descubra agora