04 - Chupeta

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Quartel do BOPE, Rio de Janeiro23:21pm

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Quartel do BOPE, Rio de Janeiro
23:21pm

Carlos encarou o presidente de segurança do estado, que assentiu lentamente, seu semblante sério refletindo a gravidade da situação. Eliza, por sua vez, havia saído para entregar o lençol e outras evidências à perícia para exames. 

Eu, Carlos, Nascimento e o coronel estávamos reunidos em uma sala escura, aguardando a possibilidade de um perito ser enviado para analisar os DVDs que estavam sobre a mesa.

— Por que DVDs? — perguntou o coronel, arqueando uma sobrancelha enquanto examinava a pilha de discos.

— Porque não são rastreáveis. Você pode gravar qualquer coisa neles — respondi, passando a mão pelos DVDs. — Não temos como saber de onde vêm ou quem os gravou.

Nascimento pegou um dos DVDs e olhou para ele com uma mistura de curiosidade e preocupação.

— Acha que pode ter algo da menina aqui? — perguntou, quase em um sussurro.

Eu suspirei, sentindo o peso da incerteza.

— Espero que sim... precisamos de um norte — murmurei, lançando um olhar significativo para Carlos, que acabara de desligar o telefone.

— E aí, ele vai mandar alguém? — perguntei, a ansiedade crescendo dentro de mim.

— Não... segundo o secretário de segurança, já tem gente demais envolvida no caso — Carlos respondeu, a frustração evidente em sua voz.

Um silêncio pesado se instalou na sala. As implicações daquela resposta nos deixavam inquietos. A sensação de que estávamos correndo contra o tempo e que, a cada minuto, as pistas se tornavam mais escassas era quase palpável. 

O coronel, com seu olhar atento, começou a folhear alguns papéis na mesa, enquanto Nascimento continuava a girar o DVD entre os dedos, como se a resposta estivesse escondida em seu interior.

— O que tem neles? — Neto pergunta, seu olhar curioso fixo na caixa.

— Alguém vai ter que assistir para descobrirmos — Carlos responde, jogando uma olhada significativa para o grupo, como se tentasse convocar um voluntário.

O silêncio na sala é quase insuportável. Começo a passar os dedos pelo elástico no meu pulso, um gesto nervoso que já se tornou habitual. Com um movimento rápido, estalo o elástico contra a pele, o som ecoando no ambiente vazio.

— Eu vejo — digo, a determinação na minha voz surpreendendo até a mim mesma.

— Tem certeza, Franco? — o coronel pergunta, a expressão dele misturando preocupação e incentivo.

— Tenho, sim. — Pego a caixa com firmeza e me dirijo à minha mesa, decidida. — Podem ir se quiserem; eu aviso qualquer novidade.

Todos trocam olhares antes de concordar. Eles saem, deixando-me sozinha com a incerteza do que posso encontrar naqueles DVDs. A porta se fecha atrás deles, e o som do ambiente se torna um sussurro, me envolvendo em uma solidão inquietante.

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora