Duas semanas depois...
Juliette e Jorge passaram a se ver diariamente desde o primeiro encontro até que um dia ele a procura no posto de combustível e lhe avisam:
- Ela não estava se sentindo bem hoje. Foi no hospital e está em casa. - informou o João ao Jorge.
Jorge saiu cantando pneu e João ficou olhando.
- Tá vendo aí companheiro... Ela se acertou com o coroa pai da criança dela. Ainda bem que cê caiu fora logo João.
- Eu não imaginava que ela gostasse de homens mais velhos.
- Dinheiro João... Dinheiro.
- A Juliette é uma boa moça. Não acredito nisso vindo dela.
...
Jorge chegou em minutos no local que Juliette morava, mas não contava que ela teria visitas.
- E você é quem? - falou rude Bernardino, pai de Juliette abrindo a porta.
- E o senhor quem é?
- Sou o pai de Juliette e estou aqui na cidade com a mãe dela.
- Eu sou o outro avô da Ana Clara.
Bernardino estreitou os olhos e segurou no colarinho de Jorge.
- Escute aqui cabra de peia... Cadê o infeliz do seu filho?
Jorge se tremeu na base e com a voz trêmula respondeu:
- Ele não está aqui.
- Estou vendo que não tá. Acha que eu sou um burro é?
Bernardino empurrou Jorge com violência e ele caiu no chão.
- Cadê a Juliette?
- Minha fia está no hospital com a mãe dela. Tem perigo da menina nascer antes do tempo. E eu quero o infeliz do seu filho aqui e agora.
- Eu... Eu...
- O senhor busque ele no inverno, mas traga ele aqui por que se eu for buscar, não deixo esse almofadinha do caramba vivo. Entendeu? E o mesmo valor para o senhor.
- Eu posso ir para o hospital.
Bernardino deu outro empurrão em Jorge.
- Pode sim. Se o senhor fizer questão te mando para lá agorinha. - ele aregassou as mangas da camisa. - Na minha terra a gente é humilde mas tem brio de homem. Não abandona uma mulher grávida assim. A minha fia está doente de trabalhar.
- Eu me ofereci para lhe dá tudo que ela precisasse.
- O senhor não é o pai da criança, então não tome as dores para si. Eu quero o seu filho aqui e se ele tiver em Portugal que ele deixe tudo lá, se não vai dá muito ruim.
Nisso o telefone de Jorge toca e incrivelmente era Rodolffo. Bernardino viu por que o aparelho estava no chão e ele sabia ler. Jorge tentou tomar o aparelho, mas o pai de Juliette era mais forte e mais rápido.
- Escuta aqui, foi você que mexeu com a minha fia?
- Alô... Quem está falando?
- Eu sou o pai da Juliette.
Rodolffo ficou em silêncio.
- Cê tá em Portugal? Se tiver embarque para cá que sua fia tá pra nascer. Não é de tempo e Juliette está doente.
- Meu Deus...
- Se não quiser se encontrar com ele antes da hora vem ver a minha fia. Seja homem...
- Me diz o hospital pelo o amor de Deus.
Bernardino disse tudo e Jorge ficou em completo silêncio. Quando a ligação foi encerrada, Bernardino quebrou o celular de Jorge no chão.
- Velho safado! O seu filho estava aqui e mentiu para a minha fia. Não sente vergonha?
- Rodolffo não merece essa alegria. Ele perdeu a Juliette por que quis.
- E cê já ouviu um ditadim que diz: que en briga de marido e muié ninguém mete cuié. É isso. Não é da sua conta e a minha fia ainda gosta do seu fio. Não está fazendo nada certo.
Jorge saiu dali com fúria e Bernardino ficou muito contrariado. Depois recolheu alguns pertences que sua esposa havia pedido e foi até o hospital.
...
Bernardino e Rodolffo se encontraram na recepção do hospital quando disseram em coro que queriam ver a paciente Juliette.
- Eu sou o pai dele e ele é o pai da criança dela. Deu pra entender moça? - Bernardino disse do jeito bruto dele.
- Não podemos liberar nenhum dos dois no momento. A mãe dela é a acompanhante registrada.
- Minha muié vem e esse aí entra. De acordo vara de cutucar estrela? - ele se referiu a Rodolffo.
- Sim.
A recepcionista informou a troca e a mãe de Juliette veio para Rodolffo entrar.
- Como ela está dona Marluce?
- Está sedada. Ela não pode ter a bebê agora. Ainda não é tempo. Ela fez recentemente os sete meses. Por favor não estresse Juliette.
- Eu juro que não vou.
Rodolffo não pensava muito no que poderia acontecer quando Juliette acordasse. Ele só precisava vê-la e saber que estava vivendo algo real e não um sonho.
Chegou no quarto que foi informado e ela estava dormindo. Ela estava ainda mais bonita do que antes e a sua barriguinha estava bem evidente.
- Ôh meu Deus... - ele disse ao ver claramente a barriga mexer e Juliette abrir os olhos lentamente.
- Rodolffo... - ela disse com a voz fraca.
- Estou aqui. Dorme... Descansa.
Ela fechou novamente os olhos e ele leu a ficha de internamento.
"Juliette, 23 anos, 29 semanas de gestação, bebê sexo feminino."
...
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Pinturas e disfarces
FanfictionUma história inventada, reinventada e feita por dois.