Regina!

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Do outro lado da cidade de Bangkok

Do outro lado da cidade de Bangkok

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Pov- Regina

Estava em uma reunião de negócios quando de repente escuto a campainha da minha empresa tocar. Um dos meus funcionários se ofereceu para abrir a porta mas eu não deixei. Eu sabia quem através do grito que deu do outro lado.Eu odeio quem chega atraso principalmente quando sabe que tem uma reunião, eu não tolero atrasos. Eu sou do tipo de pessoa perfeccionista, a onde eu não tolero um erro se quer, seja ele menor ou maior. A propósito, meu nome é Regina Patrícia Armstrong. Mas todos me chamam de Dona Regina ou Senhora Armstrong.
Assim que eu encerrei a reunião, eu fui para minha sala trabalhar. Aliás, eu sou empresária e tenho uma das melhores empresas de moda do paí chegando a ganhar 3 anos consecutivos como a melhor marca de roupas exclusivas.
[...]

-Finalmente, né dona Regina! - falou o meu afilhado entrando na minha sala. Diogo é um menino que perdeu os pais muito cedo em um acidente de carro, por consequência do destino, eu adotei ele como o meu afilhado, já que eu cheguei a conhecer a mãe dele e nos tornamos melhores amigas. Porém, ele me chama de mãe por consideração.

-Eu não vou admitir isso.

-Isso o que, dona Regina? - falou ele se sentando na cadeira a frente da minha mesa ficando de frente para mim.

-Que você falta com as suas responsabilidades sendo quem você é, e o que você é pra mim - falei com um tom de firmeza lhe encarando nos olhos.

-E o que eu sou pra senhora?

-Meu filho.

-Tá! Mas das portas pra dentro da Menzon, eu sou o administrador dos seus negócios, e é bom que se registre que é sobre protesto. - falou ele se arrumando na cadeira para ficar com a postura mais relaxada - você me conhece mãe, sabe que isso daqui não tem nada haver comigo. Agora se eu estou aqui, não tem jeito dona Regina. Pelos anos que eu passei no banco de faculdade, o mínimo que eu posso exigir é que a senhora me respeite. Eu não aceito que eu seja tratado como um muleque.

-Então comportasse como um profissional responsável, que respeita os seus horários e seus compromissos. Age como um funcionário qualquer. - disse dona Regina com sua expressão de costume mostrando ser superioridade e frieza.

-Mas se é para ser um funcionário qualquer, eu estou indo nessa. Sabe por que?! Porque eu não tenho a menor vocação pra essa droga de empresa. - falou ele mostrando todo o seu nervosismo e bravura - eu sempre me sacrifíco fazendo uma coisa que não me dá um menor prazer. É por sua causa. E se eu perco o status do filho da dona, eu saio fora. Vou viver de mesada.

-Aí é que você se engana, porque se você não quiser trabalhar comigo, se não quiser trabalhar na empresa, que é sua também. Vai trabalhar em outro lugar, porque mesada você não vai receber.

-Ok, se é assim, eu quero o status de executivo com todas as mordomias em prorrogativas que o cargo exige - enquanto ele falava eu só ficava observando até onde ele iria com essa histórinha - Aí mamãe, eu seria o mais pontual, o mais dedicado, e o mais eficiente funcionário da Menzon

-Hoje você chegou tarde na reunião sabendo que íamos tratar de assunto importante.

-Mas o que é que eu posso fazer dona Regina. Se o destino sempre põe em meu caminho doces e lindas garotas - Assim que eu escutei isso, eu comecei a organizar a mesa ignorando totalmente ele - tá vamos voltar ao que estávamos conversando. Aqueda nas vendas, alguma conclusão da reunião.

-Estamos estudando uma maneira de incrementar as vendas.

-O problema está na produção, não está na venda. A senhora não percebeu que a sociedade se transformou, que o mundo está mudando, e hoje a classe média se tornou importante e dominante, em volume, é elas que pode produzir os melhores lucros.

- Não existe nessa ideia ridícula Diogo - Era só o que me faltava agora, fazer roupas de quinta categoria pra gente da classe média.

-Olha só! " Lança uma linha pra verdadeira mulher de hoje , a mulher que luta na vida, que trabalha fora ou em casa, mas que quer ser bonita e elegante" - meu filho falou com determinação e animação, mas que não me comoveu.

-Eu não produzo pra empregadinhas, e nem para donas de casas, os meus desenhos são exclusivos e quando uma mulher compra um vestido meu, ela sabe que não vai encontrar em uma festa uma outra mulher com um vestido igual, por isso elas pagam o que pagam.

-Mais é aí que está o erro.

- Conheço o meu negócio Diogo, triunfei nele e vou conduzi-lo de acordo com os meus critérios. E quando eu quiser um conselho eu te peço - falei rude com ele, eu odeio quando alguém ultrapassa o seu limite, eu sou a dona da empresa, e odeio quando alguém discorda de mim.

-Ok, se é assim, tudo bem! Me perdoe o meu atrevimento, e continua com as suas venda lenta e progressiva queda. Fui - Assim que ele disse isso, ele se retirou da minha sala como se fosse um foguete, passando pela porta e encontrando a minha fiel amiga Vera.

-Ui que fúria - disse ela já entrando na minha sala.

-Aí que menino é esse, meu Deus! Que temperamento- falei massageando as minhas têmporas

-mimou demais, não é?! Agora aguenta. - disse ela se sentando a minha frente.

-mimei demais - falei me sentindo culpada, e pensativa.

-Aí Regina, também não é para você ficar assim. Foi só mais uma briguinha.

-Mimei demais, mas quem mimou a minha menininha, quem a colheu naquela noite - falei com tristeza e remorso só Deus sabe como foi difícil abandoná-la naquela noite.

-Já tá na hora de você esquecer, acabou meu bem! - falou ela me consolando

-Pra mim não, eu quero a minha filha de volta. A filha que eu abandonei em uma cestinha - a essas alturas, eu já estava chorando, Vera era a única pessoa que eu permitia me ver nesse estado.

-Mas tentou pegar ela de volta

-E-eu não sei a onde foi parar essa família, eu não sei a onde foi parar seu paradeiro, contratei detetives.

-Então Regina, você fez tudo o que pudia, hein?! Agora é tentar esquecer, ser feliz - disse ela com sorriso no rosto tentando me animar.

-Eu só vou ser feliz quando eu encontrar a minha filha.

A Órfã [FreenBecky]Onde histórias criam vida. Descubra agora