Capítulo 35

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Juliette e Marluce chegaram no apartamento de Rodolffo e a espera delas tinha praticamente uma festa. E a primeira pessoa a recepciona-las foi uma eufórica Eulália que se agarrou nas pernas de Juliette.

- Oi linda. Tudo bem?

- Titia... Bebê?

- Titia está esperando um bebê sim pequena.

Sem que ninguém pudesse impedir, Juliette pôs Eulália no colo.

- Por Deus você não pode... - Renata tentou tirar a filha do colo de Juliette e ela não deu ouvidos.

Mas Rodolffo pegou a sobrinha de seguida.

- Pense na Ana...

- Eu estou bem...

- O repouso Juliette, por favor.

Eulália chorou e o tio consolou. Verônica e Renata deram um abraço em Juliette, depois em Marluce, mas Eulália era a única pessoa com a qual Juliette queria interagir e foram brincar no sofá.

- Ela está realmente bem filho? - perguntou Verônica secretamente.

- Ela não deve estar muito feliz de voltar aqui. De ser isso...

- Vocês precisam se acertar Rodolffo.

- É tudo que eu mais quero, mas não vou forçar nada agora.

- A mãe dela veio por quê? Isso vai atrapalhar vocês dois.

- Ela quer a mãe aqui e eu não me oponho. Só desejo que ela me aceite de volta.

Rodolffo instalou Juliette no quarto dele, Marluce no de hóspedes e ele ficou no que considerava o quarto da leitura.

Com o cair da noite, Marluce já muito cansada foi a primeira a dormir e lá para as tantas, Juliette começou a chamá-la e sem sucesso.

- Sua mãe está dormindo. O quê está sentindo? - ele disse entrando alarmado.

- Tenho cãibra na perna. Ai...

Rodolffo trouxe um gel de massagem e fez movimentos para desfazer o nó formado pela cãibra. Juliette estava deitada de lado na cama e olhava com atenção para a mão habilidosa de Rodolffo.

- Como se sente agora?

- Melhor.

- Sente dor nas costas?

- Só um pouquinho.

- Quer uma massagem?

- Pode ir dormir... Eu te acordei e a minha mãe continua dormindo.

- Não tem nenhum problema. - Rodolffo foi suavemente deitando de frente a Juliette. - Eu quero cuidar de vocês. Quero que me diga tudo o quê sente e o quê puder fazer para te ver feliz com certeza farei.

- O seu pai... Eu não quero que ele venha aqui.

- Por que não quer?

- O Jorge é falso. - ela ficou um pouco trêmula e Rodolffo colocou a mão no seu rosto.

- Se abre... Diz para mim o quê ele fez.

- Eu acho que ele estava confundindo as coisas. - Juliette fez careta e fechou os olhos. - Seu pai tentou me beijar. Eu não consigo tirar isso da minha mente. Como ele pode tentar isso comigo?

- Ele é um canalha. Um monstro.

- Eu confiava tanto nele. Como se ele fosse meu próprio pai. Me senti mal e ele ainda impôs força.

- Ele vai se ver comigo. Ah se vai...

- Não! - Juliette tocou o rosto de Rodolffo. - Não faça nada.

- Ele tentou violar a minha mulher e eu não posso admitir isso.

Juliette chorou e Rodolffo a abraçou. Ela não resistiu ao contato ficando assim por minutos. Com movimentos sutis eles foram se encaixando perfeitamente para se permitirem a um beijo.

Molhado, cheio de carinho, de saudades e também de desejos.  Ambos ficaram em silêncio quando se separaram e Juliette adormeceu com os afagos de Rodolffo. 

...

Pinturas e disfarcesOnde histórias criam vida. Descubra agora