15 - Tatame

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Quartel do BOPE, Rio de Janeiro

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Quartel do BOPE, Rio de Janeiro

11 de julho de 2024.


— E se ele a matou? — Carlos questionou, e todos o encaramos.

— Bem, nesse caso, teria que haver um motivo — Caio ponderou, coçando a barba rala enquanto falava, encostado na minha mesa.

Estávamos há mais de duas horas revisando a cronologia do crime, algo que já havíamos feito diversas vezes antes. Mas Mayara insistira que esses novos pontos de vista poderiam nos ajudar a ver algo que deixamos passar.

As mesmas perguntas de um mês atrás. Nenhuma resposta nova.

— E se estivermos lidando com uma Liana 2.0? — Eliza sugeriu, jogando a ideia no ar, enquanto eu me recostava na cadeira, exausto.

— Nem fala isso — Mayara balançou a cabeça, claramente incomodada. — O Brasil não tá pronto pra outro Champinha.

— Não encaixa no perfil — falei, já processando o que Eliza havia sugerido. — Tubarão é esperto demais pra algo assim. Ele não sequestraria Maria Luiza só para abusar dela.

— Então o que você acha? — Carlos me olhou de lado, curioso.

— Eu acho que ele a conquistou — continuei, minha voz soando mais firme conforme a teoria se formava na minha mente. — Maria Luiza era vulnerável. Não houve necessidade de força bruta ou sequestro. Ele a envolveu, provavelmente prometeu o que ela mais desejava... e aí, quando ela estava totalmente sob o controle dele, ele fez o que tinha planejado desde o início.

A sala ficou em silêncio por um momento, todos absorvendo essa nova perspectiva.

_ A menina era rica, tinha tudo que queria, o que ele poderia oferecer? - Caio pede se virando para mim.

— Liberdade... Maria é filha de deputado, tem muitas restrições. Pode ter se encantado pelo mundo "fácil" do crime — comentei, observando as expressões dos outros enquanto concordavam silenciosamente.

— O que foi revelado na perícia das redes sociais? — Mayara perguntou, interrompendo o fluxo dos meus pensamentos.

— Além das conversas com Tubarão? Nada... Ela era cuidadosa, quase profissional. Não achamos nada que o comprometesse diretamente. Nenhuma atividade ilegal além de uma conversa — Eliza respondeu, folheando algumas páginas dos relatórios.

— Não tinha teor sexual nas conversas? — Caio perguntou, com um tom de voz que carregava uma ponta de esperança em encontrar alguma pista escondida.

— Não, nada disso — Eliza respondeu balançando a cabeça negativamente. — As conversas eram bem controladas.

— E o seu informante, investigadora? — Mayara voltou a me perguntar, enquanto eu suspirava, já antecipando a gravidade da resposta que estava prestes a dar.

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora