Aurora
Quatro anos atrás
Ando pelas ruas de São paulo, já fazem duas semanas desde que voltei. Quando sai do aeroporto a primeira coisa que fiz foi guardar minha mala em um local seguro, ja que provavelmente eu iria morar na rua. Não tinha pra onde ir, não podia nem mesmo cogitar a casa do meu pai, já que ele não iria me aceitar mesmo!
Ja fazem duas semanas que durmo em abrigos e as vezes na rua. Nos abrigos é onde consigo comida, mesmo que as vezes não consiga ao menos sentir o cheiro, sem correr para vomitar. Ja estou de quatro meses e nem sei como meu bebê está! Fui assaltada na primeira semana e fiquei sem documentos, então não posso ir a um postinho! Fui na delegacia e me enxotaram me chamando de drogada vagabunda!
Sinto o ferimento em meu corpo arder, as feridas que ele fez em mim estão um pouco infeccionadas, já que não tratei, além disso, já estou a três dias sem banho. Suspiro e ando até um banco e me sento, sentindo dor em meu quadril e pés, até já até pensei em dar fim a todo esse sofrimento, mas minha vida não é mais minha, agora tenho uma criança em meu ventre, que vai nascer nas ruas porque a mãe é uma burra idiota que se envolveu com um agressor filho da puta!
- Aurora? - alguém para a minha frente e ergo minha cabeça. Meus olhos arregalam e embaçam com as lágrimas que me tomam. - MÃE! - ela grita e olho na direção que ela olha e meu coração dispara ao reconhecer Ana, a mulher que me acolheu quando fui jogada na rua.
- Aurora! - ela susurra e corre até mim - Meu Deus menina, o que aconteceu com você? - ela me ampara em seus braços e começo a chorar, com meus soluços tremendo meu corpo. - Quando você voltou? Porque está nas ruas minha filha? - ela chora me abraçando mais forte.
- Mãe? Você vai machucar a criança! - Sarah a puxa de mim e ela a olha confusa e depois olha para minha barriga.
- Meu Deus! - ela ofega em surpresa - você está grávida? - ela me encara perplexa - quem é o pai? Ele te abandonou por isso está nas ruas?
Meu choro aumenta ao lembrar de como precisei fugir por minha vida e do meu bebê e ela me olha em pânico ao ver o sague do meu corpo que suja a frente da minha blusa e mangas.
- Vamos Aurora, eu vou te levar em um médico! - ela me puxa e arregalo os olhos me soltando dela.
- Não! - falo em pânico - não precisa! Eu... eu estou bem!
- É claro que precisa! Olhe o seu estado? Como pode me dizer que está bem, menina, está sangrando! - ela aponta irritada.
- isso não é nada! Eu... eu não posso! Ele... ele está atrás de mim! Ele não pode me achar! - falo rapido sentindo meu corpo tremer e as lágrimas cairem com força.
- Quem minha filha? - Ana me pergunta confusa com meu desespero - O pai da criança? Você está fugindo dele?
- Eu preciso ir! - me levanto rapidamente e a tontura me toma. Sarah me segura rapidamente antes que eu vá ao chão.
- Ir para onde? - Sarah questiona - pelo que parece você está morando na rua, Aurora! - ela rosna irritada.
- Você não estava nos Estados Unidos minha filha? Pensei que você estava bem! Porque está aqui e vivendo nas ruas? Porque não foi me procurar? - sua voz sai magoada e sinto vergonha.
- Eu não podia, tia! - choro envergonhada.
- Porquê? Porque não podia pedir ajuda a sua família? Sou sua famila Aurora! - ela grita batendo no peito irritada e chora alto - sou sua mãe também!
- Porque ele viria atrás de vocês, igual ele fez com todos os outros! - engulo seco e choro desesperada - eu não poderia deixá-lo machucá-las! - afirmo aflita.
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Aurora - Desejo e Obsessão...
Misteri / ThrillerO que você faria se descobrisse que sua filha de três anos está com leucemia e o único doador de medula compatível é o tio dela? O problema é que esse mesmo homem quer vingar a morte do irmão que supostamente você matou e vai fazer de tudo para te h...