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Yumi On

Caminhava em direção ao restaurante de sempre, com um sorriso que eu mal conseguia conter. E quem não sorriria? Hoje, eu estava prestes a remover a maior pedra no meu caminho — e no de Mikey. O que mais poderíamos querer?

Assim que entrei, meus olhos varreram o lugar em busca de Kamilla. Somos amigas há quase três anos, e o que nos uniu foi a capacidade dela de ser uma verdadeira víbora com quem não gostava. Talvez seja esse o nosso laço mais forte: o veneno.

Yumi: Kami, querida! Quanto tempo.

Kamilla não demorou a responder, seu tom frio e direto, como sempre.

Kamilla: O que você quer, Yumi? Como vamos tirar aquela garota repugnante do nosso caminho?

Ah, Kamilla… Sempre tão prática. Era exatamente por isso que ela era perfeita para o que eu tinha em mente.

Yumi: Adoro como você vai direto ao ponto. Por isso te escolhi para me ajudar.

Ela revirou os olhos, mas com um sorriso malicioso, recostando-se na cadeira.

Kamilla: Fala logo. Ainda preciso ir às compras.

Yumi: Temos duas opções. A primeira é a mais simples: damos um jeito de mandá-la de volta para o país dela. Ou, quem sabe, até juntá-la com o Mikey. Tanto faz para mim. Mas… — pausei, deixando meu sorriso se alargar, saboreando cada palavra — a segunda é a minha favorita.

Kamilla: Deixa eu adivinhar… Matamos ela?

O tom despreocupado dela me fez rir. A perspicácia de Kamilla era uma das minhas qualidades favoritas.

Yumi: Como você sabia? — falei em tom zombeteiro. — É uma ideia fantástica, não acha?

Kamilla: Com certeza. Mas como faríamos isso?

Yumi: Bem, vai haver uma festa em comemoração aos Black Dragons. Durante a festa, podemos fazer com que ela "acidentalmente" caia da escada e bata a cabeça em uma quina de mesa… ou, quem sabe, ela pode simplesmente se cansar da vida e pular do último andar.

Kamilla: Ou você pode usar uma arma.

A sugestão dela me fez arquear as sobrancelhas. Ela era boa. Muito boa.

Yumi: Uma arma… Sim, é uma excelente alternativa. Mas para isso, preciso de distrações. E aí, minha querida, você entra em cena. Não podemos levantar suspeitas, entende?

Kamilla deu um sorriso sombrio, satisfeita.

Kamilla: Parece perfeito. Vamos com essa última opção, minha cara Yumi.

Narradora On

Os dias se passaram, e logo as aulas começaram. Enquanto todos se preparavam para a nova rotina, Yumi e Kamilla já tinham seus planos em andamento, aguardando apenas o momento certo para agir.

Emma e Mitsuya observavam Yumi de longe, cientes de que algo estava para acontecer. Eles eram discretos, mas ao mesmo tempo estavam sendo vigiados por duas figuras conhecidas.

Shin: Ainda não acredito que Mikey está envolvido em algo tão baixo assim… — havia repulsa e desprezo na voz dele, ecoando sua decepção com o irmão mais novo.

Waka: Calma, cara. Às vezes, Emma e Takashi podem ter entendido errado e tirado conclusões precipitadas.

Shin: Não sei, Waka. Eles não se empenhariam tanto se tivessem entendido errado.

Wakasa não tinha argumentos plausíveis para contestar o amigo, e um silêncio pesado se instalou entre eles.

Enquanto isso, Sn se empenhava em não chamar atenção na escola. Ela sempre evitava multidões e se sentia mais confortável no anonimato.

Sn: Ainda bem que pedi para minha mãe aumentar o comprimento da saia… — murmurou para si mesma com um toque de satisfação.

Batidas na porta tiraram Sn de seus devaneios.

Sn: Está aberta.

A porta se abriu, revelando Izana. Fazia alguns dias que eles não se viam, e o impacto da presença dele era inegável.

Izana: Olá, Sn. Como você está? — Sua voz baixa e suave fez o coração dela acelerar, e a tensão no ar era palpável.

Sn: Olá, Izana. Quanto tempo. Quem deixou você entrar?

Izana: Não é educado responder uma pergunta com outra, sabia? E, a propósito, foi sua mãe quem permitiu a entrada. Ela me disse que você estava no quarto e que eu poderia subir. — Ele se aproximava lentamente, cada passo diminuindo a distância entre eles, enquanto Sn prendia a respiração sem perceber.

Sn: Ela disse isso, é? Mas quem disse que eu quero sua presença aqui? — provocou, sabendo exatamente o efeito que suas palavras causariam.

Os olhos de Izana brilharam com uma mistura de diversão e luxúria.

Izana: Se você não me quisesse aqui, seu corpo não reagiria assim, querida. — Ele murmurou, deslizando os dedos lentamente pela mão dela. — Você não estaria me olhando desse jeito, nem ofegante como agora… Não me desejaria tanto quanto eu desejo você. — O tom da voz dele era carregado de confiança e, ao mesmo tempo, quase predatório.

Sn: Izana… — o nome escapou dos lábios dela em um sussurro, os olhos fechados com força enquanto sua respiração se tornava mais pesada.

Izana: Viu só? Eu não preciso de muito para que você fique assim, tão entregue. Poucos toques, e já a tenho em minhas mãos. — Ele deixou um beijo suave no pescoço dela. — Mas, hoje, não vim só por isso. Vim te convidar para sair. O que acha?

Sn: Sim… é uma boa ideia. — As palavras escaparam de sua boca sem filtro, e Izana sorriu vitorioso, percebendo o controle que tinha sobre ela.

Izana: Ótimo. Amanhã eu passo para te buscar. Vamos jantar em um lugar especial, querida. — Ele deixou um beijo leve na bochecha dela, mas antes que pudesse se afastar, Sn o puxou para um beijo nos lábios.

O selar rapidamente se transformou em algo mais intenso, e ambos só se separaram pela falta de ar.

Izana: Te vejo amanhã, querida. — Com um último sorriso satisfeito, ele saiu do quarto.

Sozinha, Sn ficou encarando a porta, as bochechas coradas e o coração ainda acelerado.

Sn: O que eu fiz? Por que eu o beijei? — murmurou, confusa, mas sem nenhum arrependimento.

Beijos. Até o próximo capítulo ✨.

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