Capítulo 16

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Juliette estava vendo televisão quando a campainha tocou e ela levantou-se rapidamente.

- Amanda, esqueceu a chave de novo? - foram com essas palavras que ela abriu a porta e deu de cara com Rodolffo.

- A Amanda me permitiu subir.

Juliette deu as costas e fez um pedido.

- Vai embora por favor.

- Diz isso olhando nos meus olhos.

Juliette virou e quase deu um tapa em Rodolffo, mas ele conseguiu segurar o seu braço.

Ela se soltou e começou a falar:

- Não veio aqui me pedir perdão, não é?

- Vim. Eu preciso do seu perdão e de você na minha vida.

- Nunca mais. Eu confiei em você como nunca foi com outro, mas já que você foi covarde e não terminou comigo, eu digo a palavra final: acabou.

Juliette já estava com olhos em lágrimas e Rodolffo também ficou.

- Não é o quê você está pensando. Eu sei que foi errado o meu modo de agir, mas...

- Termina seu fraco! Você é um covarde. Um imbecil. É uma bela pintura, mas isso não passa de um disfarce mal feito.

- Há 14 anos atrás eu vivi o momento mais doloroso da minha vida. Eu tinha só 17 anos e tinha acabado de entrar na faculdade, nessa época também conheci uma garota especial. Nós nos envolvemos de todas as formas possíveis e ela ficou grávida.

O jeito que ele contava isso deixou  Juliette de boca aberta.

- Éramos jovens demais e aquela criança não era esperada, mas eu queria assumir os dois. Nessa época eu era corajoso. Mas ela me pediu um tempo e nisso a barriga dela começou a crescer. Eu a pressionei para que juntos pudéssemos contar a novidade as nossas famílias, mas não aconteceu.

Ele fez uma pausa e depois continuou.

- Ela tirou a própria vida e eu quase tirei a minha também. Foi um tempo difícil, eu tranquei o semestre, tomei remédios fortíssimos e quando me recuperei um pouco, foquei unicamente no meu profissional. Eu precisava vencer para preencher o vazio que ficou, mas isso nunca aconteceu, até você chegar. Você me faz bem e eu sinto saudades suas.

- Eu vou fazer igual você fez. Focar unicamente no meu profissional. Isso vai preencher as lacunas que há em mim.

- Juliette não pode me perdoar?

- Perdoar eu até posso, mas te querer de novo não. Espera mais 14 anos e vê se acontece alguma coisa.

- Não fala assim Juliette. Eu abri a minha vida para você e faz esse tipo de comparação?

- Vai embora, se não vai criar raiz aí.

- Não vou te esquecer tão cedo. Do meu jeito errado, eu te amo.

- Não amo homens fracos. E pensar que eu fiquei encantada por você. - Juliette aproximou-se com o dedo em riste e provocou Rodolffo. - Se está a 14 anos sem ter uma mulher, no que depender de mim vai morrer sem ter.

- Quer me humilhar? Eu aceito por que sei o quê você quer com isso. O nosso desejo está cada vez mais aceso e essa chama não vai apagar tão cedo.

- Outro vai apagar a minha, a sua eu não sei.

- Você é cruel quando quer.

- Aprendi com o melhor dos professores universitários.

- Vamos ver se aprendeu direitinho. Eu adoro reprovar um mal aluno. - ele deu as costas e estava pronto para ir embora até que Juliette começou a gritar.

- Imbecil! Seu estúpido!

Rodolffo ficou bem próximo dela e passou o braço pela sua cintura.

- Vamos parar com isso.Afinal não existe amor sem briga.

Essa frase foi suficiente para Rodolffo ter a iniciativa de beijar Juliette.

...

Pinturas e disfarcesOnde histórias criam vida. Descubra agora