13 - Dispensa.

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Quartel do BOPE, Rio de Janeiro

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Quartel do BOPE, Rio de Janeiro

Deixei o jornal dobrado sobre a mesa do coronel, e ele esfregou o rosto, claramente antecipando a merda que isso ia gerar.

A manchete gritava sobre nossa suposta incompetência, estampando o rosto de Diogo Fraga, que acabara de dar uma entrevista para o jornal, jogando lenha na fogueira. Ele nos acusava, sem rodeios, de estarmos falhando miseravelmente.

O problema não era simplesmente trabalhar com a Polícia Federal. A questão real era a pressão absurda que estávamos sofrendo por uma operação que, na verdade, nem era nossa. Já fazia quase um mês, e as chances de encontrar aquela garota com vida diminuíam a cada dia.

A sensação de impotência pairava sobre nós como uma nuvem pesada.

— E agora, o que vamos fazer? — perguntei, coçando a barba, a frustração clara em minha voz.

O coronel tirou os olhos do jornal e me encarou, os olhos cansados e sem paciência.

— Nós? Nada. — Ele fez uma pausa, soltando o ar devagar. — Estamos cumprindo ordens. Vamos dar mais uma semana. Se nada se resolver, eu mesmo entro em contato com o subsecretário.

Assenti, sabendo que, no fundo, ele tinha razão. Mas era difícil aceitar. A operação já estava ativa há quase um mês, e todos sabíamos que, se a garota ainda estivesse viva, seria um milagre.

O cansaço e o desgaste emocional estavam no limite, mas éramos soldados, e soldados seguem ordens.

Saímos da sala do coronel e caminhamos até o setor onde a Polícia Federal estava instalada. Helena já estava lá, com os braços cruzados e uma expressão incrédula no rosto.

Seus olhos seguiam cada movimento da morena de salto alto e roupa justa, claramente do tipo advogado de grife, que conversava com um homem que reconheci de imediato: Caio, o maldito ex de Helena.

— Boa tarde. — Cumprimentei, passando pela porta com um sorriso mínimo e formal.

A morena virou para nós, os olhos brilhantes e profissionais.

— Boa tarde. — Ela estendeu a mão, um gesto calculado e firme. — Sou Mayara, e este é Caio. Somos os advogados designados para auxiliar no caso.

Olhei de relance para Helena, que agora pressionava o ponto entre os olhos, como se estivesse tentando afastar uma dor de cabeça que começava a incomodá-la.

A presença de Caio não ajudava. E para ser honesto, minha paciência também estava no limite. Mayara mantinha sua postura impecável, mas era óbvio que havia algo mais ali.

O jogo estava começando a esquentar, e a última coisa que precisávamos era mais distrações

— Bem, a Secretaria de Segurança nos designou para trabalhar junto com a PMERJ e a PF no caso Maria Luiza Fraga — disse Mayara, com a voz firme e profissional. Eu me aproximei de Helena, cruzando os braços ao seu lado, sentindo a tensão no ar. — Investigadora Helena, poderia nos passar os avanços? — completou a advogada.

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora