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Marina Mendes

as coisas tem acontecido muito rápido! eu pisquei e to com 7 meses de gestação.

eu e o apollo estamos nos dando melhor do que nunca, e voltamos a ver a galera e participar das batalhas.

apollo voltou a rimar depois de um bom tempo e ele tá bem feliz com isso.

hoje vai ter aldeia, e como eu e o apollo não moramos mais tão perto, vamos passar na casa do kant antes.

faz meses que a gente não vê ele, daí vai rolar um esquenta lá antes da aldeia.

[...]

-cadê a gravida mas linda desse mundoooo! -camila, esposa do kant abriu a porta e sorriu ao me ver.

nós somos bem amigas no insta, ela sempre responde meus stories e eu os dela.

-oii amigaa -nos abraçamos.
a camila é muito querida, uma pessoa muito doce.

-amiga que barrigão! -ela passou a mão pela minha barriga exposta.

-tá enorme né? e to de 7 meses ainda -falei alisando também.

-eai brunão! -fui abraçar o kant.

-carai marina, ultima vez que eu te vi cê parecia uma adolescente e agora tá com cara de mãe -já começou a me zoar e eu ri.

tenho uma relação muito boa com o kant, e agradeço por isso, já que o apollo tem um carinho enorme por ele.

-todo mundo chegou já? -apollo chegou me abraçando pelas costas e passando as mãos na minha cintura.
ele continua safado, mesmo eu parecendo um botijãozinho de gás.

-sim irmão, geral tá lá nos fundos -fomos todos pra lá.

-meu deus amiga, cê tá linda demais -maria veio me abraçar -essa neném vai ser muito linda, já sabem o nome?

-ainda não, o apollo bota defeito em todas as minhas ideias -revirei os olhos e ele riu de longe.

fomos pro meio da rodinha que tava rolando ali, e fiquei tentando entender o assunto. deve ser sobre rima.

-eai minha gata -apollo me abraçou por trás e apoiou as mãos na minha barriga.

-oi amor -beijei sua bochecha e ele fez a mesma coisa comigo.

-o apollo precisa amadurecer uns 5 anos antes dessa criança nascer, se não vai ser um caos -jota apontou pra nós e eu ri muito do que ele falou. já o apollo fingiu ter ficado puto mas não durou muito tempo.

-deixa ele jota, vai amadurecer na marra -dei de ombros e geral riu da careta do apollo.

-carai to ansiosa demais pra conhecer minha sobrinha -barreto fingiu estar chorando e a gente riu dele.

minha filha vai ter o melhor pai e os melhores tios e tias.

[...]
saímos da resenha na casa do kant e viemos direto pra aldeia.
a batalha começou tem bastante tempo, agora tá na final entre apollo e grafhite.

desde que eu cheguei aqui to me sentindo meio estranha, com umas dores estranhas na barriga e não sei do que é.
talvez seja de ficar muito tempo em pé, não to acostumada com isso.

o tempo ia passando e a dor só aumentando. to sentindo como se fossem pontadas um pouco a cima do útero.
ai que merda, o que será isso? tá doendo pra caralho.

-amiga cê tá bem? -maria chegou perguntando e apoiou a mão no meu ombro.

-mais ou menos, to com muita dor -alisei a barriga e ela me olhou preocupada.

-será que vai nascer? -perguntou animada.

-não, não tem como ainda. mas essa dor não é normal, preciso ir pra casa. -falei procurando um lugar pra sentar ou me apoiar.

-eu vou chamar o apollo -tentou sair andando mas eu segurei seu braço.

-não, deixa ele, tá acabando já -falei e fiquei respirando fundo, tentando conter a dor que tava cada vez mais forte.

aguentei firme uns 20 minutos, que foi o tempo do fim da batalha e da premiação. nem vi quem ganhou, to tão focada em continuar acordada, que não prestei atenção.

-amor, o que foi? cê tá bem? -apollo se abaixou na minha frente, eu acho.
minha visão tá embaçada, eu to suando muito e sem força nenhuma.

-to com dor... na barriga -tentei apontar mas meus braços não obedeceram meus comandos.

-vamo pro hospital agora amor -apollo estendeu a mão -porra cê tá sangrando! -essa foi a ultima frase que eu ouvi.

apaguei completamente, não me lembro de nada, e acordei agora numa maca de hospital.

tentei me mexer, mas to completamente ligada à vários aparelhos.
olhei em volta e não vi nada nem ninguém. só esse quarto branco sem graça.

a porta foi aberta e o apollo entrou com a maior cara de preocupada.

-como cê tá princesa? -segurou minha mão enquanto me encarava.

-acho que sim, não to sentindo meu corpo direito -falei e ele mordeu o lábio.

-o médico já tá vindo, ele disse que foi buscar o resultado de um exame -apollo sentou na poltrona ao meu lado e ficou fazendo carinho na minha mão, e não tirava os olhos de mim nem por um segundo.

-olá casal -o médico entrou com uma cara nada boa no quarto -estamos felizes que acordou dona marina, conseguimos fazer alguns exames de emergência e recebemos os resultados agora. -falou e começou a abrir um envelope grande.

-e aqui diz... -ele respirou fundo. -eu sinto muito, o bebê não resistiu -as palavras do médico foram como facas no meu coração.

-O QUE?  COMO ASSIM DOUTOR? -apollo se levantou e ficou frente a frente com o médico.

-eu sinto muito, houve um rompimento na placenta -ele explicou.

-não, não, não, não -apollo começou a andar de um lado pro outro da sala, e só quando o médico saiu da sala que eu entendi que acabei de perder minha filha.

comecei a chorar desesperadamente, eu não tinha forças pra consolar o apollo e nem a mim mesma.

a dor de perder a mãe é insuportável, mas perder um filho é literalmente como perder um pedaço seu, que você nem teve a oportunidade de conhecer.

arranquei todos os fios que me ligavam aos aparelhos e corri na direção do apollo.
ele abriu os braços e nós ficamos ali abraçados, chorando, com o mundo caindo aos nossos pés.

eu perdi minha filha.

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amigas desculpa por isso, eu amo vocês.
comentem e votem por favor, o próximo capítulo vai ser o ultimo

Quem diria -Apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora