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Narradora on

Yumi: Agora você não parece tão corajosa, amorzinho. — Ela disse, pisando com força no rosto da garota que estava inconsciente no chão.

Kamilla: Vamos logo, Yumi! Se alguém desconfiar de nós, temos que agir rápido! — Sua voz áspera fez Yumi parar por um instante, como se fosse possível sentir o peso da urgência nas palavras de sua comparsa.

Yumi: Certo, vamos. — Ela assentiu, com um sorriso cruel, e as duas arrastaram a jovem sem vida para o barracão, onde esperaram pacientemente até que ela acordasse.

Quando a garota finalmente abriu os olhos, o primeiro rosto que viu foi o de Yumi, que sorria de forma triunfante.

Yumi: Finalmente acordou, docinho! Achei que a pancada tivesse te matado. — Seu sorriso cresceu ainda mais ao ver que a garota a fitava com o olhar perdido. — Que feio, não vai me responder? Ops, você não pode falar com isso na boca.

O sarcasmo de Yumi transbordava a cada palavra, enquanto sua expressão se tornava ainda mais insuportável.

Com um gesto brusco de Yumi, Kamilla se aproximou e retirou o pano que amordaçava a jovem. A garota não falou nada, apenas manteve seu olhar fixo em Yumi, como se estivesse guardando suas forças para algo maior.

Yumi: Tadinha, está tão assustada que nem consegue falar... — Ela zombava novamente, a voz doce e venenosa.

Kamilla, impaciente, deu um soco na garota, que deu uma risada amarga, surpreendendo as duas.

Kamilla: Agora, ratinha, vou começar a cobrar os atrasados que você me deve desde o momento que apareceu em nossas vidas.

Sn gargalhou, a risada amarga e fria, deixando Yumi e Kamilla ainda mais incrédulas.

Sn: Quando eu me soltar, e isso não vai demorar... tenham certeza de que vocês vão se arrepender. — Sua gargalhada, seca e cheia de veneno, ressoou no barracão, como se ela estivesse maquinando algo muito mais perigoso do que imaginavam.

Yumi e Kamilla ficaram em silêncio por um momento, observando a garota amarrada. Mas logo a fúria voltou a dominá-las e, sem mais palavras, começaram a bater nela, mas Sn não cedeu. Não chorou, não se curvou diante da dor como elas esperavam.

Cansadas, as duas se afastaram, voltando a amordaçar a jovem novamente.

Yumi: Até amanhã, ratinha. — Ela disse, saindo com um sorriso vitorioso, antes de fechar a porta do barracão.

A garota ficou sozinha, envolta na escuridão. Com as últimas forças, tentou se soltar, mas sua tentativa foi em vão. A frustração aumentava, mas ela não desistia. As horas pareciam se arrastar lentamente, deixando a tensão crescer a cada segundo.

Ela não demonstrava mais nenhuma emoção, mas dentro de sua mente, um plano se formava. Sn tinha certeza de uma coisa: Yumi e Kamilla iriam pagar, e ela estaria à frente delas no momento da queda.

Na empresa de Saito

Saito e a mãe de Sn estavam em uma discussão acalorada. Alice tinha certeza de que havia entregue o trabalho, mas o problema era que ele não estava em nenhum dos computadores da empresa.

Alice: Se duvida tanto assim da minha palavra, sugiro que olhemos as câmeras. Eu terminei o trabalho ontem pela manhã, e você devia saber disso melhor que ninguém, já que foi você mesmo quem revisou os arquivos antes de eu salvá-los! — O tom de sua voz mostrava que ela estava perdendo a paciência.

Saito não tinha escolha a não ser concordar. Sem hesitar, começou a analisar as imagens com ela.

Enquanto vasculhavam as gravações, algo os chocou. Saito viu sua própria irmã apagar diversos arquivos essenciais para a empresa.

Saito: Como aquela pirralha teve coragem de fazer isso... — A raiva e o desprezo eram evidentes em sua voz. — Ela vai pagar por isso.

Alice: Agora que você viu que estava certa, vamos para casa. Amanhã, eu mesma resolvo isso. — Sua voz estava firme, mas havia uma tensão latente.

Saito assentiu, sem dizer mais nada. Eles foram para casa, mas ao chegarem, não encontraram Sn, o que aumentou a preocupação de ambos. Já era tarde, e não havia sinal dela.

Diversas ligações para o celular de Sn foram feitas, mas sem sucesso.

Alice: Pega o notebook, por favor. Vou tentar rastrear o pin do celular dela...

Saito: Você sabe fazer isso? — Sua voz estava cheia de preocupação e um toque de curiosidade.

Alice: Sim, sou formada nessa área. Surpreendente seria se eu não soubesse. — A indiferença na voz dela fazia Saito perceber que, apesar da raiva, ela também estava preocupada.

Alice começou a digitar no computador. O rastreamento indicava que Sn estava perto de casa, no konbini.

Saito: Que alívio... — Ele suspirou, sentindo a tensão diminuir por um momento, antes de pegar as chaves do carro. — Vou buscá-la.

Alice concordou, mas ainda se sentia tensa. Para ela, o celular de Sn poderia estar apenas em modo "não perturbe", e ela se preparava para dar uma bronca na filha quando a encontrasse.

Na estrada

Saito prestava atenção nas calçadas enquanto dirigia, preocupado. Algo estava errado. As ruas estavam estranhamente vazias. Quando estacionou em frente ao konbini, notou que não havia movimento algum. O silêncio era perturbador.

Ele desceu do carro, a respiração ofegante e mãos suadas. Seus nervos estavam à flor da pele. Era possível que Sn estivesse dentro do local, escondida entre as prateleiras, mas ele não a via.

Ao entrar no konbini, a sensação de vazio aumentou. Se não fosse pelo atendente, o local estaria deserto.

Saito: Boa noite, essa garota passou por aqui? — Ele mostrou uma foto de Sn, tentando se manter calmo, mas seu coração batia acelerado, na esperança de que o atendente dissesse que ela estava apenas no banheiro ou a caminho de casa.

Atendente: Ela esteve aqui mais cedo, por volta das oito. — Respondeu com calma, sem notar o desespero no olhar de Saito.

Saito: Ela saiu acompanhada?

Atendente: Desculpe, senhor, mas não reparei. Estava atendendo outros clientes na hora.

O desespero de Saito aumentou. Onde Sn poderia estar agora?

Saito: Obrigado... — Ele desligou a ligação e fez uma chamada para Alice. — Querida, ela chegou em casa?

Alice: Não, a localização dela não se moveu. — A voz dela soava trêmula, um reflexo da preocupação crescente.

Saito: Você tem a localização exata dela... — Sua voz estava baixa, trêmula, repleta de angústia.

Do outro lado da linha, o som do teclado ecoava, e cada toque parecia aumentar sua tensão. Seus pensamentos corriam desordenados, e a preocupação tornava-se quase palpável. Onde estaria a jovem amante de livros que ele e sua esposa tanto conheciam? Sn havia desaparecido sem deixar rastros, e a angústia apertava seu peito como um peso insuportável.

Em um último toque no teclado, Alice suspirou do outro lado da linha.

Alice: O sinal sumiu... — Sua voz saiu quase inaudível. — Saito... onde está minha menina? Eu quero minha menina de volta.

O tremor na voz de Alice fez com que as lágrimas silenciosas começassem a escorrer pelos olhos de Saito.

Saito: Irei levar nossa menina para casa, meu amor... não se preocupe. Ela vai voltar em segurança para os nossos braços... já estou indo para casa.

Alice concordou, suspirando aliviada, e desligou a chamada.

Saito, com o coração apertado, fez uma última ligação.

Saito: Minha filha está desaparecida. A gangue pode me ajudar?



Beijos. Até o próximo capítulo ✨

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