Capítulo 06

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- Pai! - Rodolffo foi até o senhor e o abraçou forte.

- Foi fantástico filho. Impecável.

- Obrigado pai. Vem conhecer a minha namorada. Pai essa é a Juliette, amor esse é o Jorge, meu pai.

Eles deram as mãos e sorriram um para o outro.

- É um prazer seu Jorge.

- Igualmente Juliette.

Seu Jorge olhou para o filho e para Juliette, fazendo um sutil comentário:

- Um belo casal.

- A Juliette é biomédica pai.

- Que bom.

Seguiram os três ao encontro do restante da família e todos estavam empolgados. Depois foram para um restaurante e ali aguardaram o almoço.

A irmã de Rodolffo, que chama-se Renata, foi quem mais fez perguntas, mas eles tiraram de letra. Juliette já sabia o quê responder e praticamente dava as mesmas respostas em todos os encontros.

- O quê precisa para trabalhar na sua área? - Rodolffo perguntou quando a sua família ficou distante.

- Uma oportunidade.

Ele a olhou sério e ela voltou a falar.

- Eu sei que as coisas funcionam muito para quem tem amigos influentes e não os tenho.

- Não tenho tantos amigos influentes por que sou um simples professor universitário, mas eu posso te ajudar.

- Se me ajudar, eu também te ajudo. Podemos namorar de mentira por uns meses e eu não te cobro nada por isso.

Rodolffo tomou um gole de água e lhe lançou uma proposta:

- Se eu conseguir um trabalho que você atue na sua área está disposta a sair dessa vida...

- Escute bem... "Dessa vida" soa muito mal. Eu não sou uma garota de programa.

- Eu não estou dizendo isso.

- Pois não use mais esse termo. Eu só sou acompanhante e estou te propondo uma amizade com benefícios. Eu te ajudo e você me ajuda.

- Vou tentar Juliette.

Os pais ficaram mais próximos e Juliette segredou:

- Seus pais são tão leves. Tem certeza que eles não iam entender a sua opção?

- Hein? - ele não entendeu o quê ela disse.

- A sua orientação sexual. Você é um cara massa e um bom filho, ser gay não é defeito.

- Juliette eu não...

Todo mundo chegou na mesa e ela disse baixinho:

- Eu te entendo. Falta coragem, não é?

Rodolffo ficou com a resposta entalada e nada disse.

Juliette estava bem entrosada com a família e todos gostavam dela, mas Verônica notou o filho pensativo:

- O quê foi meu filho?

- Nada mãe. Está tudo bem.

- Está feliz com a Juliette?

- Estou. Ela é linda, não é?

- A beleza exterior de nada vale se a interior não estiver presente. Você tem planos com ela?

- Ainda é cedo. Eu quero fazer o doutorado. Ela pensa em investir em algo privado. São muitos planos.

- Eu entendo, mas só de te ver feliz isso me basta. Afinal já sou vovó.

- Ah é... Então se eu tiver um filho um dia a senhora não vai se empolgar? Muito obrigado pela consideração mãe.

Juliette tinha bons ouvidos e ouviu um pouco da conversa.

- Claro que eu vou, mas não sei se a sua namorada é a mulher ideal. Repare bem. Ela não gosta de bebês.

Juliette estreitou os olhos e se ofereceu para pegar Eulália no colo. Em outra oportunidade ela nunca faria isso, mas sempre gostava de afrontar quem tentasse lhe limitar.

Eulália foi risonha ao colo de Juliette e  Verônica ficou olhando.

- Olha amor... Ela gostou de mim. - ela disse se sentando junto a Rodolffo e os dois brincavam com Eulália.

Ficaram reunidos até às 14 horas e depois Rodolffo ofereceu carona a Juliette que dessa vez não recusou. Mas não lhe trouxe ao endereço certo e sim a um prédio uma quadra antes do seu.

- Eu te avalio no aplicativo e só assim você recebe o seu pagamento?

- Isso mesmo. Espero que tenha gostado da minha companhia.

- Eu gostei, mas sei se você gostou de ficar com a minha família.

- Gostei sim. Eu fui bem tratada e foi um bom dia.

- Não vou esquecer do que te prometi, mas gostaria de saber se tem algum compromisso amanhã a noite?

- Não tenho hábito de trabalhar a noite. Raras são as excessões. Mas eu posso abrir uma para você.

- É um aniversário de um amigo meu. Só pessoas de bem e mais pacatas. Tem médicos nessa festa e é bom que você circule por ambientes que possam te trazer oportunidades.

- Eu vou contigo. E nem precisa pagar. Faço questão.

- Faço questão de pagar. Eu sei que não se trabalha nisso se não precisar.

- Muito obrigada por me entender.

Juliette deu um beijo no rosto de Rodolffo e ele sorriu. Ela abriu a porta do carro e saiu.

- Nos falamos sobre amanhã. Tchau.

- Tchau Juliette. Até amanhã.

Rodolffo sumiu e Juliette foi caminhando até em casa.

...

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