Rodolffo estava de banho tomado e muito cheiroso quando se aproximou de Juliette e acenou para as meninas que saiam.
Juliette reparou em tudo nele e por coincidência ou não, a camisa que ele usava era a mesma da noite do seu aniversário. Ele estava sem óculos e tinha a barba muito bem feita.
Do período que namoraram, essa era uma das coisas que ela mais elogiava nele. Apesar que ele não precisava se esforçar muito para ser bonito, era natural dele e até mesmo tímido Rodolffo ainda se destacava.
- Terminou a sua análise? - ele disse se aproximando mais dela. - Você também está linda e cheirosa. É uma pena que você não quer aproveitar a oportunidade que nos deram. Podíamos ficar em paz, assistir um filme e namorar com cautela e moderação.
- Não diz isso...
- Por que não? Eu quero isso. Namorar a mãe da minha filha e ficar junto de vocês duas. Não quero que vá embora depois de dá a luz, esse apartamento também é seu.
- Se é assim por que fez aquilo?
- Imaturidade. Insegurança desnecessária. Eu me importava com coisas que hoje não faz mais sentido. Que importa o meio pelo qual eu te achei? Isso não diz respeito a ninguém. Eu aceito a nossa história e não tenho vergonha dela.
- Mas eu tenho. Queria ter te conhecido de outra forma.
- Nós demos significado a algo que poderia ser banal. Agora temos a Ana. - Juliette sentiu as mãos de Rodolffo na sua barriga e um beijo dele na sua testa. - Me dê uma nova chance... Perdoe o meu erro. Eu te amo e amo a nossa filha.
Juliette colocou os braços nos ombros dele e o abraçou.
- Devagar... É assim que tem que ser Rodolffo para que a gente possa tentar de novo.
- Então me perdoa?
- Desde que ouvi o som do coração da nossa filha pela primeira vez, eu tive certeza que não havia mais mágoa... Tristeza sim, mágoa não.
- Vem meu amor... Eu quero começar o nosso novo relacionamento de hoje. - ele segurou a mão dela e levou para o quarto.
No ambiente, o ar condicionado foi ajustado, a TV foi ligada. Rodolffo ajudou Juliette a trocar o vestido por uma camisola e ele ficou apenas de short. Debaixo da cobertas, eles ficaram juntos e escolheram um filme romântico.
- Me perdoa por hoje de manhã? Eu errei muito.
- Eu sei que estava falando aquilo para fugir de mim. Não levei a sério, mas falei sério. Vamos fazer um combinado definitivo?
- Sim.
- Nunca usaremos a Ana para nos atingir. - ele fez carinho na barriga de Juliette. - Você é tão forte por ter enfrentado tanta coisa sozinha, mas eu queria ter chegado antes. Obrigado por não desprezar a nossa filha e dá a oportunidade dela de viver.
- Eu amo a Ana tanto quanto eu amo você.
Rodolffo tomou a iniciativa de um beijo e Juliette o correspondeu. Depois disso, voltou a falar:
- Vamos nos apoiar e cuidar do nosso bem mais precioso, mas acima de tudo do nosso sentimento como casal.
- Sim e tudo o quê eu mais queria agora era ser plenamente amada por você.
- Eu também queria, mas só de ter paz nessa noite, já tenho tudo.
...
Marluce chegou ainda cedo e abriu a porta do quarto da filha lentamente. Rodolffo e Juliette dormiam enquanto a TV ainda estava ligada. Ela sorriu e sabia que a filha estava protegida.
...