Capítulo 10

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Rodolffo ainda estava esperando a refeição quando o seu telefone tocou a notificação de mensagem.

Ele leu e o pai viu seu semblante mudar. Rapidamente digitou uma mensagem:

"Oi. Podemos assim que eu voltar para o apartamento, agora estou almoçando com meu pai."

Seu Jorge leu a mensagem e ficou indignado.

- Meu filho por favor... Isso é mensagem para uma namorada?

- Pai...

- Desse jeito vai morrer solteiro. Convide ela para vir almoçar conosco.

- Pai não é necessário.

- Convida Rodolffo.

Rodolffo digitou uma nova mensagem:

" Ao menos que você queira vir almoçar conosco. Se quiser eu vou te buscar."

Rodolffo só fez isso para agradar o pai. Mas a resposta foi diferente do que ele imaginou.

"Eu vou me arrumar. Vou te passar a localização e você vem pelo GPS."

Um sorriso sutil fez seu pai vibrar.

- Eu vou buscar ela pai. Nos espera, não é muito longe daqui.

Jorge sorriu ao ver o filho sair.

...

No apartamento de Juliette e Amanda.

- Eu vou almoçar com o Rodolffo e não sei que horas volto. Nós precisamos conversar.

- Vai em paz Juliette. Conversar é muito bom para arejar as ideias.

- Não sei como vou olhar para ele, mas vou mesmo assim.

Amanda deu um abraço e um beijo no rosto da amiga.

- Normalize sentir Juliette. Ninguém é uma máquina. Sinta e se permita. E ele vai te achar linda, mesmo com esse rosto inchado.

- A maquiagem não disfarçou?

- Não totalmente, mas esquece isso.

Juliette desceu antes que Rodolffo chegasse e estava ansiosa na portaria até que o viu chegar e foi logo ao seu encontro.

- Oi... Estou pronta.

Rodolffo olhou para ela e lhe deu um sorriso suave.

- Então vamos.

Ainda tinha uns metros da portaria a saída e Juliette tocou na mão de Rodolffo. Ele entendeu o recado e entrelaçou seus dedos nos dela, só se soltando quando foi abrir a porta do carro para ela entrar.

Seguiram em silêncio, mas na chegada do restaurante refizeram o mesmo ritual e Jorge ficou feliz.

- Que bom que está aqui Juliette. Esse cabeça dura estava todo pessimista.

- Foi só um desentendimento. Já passou, não é amor?

- Já amor. - ele deu um beijo na mão dela e depois disso tudo ficou mais leve.

Jorge viu o rosto de Juliette inchado e os olhos vermelhos do filho e concluiu que ambos estavam sofrendo pelo desentendimento.

...

Ficaram no restaurante até às 14 horas e depois disso seu Jorge se despediu do casal.

Rodolffo e Juliette ficaram um pouco sem jeito, mas depois se reorganizaram.

- Para onde vamos agora? - Rodolffo perguntou a Juliette.

- Não sei. Me diz um bom lugar para ir.

- Gosta de ir ao cinema? Eu sempre ia aos domingos, mas tem muitos anos que não vou.

- Vamos. Ainda há muito desse domingo.

Juliette e Rodolffo não sabiam o quê falar e nem como falar. Então na sala de cinema talvez conseguissem expor o quê estava entalado.

Ambos escolheram uma comédia e sentaram lado a lado.

- Eu quero que a gente continue com isso. Seu pai gosta de mim e eu também gostei da sua família. Nós podemos ser amigos, não podemos?

- Sim. Mas eu quero te fazer um pedido.

- Faz...

- Vou conseguir um trabalho adequado para você, mas terá que deixar esse de acompanhante. Alguém pode te reconhecer e não é bom.

- Estou decidida a parar.

- Eu te ajudo no que for necessário. Não sou rico, mas tenho como te auxiliar no início.

- Não. Isso eu não quero.

- Quer sim. Nós somos amigos ou não somos?

Juliette olhou bem para Rodolffo e ele tentou não olhá-la.

- Somos.

- Então... Me deixa te ajudar. Faço de coração. Não há segundas intenções.

Juliette sentiu que Rodolffo falava a verdade e talvez ela tivesse mais segundas intenções do que o próprio Rodolffo.

- Eu aceito.

Rodolffo lhe sorriu e ela também abriu o sorriso.

Pinturas e disfarcesOnde histórias criam vida. Descubra agora