17 - Adulto

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Visto o shorts, ajeitando-o no corpo com um movimento rápido, ainda cansada das últimas horas que passamos verificando as informações do caso

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Visto o shorts, ajeitando-o no corpo com um movimento rápido, ainda cansada das últimas horas que passamos verificando as informações do caso. 

A sensação de andar em círculos estava começando a me exaurir, como se estivéssemos cada vez mais longe de uma solução concreta.

No banheiro, passo a escova pelo cabelo, tentando ao menos me sentir mais organizada do que as pistas que estávamos seguindo. Saio do banheiro e encontro Nascimento ao telefone, falando baixinho. 

Não preciso de muito para perceber que é com Rafa, sua filha. Ele sempre tinha aquele tom mais suave quando falava com ela, uma rara mostra de carinho em meio à sua postura geralmente séria e controlada.

Meus olhos caem no chão, onde uma cama improvisada havia sido montada: um cobertor estendido e um travesseiro. 

Reviro os olhos, não acreditando que ele realmente pretendia passar a noite assim. Caminho até lá, determinada, e sem dizer nada, puxo as coisas do chão e as coloco na cama, ajeitando tudo de um jeito mais confortável.

Ele desliga o telefone, despedindo-se de Rafa com um sorriso que logo desaparece ao me observar reorganizando o espaço. Ele me encara por um momento, sem saber o que dizer, mas eu já estava decidida.

— Somos adultos, podemos dividir uma cama — digo, sem paciência para rodeios, enquanto me acomodo no meu lado.

— Certo — ele responde após um momento de hesitação, sua expressão voltando ao normal, e vai em direção ao banheiro para se preparar.

Me aconchego debaixo do cobertor, passando-o pelo corpo e ajeitando minha cabeça no travesseiro. 

O cansaço finalmente começa a pesar sobre mim, e fecho os olhos, tentando me desligar da confusão do dia e das preocupações do caso. O som da água da pia no banheiro é o único ruído, quebrando o silêncio que preenchia o quarto.

Ele sai do banheiro, apagando a luz com um clique suave antes de caminhar em direção à cama. O ambiente agora mergulhado em penumbra parece ainda mais apertado e íntimo. 

Quando ele se deita ao meu lado, o colchão afunda levemente sob o peso dele, e o aroma fresco do desodorante masculino preenche o ar, se misturando com o cheiro suave de lençóis limpos.

Respiro fundo, tentando manter a calma, mas o leve roçar de seu corpo contra o meu enquanto ele se acomoda faz minha respiração vacilar por um segundo. Sinto o calor dele irradiando a poucos centímetros de distância, o que torna difícil ignorar a proximidade.

Tento me concentrar no meu lado da cama, lutando contra a estranha tensão que parecia surgir no ar, enquanto o silêncio e a escuridão nos envolvem.

— Relaxa, Franco, eu não vou te morder— ele diz com um tom leve e descontraído, o que só me faz revirar os olhos, mesmo sabendo que ele não pode ver na escuridão do quarto.

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora