Balde de água fria!

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Aurora

Como pode um corpo doer tanto querendo continuar com essa loucura, com esse homem irritado e arrependido que acabou de sair pela porta do quarto?

Me remexo inquieta, ainda sentindo seu corpo no meu, se esfregando, enquanto sua barba arranhava minha boca e pescoço. Quero levar a mão até o meio das minhas pernas e aliviar a dor que pulsa em meu clitóris, mas não faço, porque isso seria ridículo!

Se eu tivesse deixado que ele continuasse, quando visse meu corpo me olharia com nojo e desistiria. Tenho certeza disso, porque isso já aconteceu comigo. Dois anos atrás eu até tentei sair com alguém, mas quando ele viu as marcas seu semblante que primeiro era de surpresa, mudou para nojo e ele saiu do quarto do motel me deixando para trás.

Otávio era um cliente do mercado, um moreno lindo dos olhos verdes, com um corpo magro mas com músculos nas partes certas. Depois dele insistir por meses eu acabei cedendo, mesmo com medo dele me rejeitar depois que visse o quanto eu era quebrada e foi o que aconteceu.

Naquela noite, depois de chorar até não ter mais lágrimas, paguei pelo quarto e fui para casa, me prometendo que nunca mais passaria por aquilo de novo, não contei nem mesmo para Sarah e para o meu alívio o homem nunca mais apareceu no mercado.

E mais uma vez eu quase cedi, mesmo sabendo que se sem ver ele já havia me dito tantas palavras dolorosas, imagina quando visse? Com certeza não vão faltar insultos e piadinhas, que vão me destruir ainda mais. Preciso ficar longe, me lembrar que já estou quebrada o suficiente para lidar com mais merda, principalmente porque sei que Anthony Moore não vai poupar ofensas contra mim!

Não o vi mais o resto do dia e a noite quando ele saiu cheiroso e bem arrumado, passando por mim e nem ao menos me olhou, ja que Anne estava dormindo e nossa pouca interação era somente por ela, não pensei em para onde ele estava indo lindo daquele jeito em um domingo a noite, se iria atrás de alguma mulher para transar ou apenas encontrar algum amigo, porque não era da minha conta!

Terminei a faxina as onze e tomei um banho demorado, aproveitando a água quente da banheira, com sais de banho caríssimos que ele comprou para Anne. Enquanto me ensaboava as lembranças da tarde povoaram minha mente, me deixando quente e necessitada.

Fazia tempo que eu não me tocava ou me sentia tão angustiada doendo por alívio e lembrar de como sua ereção dura se esfregava em mim, me fez descer minha mão até minha boceta e esfregar meus lábios vaginais devagar, sentindo o pulsar da carne necessitada.

Fechei os olhos e consegui sentir sua barba me arranhando e seus dentes cravados em minha pele, depois lambendo e sugando. A língua que deslizava para dentro da minha boca, que eu queria muito nessa parte do meu corpo, onde meus dedos escorregavam com mais rapidez para dentro e fora.

Um gemido baixinho escapou dos meus lábios quando minha intimidade sugou e os apertou e meu corpo tremeu com o orgasmo me afligindo. Mordi os lábios com força para que o gemido alto não escapasse e assim que os espasmos pararam suspirei baixinho para que meu coração se acalmasse, mas ainda me sentia frustrada e doendo.

Terminei o banho e me enxuguei vestindo um pijama de calça e manga longa rosa com estampas da frozem. Anne viu em uma vitrine um dia quando estávamos passeando no centro e eu acabei comprando pijamas iguais para nós duas, ela ficou tão feliz que não queria mais tirar o dela por nada.

Já passavam das duas da manhã quando acordei com sede e fui até a cozinha tomar água. A casa estava iluminada apenas pela luz da lua que entrava pela janela da sala. Bebi minha água e sai da cozinha, parando na sala ao ver o corpo grande dele sentado no sofá, franzi a testa sem entender o porquê ele estava ali, porque dormir no sofá daquele jeito se seu quarto ficava bem próximo?

Aurora - Desejo e Obsessão...Onde histórias criam vida. Descubra agora