05 - Susana

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Rio de Janeiro, 27 de junho de 2024

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Rio de Janeiro, 27 de junho de 2024

Envio a mensagem a Susana e, enquanto espero, olho pelo vidro do carro e a vejo saindo do prédio. Ela está deslumbrante em um vestido azul que realça perfeitamente o tom bronzeado de sua pele, trazendo um contraste suave com o fim de tarde dourado.

— Oi, Lena — ela diz, entrando no carro com aquele sorriso característico que sempre me desarma.

— Oi, Su — respondo, inclinando-me para dar um beijo rápido em seu rosto perfumado.

Ela estava praticamente me arrastando para um churrasco, aniversário do irmão de um rapaz com quem ela estava saindo há pouco tempo. 

Susana tem essa energia contagiante, e mesmo sabendo que eu estava hesitante, ela fazia parecer que seria uma ótima ideia.

Ficou casada por dois anos com o Carlos, um relacionamento que eu mesma ajudei a formar. Mas o casamento terminou pouco depois de eu me divorciar de Caio. 

O início foi repleto de paixão, mas Susana sempre teve uma alma livre demais para as amarras tradicionais de um casamento. A separação veio como algo inevitável, apesar do amor que existia.

— Tem certeza disso? — pergunto, freando o carro ao estacionar em frente a uma casa amarela, simples, com a fachada desgastada pelo tempo. — Eu realmente não gosto de ser penetra em festas de família.

— Relaxa, Lena. Falei com o Humberto, e ele disse que não tinha problema nenhum — Susana garante, enquanto desce do carro com leveza, sua confiança inabalável. Pego minha bolsa no banco de trás e a sigo.

Caminhamos lado a lado, nossos passos sincronizados com o ritmo do samba que ecoa suavemente de dentro da casa. O cheiro tentador de carne assada invade o ar, misturando-se com o burburinho de vozes, risadas e conversas animadas, típicas de um churrasco que já está em pleno andamento. 

Por um instante, hesito, mas ao olhar para Susana, percebo que, com ela, até as situações mais desconfortáveis se tornam leves.

— Oi, Humberto! — Susana cumprimenta o rapaz alto, com os cabelos curtos e um sorriso simpático. Ele parecia ser alguns anos mais jovem que ela, mas a química entre os dois era visível.

— Essa é a Helena, minha irmã — Susana me apresenta casualmente, lançando um olhar significativo como quem diz "fica tranquila".

— Prazer — digo, inclinando-me para dar um beijo rápido em seu rosto, como de praxe. Ele cheirava a um perfume amadeirado suave, e na mão segurava um copo de cerveja.

— A famosa Helena! — Humberto sorri, com um brilho de curiosidade nos olhos. — Sua irmã fala muito de você. Vamos lá fora, o pessoal está se divertindo.

Sigo os dois, passando pela casa que, embora não muito grande, exalava um ar acolhedor, com móveis simples e fotos de família espalhadas pelas paredes. Chegamos à garagem, onde um palco improvisado havia sido montado, com alguns músicos tocando samba ao vivo. 

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora