Capítulo 09

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Rodolffo sentiu-se muito mal diante de todo o ocorrido na noite passada. Era um misto de tantas coisas que ele não sabia dizer, mas imaginava que Juliette estivesse pensando o pior dele naquele momento.

Além disso, seu complexo de inferioridade o fez se sentir menor e descontrolado. Nunca tinha tido uma ereção com um único beijo, por que tinha que acontecer justo com Juliette?

Pensou em ficar o dia de molho, mas seu pai insistiu que ele fosse almoçar com ele, já que sua mãe, sua irmã e sua família tinham ido a um parque.

Dirigiu com cautela e pensou em Juliette em todo o tempo. O beijo era inesquecível e a sintonia era perfeita.

Encontrou com o pai, lhe pediu a benção e deram um abraço. Depois sentaram-se para comer.

- Que cara é essa? E esses olhos vermelhos meu filho.

- Irritação das lentes de contato.

- Rodolffo não é a verdade. Isso aí é outra coisa. Andou chorando?

- Não estou bem hoje. Me perdoe pai.

- Não precisa me pedir perdão. É normal se sentir assim. Mas é alguma coisa com a namorada?

- Não tenho mais namorada.

- Mas meu filho...

- Não posso me iludir pai. Ninguém gosta de mim. Eu não gosto de beber, não fumo, sou um cara sempre retraído, contido e odeio balada. Vivo na cidade por que eu preciso, mas meu sonho é viver no campo.

- E isso é defeito?

- É sim.

- Poxa... Que mulherada burra. Você é tão inteligente, um cara esforçado.

- Ninguém quer saber pai. Inteligência não é requisito para ser atraente. As mulheres rirem e me chamam de nerd.

- Mesmo com o seu salário mensal?

- Pai eu não tenho uma grande profissão.

- Discordo totalmente.

- As mulheres gostam de empresários e eu não tenho perfil para isso. Gosto de lecionar, isso é gratificante para mim.

- A Juliette parecia uma menina tão legal. Mesmo que haja uma diferença de idade, achei que vocês combinavam tanto. Ela pareceu gostar demais da sua palestra.

- Foi melhor assim. Eu não saber dosar as coisas mesmo.

- Não pensa em tentar uma reconciliação?

- Não pai. O senhor provavelmente nunca mais vai ver a Juliette.

- Ôh meu Deus que tristeza.

Até Jorge ficou triste. Juliette tinha cativado a família de Rodolffo.

...

No apartamento de Juliette e Amanda.

Amanda estava sentada na cama de Juliette e tentava conversar com a amiga.

- Conta o quê aconteceu?

Juliette sentou-se na cama e começou a contar tudo.

- Foi bom Amanda. Foi além de bom para ser sincera, mas eu não sei lidar com isso.

Amanda estava analisando tudo friamente.

- Você desejou ele Juliette. Não se martiriza por isso.

- Mas isso nunca aconteceu comigo antes. Principalmente no trabalho.

- Você disse que não estava a trabalho ontem. Que ele não ia pagar nada para você.

- Não fui a trabalho, mas ele pagou o salão. Ah Amanda, ele é tão gentil. Eu nunca fui tratada assim por nenhum paquera.

- Ele é um cara mais velho, tem outros valores em comparação aos garotos que a gente conhece.

- Ele é inteligente. É meigo. Também é tímido e fofinho. Ao mesmo tempo que ele é sedutor até ajeitando o óculos no rosto. Ele é quentinho e o coração dele bate muito forte.

- É... Você está sofrendo de um grande mal: paixonite aguda.

Juliette só fechou os olhos e novas lágrimas molharam seu rosto.

- Ele até prometeu me ajudar a conseguir um trabalho.

- Então você não pode se afastar agora.

- Amanda não dá mais.

- Dá sim Juliette. Deixa de ser medrosa. Você disse que estava disposta até a...

- Com ele não...

- Juliette o cara também te quer... Deixa de ser assim. Cê não vai ficar grávida, mulher complexada. Pelo menos até ele te ajudar.

- Não. Eu não tenho coragem, mas não queria ficar longe. Sinto que ele precisa de mim. Todas as pessoas que me contratam é por que realmente precisam e eu sei que algo nele o torna inseguro.

- Está nas suas mãos, mas eu acho que você precisa evoluir. Deixar certos medos para trás. Uma ereção te pôs em pânico, imagina o resto.

- Não foi isso Amanda. É que as coisas não deveriam ter sido como foram.

- Você beijou o cara e queria que ele fizesse o quê? Te empurrasse? Não amiga. Homem tem instinto e ele não é diferente.

Juliette ficou ali com seus pensamentos e depois de um tempo passou uma mensagem para Rodolffo.

"Oi. Podemos conversar?".

...

Pinturas e disfarcesOnde histórias criam vida. Descubra agora