Passo o braço de Helena pelo meu ombro, sentindo o peso do corpo dela contra o meu. Por um segundo, penso em ligar para uma ambulância, mas logo descarto essa ideia.
Conheço Helena o suficiente para saber que, para ela, isso não seria uma opção. Não era o tipo de mulher que aceitaria esse tipo de ajuda sem lutar contra.
— Eu não tô bêbada — ela resmunga, a voz arrastada.
Dou uma risada baixa, o cheiro forte de álcool quase me faz duvidar que ela saiba o que está dizendo.
— Acredito em você — respondo com um tom leve, mesmo sabendo que ela não está em condições de argumentar.
Chegamos ao banheiro, e eu a coloco cuidadosamente sentada no vaso sanitário. Ela parece exausta, a cabeça baixa e os olhos semicerrados, como se o esforço para se manter consciente fosse enorme.
Ligo o chuveiro, ajustando a água para uma temperatura gelada, esperando que isso ajude a tirá-la desse estado.
Por sorte, ela estava apenas de shorts e top, facilitando as coisas. Seguro-a com firmeza, conduzindo-a para debaixo do chuveiro frio.
— Não... — ela reclama, tentando sair da água.
— Tá gelada... — murmura, encolhendo o corpo.
— Vai ajudar com a bebedeira — digo, mantendo-a ali, mesmo com as tentativas fracas de se desvencilhar.
A água gelada corre pelos seus ombros e braços, e eu percebo que ela está ficando mais desperta, mas ainda assim lutando para se afastar do frio.
Helena tenta se levantar, mas eu a mantenho firme no lugar, sabendo que isso é o melhor para ela no momento.
— Onde tem roupa? — pergunto.
— Quarto... fim do corredor... — ela murmura, mal abrindo os olhos.
Com um suspiro, deixo-a ali por um momento, ainda segura contra a parede do boxe, e saio do banheiro. Tiro o colete do BOPE, deixando-o pendurado no ombro, e pego o rádio no cinto.
— Neto, vou demorar um pouco. Assuma qualquer coisa que aparecer — aviso, ouvindo a confirmação rápida do outro lado.
Caminho pelo corredor estreito da casa de Helena. É uma casa simples, quase espartana em sua decoração. Nada extravagante, nada que chamasse atenção demais.
Dois quartos, uma sala modesta, e a cozinha que já conheci. Tudo nela parece refletir a personalidade de Helena: prática, direta, sem floreios desnecessários.
Abro a porta errada no primeiro quarto que encontro e paro no lugar.
_Deus - Não era o quarto de Helena. Fecho a porta rapidamente, não querendo dar espaço para o que vi ali me distrair. Foco, Robert.
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Destinos Cruzados | Capitão Nascimento
FanfictionNa caótica e perigosa cidade do Rio de Janeiro, dois mundos colidem quando uma investigadora da Polícia Federal Helena é designada para liderar uma força-tarefa ao lado do Capitão Roberto Nascimento, do BOPE, para encontrar Maria Luiza Chagas, uma...