Rodolffo ainda estava esperando a refeição quando o seu telefone tocou a notificação de mensagem.
Ele leu e o pai viu seu semblante mudar. Rapidamente digitou uma mensagem:
"Oi. Podemos assim que eu voltar para o apartamento, agora estou almoçando com meu pai."
Seu Jorge leu a mensagem e ficou indignado.
- Meu filho por favor... Isso é mensagem para uma namorada?
- Pai...
- Desse jeito vai morrer solteiro. Convide ela para vir almoçar conosco.
- Pai não é necessário.
- Convida Rodolffo.
Rodolffo digitou uma nova mensagem:
" Ao menos que você queira vir almoçar conosco. Se quiser eu vou te buscar."
Rodolffo só fez isso para agradar o pai. Mas a resposta foi diferente do que ele imaginou.
"Eu vou me arrumar. Vou te passar a localização e você vem pelo GPS."
Um sorriso sutil fez seu pai vibrar.
- Eu vou buscar ela pai. Nos espera, não é muito longe daqui.
Jorge sorriu ao ver o filho sair.
...
No apartamento de Juliette e Amanda.
- Eu vou almoçar com o Rodolffo e não sei que horas volto. Nós precisamos conversar.
- Vai em paz Juliette. Conversar é muito bom para arejar as ideias.
- Não sei como vou olhar para ele, mas vou mesmo assim.
Amanda deu um abraço e um beijo no rosto da amiga.
- Normalize sentir Juliette. Ninguém é uma máquina. Sinta e se permita. E ele vai te achar linda, mesmo com esse rosto inchado.
- A maquiagem não disfarçou?
- Não totalmente, mas esquece isso.
Juliette desceu antes que Rodolffo chegasse e estava ansiosa na portaria até que o viu chegar e foi logo ao seu encontro.
- Oi... Estou pronta.
Rodolffo olhou para ela e lhe deu um sorriso suave.
- Então vamos.
Ainda tinha uns metros da portaria a saída e Juliette tocou na mão de Rodolffo. Ele entendeu o recado e entrelaçou seus dedos nos dela, só se soltando quando foi abrir a porta do carro para ela entrar.
Seguiram em silêncio, mas na chegada do restaurante refizeram o mesmo ritual e Jorge ficou feliz.
- Que bom que está aqui Juliette. Esse cabeça dura estava todo pessimista.
- Foi só um desentendimento. Já passou, não é amor?
- Já amor. - ele deu um beijo na mão dela e depois disso tudo ficou mais leve.
Jorge viu o rosto de Juliette inchado e os olhos vermelhos do filho e concluiu que ambos estavam sofrendo pelo desentendimento.
...
Ficaram no restaurante até às 14 horas e depois disso seu Jorge se despediu do casal.
Rodolffo e Juliette ficaram um pouco sem jeito, mas depois se reorganizaram.
- Para onde vamos agora? - Rodolffo perguntou a Juliette.
- Não sei. Me diz um bom lugar para ir.
- Gosta de ir ao cinema? Eu sempre ia aos domingos, mas tem muitos anos que não vou.
- Vamos. Ainda há muito desse domingo.
Juliette e Rodolffo não sabiam o quê falar e nem como falar. Então na sala de cinema talvez conseguissem expor o quê estava entalado.
Ambos escolheram uma comédia e sentaram lado a lado.
- Eu quero que a gente continue com isso. Seu pai gosta de mim e eu também gostei da sua família. Nós podemos ser amigos, não podemos?
- Sim. Mas eu quero te fazer um pedido.
- Faz...
- Vou conseguir um trabalho adequado para você, mas terá que deixar esse de acompanhante. Alguém pode te reconhecer e não é bom.
- Estou decidida a parar.
- Eu te ajudo no que for necessário. Não sou rico, mas tenho como te auxiliar no início.
- Não. Isso eu não quero.
- Quer sim. Nós somos amigos ou não somos?
Juliette olhou bem para Rodolffo e ele tentou não olhá-la.
- Somos.
- Então... Me deixa te ajudar. Faço de coração. Não há segundas intenções.
Juliette sentiu que Rodolffo falava a verdade e talvez ela tivesse mais segundas intenções do que o próprio Rodolffo.
- Eu aceito.
Rodolffo lhe sorriu e ela também abriu o sorriso.
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Pinturas e disfarces
أدب الهواةUma história inventada, reinventada e feita por dois.