Verdade inoportuna

221 40 5
                                    

Pov- Jane

Fiquei ali parada em frente a porta, totalmente surpresa com o que eu tinha visto! Ainda não conseguia acreditar que a minha prima e a rebecca eram um casal. Eu já tinha notado que ambas eram bem próximas, mas para mim aquilo não passava de uma amizade, jamais havia passado na minha mente que elas poderiam ter um caso, aquilo parecia até um delírio.

Respirei fundo enquanto procurava uma explicação para aquilo. Eu até já tinha suspeitado que a Rebecca poderia estar gostando de mim, afinal, quando nós fomos ao shopping comprar roupas para ela ficou me comendo com olhos. Mas a cena do quarto tinha acabado totalmente com a minha teoria.

Enquanto eu tentava processar essas informações, eu pude ver ali uma oportunidade de acabar com a Freen! Querendo ou não, ela tinha me humilhado na frente da minha família e tinha feito eu brigar com o meu pai. apesar de termos feito as pazes, ele ainda estava ressentido comigo e era tudo culpa dela, ela merecia ter seu segredo revelado para todos.

Mas ao mesmo tempo que eu desejava me vingar da Freen, eu tinha que pensar em outra pessoa: a Rebecca. Ela já tinha me ajudado tantas vezes e eu não conseguiria dormir sossegada sabendo que ela poderia me odiar. Eu precisava armar um plano onde somente a Freen saísse como culpada. Eu queria que ela fosse odiada tanto pela minha família, quanto pela Rebecca. E eu já tinha um pouco de noção de como eu colocaria isso tudo em prática.

Primeiramente retirei o flash da câmera do meu celular e em seguida apontei o aparelho para fresta da porta e tirei algumas fotos daquele momento. Apesar do quarto em que elas estavam estar escuro, usando um aplicativo para clarear imagem daria perfeitamente para ver o rosto das duas.

Depois de fotografar algumas imagens, desliguei meu celular e sai daquele corredor em passos bem lentos, não queria que elas desconfiassem que alguém esteve ali.

Entrei na cozinha e fui até a pia despejando a água da chaleira e jogando as flores de camomila fora. Em seguida guardei aquela panela no lugar e subi as escadas deixando tudo do jeito que estava quando encontrei.
[...]

Eu estava no meu quarto, deitada em minha cama. Enquanto isso eu olhava para as fotos em meu celular e não conseguia parar de pensar nas cenas que eu tinha visto. Algumas perguntas surgiram na minha mente desde então: a quanto tempo elas haviam iniciado esse romance? como conseguiam disfarçar tão bem na frente de todos?

Eu não conseguia nem imaginar o quão desgastante poderia ser iniciar um relacionamento em meio a essa mentirada toda. Eu sentia pena da Rebecca por está em meio a essa confusão. A Freen sabia que meu tio jamais iria permitir que ela seguisse em frente com aquele namoro, então eu sabia muito bem que ela não teria coragem de ir contra as ordens do pai dela e assumir a Rebecca para todos, ela era uma covarde e merecia ficar sem amor.

Eu estava ciente que a Becca poderia sair com o coração partido de toda essa história, mas seria melhor assim. Talvez ela até pudesse conhecer alguém melhor que a minha prima, alguém que merecesse ela, ou até mesmo eu poderia ser a melhor escolha para ela.

Guardei meu celular na minha mesa de cabeceira e resolvi dormir um pouco. Já eram quase cinco da manhã e eu precisava acordar cedo no outro dia para colocar meu plano em prática.
[...]

POV- BECKY

A Freen estava encostada perto do batente da porta enquanto esperava eu terminar de vestir a minha roupa, assim que eu terminei, saímos juntas do meu antigo quarto e ela fechou a porta.

Seguimos para a cozinha e eu fui até a geladeira e peguei alguns cubos de gelo para poder colocar nas marcas avermelhadas do meu pescoço e a Freen fez o mesmo.

Eu estava com muito sono, mas ainda não poderia dormir. Eu tinha que limpar o balcão sujo de bolo e separar minha roupa para ir trabalhar no escritório.

-Amor, você pode ir dormir, deixa que eu cuido de tudo. - a Freen falou colocando os cubos de gelo na pia.

-Meu amor você também está cansada, não está?

-Estou  - Ela falou de um jeito sonolento
- Mas não tem problema, pode ir. - Eu concordei com a cabeça e eu fui até ela e lhe dei um beijo no rosto e fui para o meu quarto. Eu estava acabada, mas tinha que admitir que valeu a pena.
[...]

Pov- Jane

Acordei com o barulho irritante do meu despertador, desliguei ele e resolvi me levantar.

Fui até o banheiro para lavar meu rosto e como já era de se esperar, eu estava com o aspecto de cansada. Mas eu não estava nem ligando. Só de ter feito uma descoberta que acabaria com a vida da Freen, já tinha valido a pena.

Desci para a sala e vi que a Rebecca e minha prima já estavam sentadas tomando café. Ambas com o aspecto de sono, e a Freen estava usando um óculos escuro, coisa que era rara.

Me sentei na mesa junto com as duas que pareciam nem notar a minha presença.

Logo meu primo entrou sala.

-Bom dia Jane. Meninas, eu  já peguei a chave do carro, acho que já podemos ir. - O Heng falou e ambas se levantaram.

-Bom dia Heng, para onde vocês vão? - perguntei ao Heng.

-Eu vou levar as duas para o escritório. A Freen falou que não está em condições de dirigir, ela ficou a noite toda acordada revisando alguns trabalhos. - Mas que garota mentirosa!

-Hum, entendi. - Respondi e em seguida fiquei sentada esperando até que eles saíssem de casa.
[...]

Entrei dentro do closet e procurei por alguma coisa suspeita: uma foto dela e da Rebecca juntas, uma carta ou qualquer outro objeto romântico que fosse, eu precisa de algo.

Enquanto revirava os bolsos de seus casacos consegui encontrar algo: uma caixinha de alianças. mesmo estando vazia eu a peguei e levei junto comigo, aquilo iria servir.
[...]

Um dia depois...

Fiquei vigiando até que eu ficasse sozinha em casa, depois que eu me certifiquei que minha tia já tinha saído para a academia, e a minha irmã tinha ido a biblioteca, eu peguei minha carteira e meu celular e chamei um carro por aplicativo.

Assim que o motorista chegou, me sentei no banco de trás e confirmei o endereço de onde estávamos indo.
[...]

Não demorou muito para que chegássemos no nosso destino. Um prédio bem grande no outro lado da cidade, o escritório do meu tio.

Paguei o motorista e desci do carro. Assim que cheguei na portaria do escritório, um segurança veio falar comigo e assim que eu disse meu nome, ele falou no rádio com uma secretária e logo me deixou entrar.

Conversei com a secretária e falei que precisava conversar com o meu tio, ela ligou para a sala dele e confirmou que ele não estava em reunião e podia me atender naquele momento.

Subi de elevador junto com a moça que me atendeu, ambas chegamos no último andar e ela bateu na porta da sala do meu tio.
[...]

-Senhor Chankimha, a sua sobrinha está aqui.

-Deixe que ela entre. - Ele falou e eu abri a porta e a secretária nos deixou sozinhos.

-Estranhei quando a Pietra me ligou dizendo que você estava aqui e queria falar urgente comigo. Não era pra você estar em casa recebendo cuidados por conta da sua gravidez? - Meu tio falou enquanto bebia um copo de whisky. - Você aceita um suco ou uma água? Quer que eu peço para a minha secretária te trazer alguma coisa?

-Não será necessário, pois eu serei breve no que eu tenho pra falar.

-Dá pra sentir no seu tom de voz que é um assunto importante. Pois bem, pode falar.

Respirei fundo enquanto desbloqueava meu celular.

-Tio, eu sinto muito te dizer isso, mas você está sendo enganado na sua própria casa.

- Como assim ? O que você está querendo dizer com isso? - Ele falou chegando mais perto.

-Eu quero que você veja com os seus próprios olhos! - Falei lhe entregando meu celular e vendo meu tio ficar pálido após ver as imagens.

-Jane, que tipo de brincadeira de mal gosto é essa? - Ele falou derrubando seu copo de whisky no chão.



Vocês já esperaram por essa reação da Jane? Não esqueçam de marcar a estrelinha 🌟.

A Órfã [FreenBecky]Onde histórias criam vida. Descubra agora