08 - Rosas

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Quartel do BOPE, Rio de Janeiro

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Quartel do BOPE, Rio de Janeiro

Lacrei a caixa com os DVDs, entregando-os para o perito encarregado. Infelizmente, o conteúdo não passava de um circo de horrores, com cenas perturbadoras envolvendo crianças, e nenhum sinal de Maria Luiza, a menina desaparecida.

— Tá tudo aí — disse a José, sentindo o peso das provas. — No total, doze crianças diferentes.

José acenou com a cabeça, o rosto endurecido pela gravidade do caso, e pegou a caixa.

— Vamos levar para a perícia e ver o que conseguimos extrair — ele respondeu, dando-me um meio sorriso antes de sair da sala com passos pesados.

Fiquei sentado à minha mesa, encarando a agenda aberta à minha frente, mas sem realmente enxergá-la. A história de Maria Luiza estava começando a parecer outro beco sem saída, como se estivéssemos sempre correndo atrás de uma sombra.

Eliza entrou em seguida, me entregando um relatório da perícia, a expressão dela era grave.

— Saiu o resultado do lençol, do sêmen e do Tubarão — ela disse, usando o apelido de Pedro, um dos nossos principais suspeitos. — Havia outras secreções, mas nenhuma delas deu match no banco de dados.

— Dá pra saber se são de homem ou mulher? — perguntei, já antecipando a resposta.

Eliza assentiu, soltando um suspiro cansado.

— São de mulher.

Nos entreolhamos, ambos com a sensação crescente de que Maria Luiza talvez não estivesse sendo mantida em cativeiro. Pedro "Tubarão" era um manipulador nato, não era um homem feio e sabia usar a lábia para conquistar garotas jovens e vulneráveis, como Maria Luiza.

— O pai dela está a caminho — Carlos anunciou ao entrar na sala, interrompendo nossos pensamentos. Seu tom indicava que a visita não seria fácil.

— Talvez fosse uma boa soltarmos uma nota para a imprensa — sugeriu Eliza, enquanto ajeitava algumas pastas sobre a mesa.

— Sem nenhuma novidade? — perguntei, balançando a cabeça em discordância. — Ainda podemos colocar essa menina em risco.

O ambiente ficou silencioso por um momento. Sabíamos que qualquer movimento em falso poderia afastar ainda mais Maria Luiza ou, pior, colocá-la diretamente nas mãos de quem a estivesse manipulando.

Levanto a mão, pressionando-a sobre a cabeça enquanto tento desesperadamente pensar em algo. Mordo o lábio inferior, com cuidado, como se isso pudesse ajudar a clarear as ideias, mas minha mente está vazia. 

— Poderíamos fazer mais uma invasão — sugere Carlos, quebrando o silêncio. — Talvez encontremos mais alguma coisa.

— É uma boa ideia — concorda Eliza, e eu aceno, mesmo que uma parte de mim ainda esteja hesitante.

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora