Na caótica e perigosa cidade do Rio de Janeiro, dois mundos colidem quando uma investigadora da Polícia Federal Helena é designada para liderar uma força-tarefa ao lado do Capitão Roberto
Nascimento, do BOPE, para encontrar Maria Luiza Chagas, uma...
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Dois pontos. Ganhei por dois malditos pontos. Rafaela e Helena cruzaram os braços, claramente irritadas. Era bizarro como, apesar de tudo, as duas eram parecidas.
— Não tem graça nenhuma — Rafaela bufou, enquanto eu tomava um gole da minha Coca-Cola. — Você consegue atirar em alvos em movimento, isso é covardia!
— A Helena também foi treinada assim — soltei, provocando de propósito.
— Ah, mas não me jogaram pelada no mato, né? — Helena rebateu com aquele sorrisinho safado.
Eu a encarei por um segundo, meu sangue subindo. Filha da puta. Será que ela viu aquelas fotos?
— Que história é essa? — Rafaela perguntou, com curiosidade e diversão no olhar.
Helena mal conseguiu segurar a risada antes de soltar:
— Seu pai pode explicar direitinho.
— Não é nada demais — falei rapidamente, puxando a carteira para sair logo dessa conversa. — Vou pagar a conta.
Caminhei em direção ao caixa, sentindo as risadas de Helena e o olhar curioso de Rafaela queimando minhas costas.
Enquanto isso, minha cabeça viajou direto para aquele inferno que foi o concurso do BOPE. Quando fiz o teste, só eu e mais três conseguimos passar. Sabe por quê? Jogaram a gente, junto com uns 25 outros caras, todos pelados no meio da porra de uma floresta.
Sem comida, sem água, apanhando quase todos os dias. A missão? Sobreviva. A porra da selva não era o único problema, a gente tinha que aguentar o frio, a fome, e ainda os instrutores nos fodendo de todas as formas possíveis.
Quem aguentou saiu forte. Quem não conseguiu... ficou pra trás.
Paguei a conta, mas as lembranças daquele inferno ainda me perseguiam. E ver as duas se divertindo com aquilo só tornava tudo mais irônico.
Vejo as duas me alcançarem, caminhando ao meu lado pelo shopping enquanto Rafaela e Helena conversam sobre algum livro novo que Rafaela estava lendo. A conversa era animada, e eu observava com certa admiração a facilidade com que elas se entendiam.
— Você tem que ler, é muito bom! — Rafaela insistiu, com empolgação.
Helena sorriu, concordando com a cabeça, e antes que eu percebesse, Rafaela se virou para mim com aquele olhar de súplica, unindo as mãos em um gesto quase teatral
— Pai, posso ir na livraria? Vai ser bem rapidinho!
Eu não resisti àquela energia.
— Não demora — avisei, vendo-a correr apressada para a livraria que ficava logo à frente.
Helena se aproximou devagar, com um sorriso suave nos lábios, e o cheiro suave do perfume dela invadiu minhas narinas, algo entre doce, mas inebriante