Neve e Sangue

31

Cheguei em casa depois da aula, tomei banho e acabei pegando no sono.

Era um sono tão bom, tão profundo, tão calmo. Mas, como tudo que é bom dura pouco, fui acordada por alguém acariciando minha bochecha suavemente, me despertando.

A claridade fez com que eu fechasse os olhos algumas vezes para me acostumar.

Izana: Achei que havíamos combinado um jantar, meu bem. — Não vou mentir, ao mesmo tempo que adorei o jeito delicado dele, também me perguntava o que diabos ele estava fazendo no meu quarto. — Vamos, querida, troque-se, o restante já está reservado.

Eu ainda estava processando todas as informações jogadas no meu colo. Definitivamente, preciso conversar com minha mãe sobre deixar as pessoas entrarem em casa e irem direto para o meu quarto.

Sn: Sabia que eu podia estar dormindo sem roupa? — Foi a primeira coisa que consegui falar.

Izana: Seria uma visão divina. — Não pude evitar corar com sua resposta. — Comprei um presente para você, querida. Vou me retirar para que se troque, seja breve.

Ele simplesmente se levantou e foi embora. Olhei para o criado-mudo e vi uma sacola. Peguei-a e, ao olhar o conteúdo, encontrei um par de brincos e um colar com lindas pedras vermelhas cravejadas em finas partes douradas.

Na cama, estava estendido um vestido vermelho que ganhei recentemente da minha mãe, ao lado de um salto branco de tiras. Caminhei até o banheiro, me despindo, e tomei uma ducha morna para despertar.

Comecei a me trocar e, quando estava quase pronta, minha mãe bateu na porta, a abrindo com um sorriso.

Mãe: Oi, meu amor. — Olhei para ela com olhos julgadores, e ela soltou um riso suave. — Não me olhe assim, querida, o Izana é um bom rapaz, e eu já notei como vocês se olham.

Sn: Eu estava dormindo...

Ela gargalhou, pegando o colar das minhas mãos e o prendendo em meu pescoço.

Mãe: Divirta-se, meu amor... — Ela deixou um beijo em minha testa antes de sair do quarto.

Terminei de me arrumar e me olhei no espelho, admirando meu reflexo. Calmamente, deixei o quarto, fechando a porta, e me dirigi até a escadaria.

Quando olhei para a sala, pude dar uma boa olhada em Izana, que estava vestindo um elegante terno preto. Por baixo, era perceptível a camisa branca, e o que chamou minha atenção foi a gravata vermelha, que combinava com meu vestido.

Seus olhos encontraram os meus, e uma carga elétrica passou por todo o meu corpo. Calmamente, desci degrau por degrau, enquanto seus olhos acompanhavam cada passo.

Faltando apenas três degraus para alcançar o térreo, ele se levantou e caminhou até o início da escadaria, estendendo sua mão direita. Peguei-a sem hesitar.

Izana: Você está belíssima, querida. — Sua voz era suave, e seu toque, ao segurar minha mão, gentil.

Sn: Digo o mesmo, está belíssimo.

Saito pigarreou, e direcionamos nossos olhares para ele, que nos observava de maneira engraçada.

Saito: Quero ela de volta antes da meia-noite, Izana.

Izana: O senhor não sentirá falta dela. — Sua voz era calma, mas seus olhos transmitiam uma intensidade única.

Saito: Ok, divirtam-se.

Sn: Até mais tarde. — Acenei para ele e minha mãe, que sorriram cúmplices.

Izana me guiou até o banco do passageiro, abrindo a porta e me ajudando a sentar. Achei muito cavalheiro da parte dele. A viagem foi tranquila, e no rádio tocava uma música calma.

Quando estacionou o carro em um estacionamento ao lado de um belo restaurante, Izana desceu e abriu a porta para que eu saísse, me guiando para dentro do estabelecimento.

Ele conversou com o recepcionista, que nos conduziu até nossa mesa. O local era deslumbrante.

Sn: Aqui é lindo.

Izana: Sabia que você iria gostar. — Já estava me surpreendendo com a serenidade em sua voz. Não que ele não transmitisse serenidade, mas essa não era a impressão que eu costumava ter em nossas interações. — Como foi seu dia, querida?

Sn: Por que você me chama de "querida"? — Estava realmente curiosa para saber o motivo.

Izana: Querida... não responda uma pergunta com outra. — Seu sorriso era uma mistura de sarcasmo e diversão pelas minhas reações à sua voz. — Mas... eu lhe chamo de "querida" porque sua reação me deixa satisfeito... querida.

Sn: Respondendo à sua pergunta, querido, meu dia foi normal até a hora do almoço, quando tive que encontrar sua amiga e seu belo irmão. — Agora foi minha vez de provocá-lo, e sua reação não foi das melhores.

Izana: Eu quero distância do Manjiro e daquela garota, meu amor. — Me esforcei em vão para não corar com suas palavras. Seu sorriso triplicou de tamanho. — Não fique muito próxima dele, meu amor. Posso ser possessivo quando se trata de disputar sua atenção.

Beijos. Até o próximo capítulo ✨