07 - Tocar

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Gatilhos: Sexo Explicito

Olho para o relógio do celular e vejo que já são quase duas da manhã

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Olho para o relógio do celular e vejo que já são quase duas da manhã. Meus pés estão me matando, e o cansaço pesa em cada músculo. Não aguento mais ficar segurando vela para Humberto e Susana, que estão rindo e trocando olhares carinhosos como se o mundo ao redor não existisse.

Na pequena pista de dança improvisada, Roberto gira lentamente com a filha nos braços. A música suave sai da caixinha de som, enchendo o ambiente com um ar tranquilo. A menina, sonolenta, está com a cabeça recostada no peito dele, abraçando-o como se aquele momento fosse o seu porto seguro.

Levanto-me devagar, sentindo o desconforto nos pés por conta do salto

— Eu tô indo — aviso, esticando o corpo um pouco dolorido. — Você vem?

Susana, ainda embalada pelo álcool e pela felicidade, sorri radiante, os olhos brilhando.

— Vou pra casa dele — responde, referindo-se a Humberto, com um sorriso malicioso.

Faço que sim com a cabeça, sem me surpreender. Dou um último olhar ao casal, que parece ter esquecido que o mundo lá fora existe.

— Se cuida — digo, pegando minha bolsa. Meu corpo pede descanso enquanto sigo em direção à porta de saída, o ar da madrugada me esperando lá fora como um convite ao silêncio e à solidão.

— Helena — ouço uma voz me chamando quando estou prestes a sair. Paro perto da porta e me viro, vendo Rafa se aproximar com um pratinho nas mãos. — Isso aqui é pra você.

— Não precisa... — tento recusar educadamente, mas ela me interrompe com um sorriso no rosto.

— Por favor, papai não come essas coisas, e se eu comer muito, vou ficar cheia de espinhas — ela diz com uma preocupação tão inocente que não consigo evitar um sorriso.

— Obrigada — respondo, aceitando o prato. — Foi bom te conhecer, Rafa.

Ela sorri de volta, e nos despedimos com beijinhos no rosto. Seu jeito doce me faz lembrar que, por mais caótica que a vida possa ser, ainda existem momentos leves. Caminho em direção à porta, pronta para finalmente sair, o peso da noite nos meus ombros.

— Franco. — A voz de Nascimento me chama de novo. Paro, olho para trás e vejo que ele está vindo na minha direção, segurando as chaves da porta.

Ele destrava a porta com um movimento ágil, e o cheiro dele, que hoje mistura álcool com aquele perfume familiar, me atinge de leve. Instintivamente, mordo o lábio, tentando controlar o impulso de dizer algo que não deveria.

— Desculpa pelo que eu disse antes — me rendo, a voz saindo um pouco hesitante. — Eu não queria ser rude.

Ele dá de ombros, sem perder aquele ar de despreocupação habitual.

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora