Saio do banheiro, tentando recuperar a compostura enquanto sigo pelo corredor, ainda sentindo o peso dos últimos minutos. O ar parece mais denso, e respiro fundo, tentando afastar o tumulto de sensações que Roberto despertou em mim.No entanto, a caminhada é interrompida. No meio do corredor, dou de cara com Caio, de braços cruzados e uma expressão que mistura desaprovação e incredulidade.
— O que foi? — pergunto, tentando soar casual, mas ele apenas estreita os olhos, a sobrancelha arqueada.
— Você tá se envolvendo com o Nascimento? — A pergunta sai quase como uma ofensa, carregada de ciúme e um toque de amargura.
— Ah, Caio, me poupe — respondo, num tom cansado. — Vai ver se eu tô lá na esquina, vai. — Tento passar por ele, mas ele segura meu braço com firmeza, o toque interrompendo meu movimento.
— Helena... — Ele diz meu nome com a voz embargada, e, por um instante, percebo algo mais intenso. Vai chorar? — Não faça isso comigo — ele murmura, a tristeza se espalhando em seu rosto.
— Caio, me solta — peço, tentando manter a calma na voz, mas ele apenas aperta um pouco mais.
— Eu te amo, Helena... — Sua voz está cheia de uma dor quase infantil. Ele me olha como se estivesse tentando me trazer de volta para algo que nunca aconteceu.
Eu respiro fundo, tentando conter a frustração e a sensação de estar num ciclo sem fim.
— Caio, acho melhor você ir embora — insisto, tentando ser firme. Mas ele balança a cabeça.
— Não sem você. Só vou embora se for com você — ele responde, a voz quase suplicante, e eu reviro os olhos, cansada dessa peça dramática.
Só me aparece maluco.
— Certo, tá na hora do Lúcifer aqui ir dormir — ouço a voz de Carlos ecoando pela sala, e agradeço mentalmente pelo salvamento. — Vem, garotão, vamos levar você pra casa — ele diz, puxando Caio para a saída, que resiste por um segundo antes de ceder, ainda atordoado.
Com o drama encerrado, caminho até a área externa, onde Nascimento está rindo de alguma piada de Humberto. Ele está descontraído, com aquele charme casual que nunca falha em me atrair.
Suspiro, pegando um docinho da mesa e observando-o de longe. Nascimento é como um ímã para mim, o som da risada rouca, a voz, o corpo, o sexo, tudo era um imã direto para a irresponsabilidade
— Helena! — Ouço a voz de Rafaela ao meu lado e me viro, vendo-a com um copo de refrigerante e um sorriso brilhante. — Fico tão feliz que você veio — ela diz, os olhos iluminados.
— Obrigada por me convidar, Rafa. A festa está incrível — respondo com um sorriso sincero, e ela sorri de volta, cheia de energia.
— Adorei sua fantasia, mas olha... a sua está de arrasar. Aposto que até meu pai suspirou quando te viu — ela brinca, me fazendo rir com o comentário. — Eu tenho uma marquinha igual à sua — Rafaela diz, apontando para a pequena pinta em formato de semente de melancia próxima à tatuagem no meu quadril.
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Destinos Cruzados | Capitão Nascimento
FanfictionNa caótica e perigosa cidade do Rio de Janeiro, dois mundos colidem quando uma investigadora da Polícia Federal Helena é designada para liderar uma força-tarefa ao lado do Capitão Roberto Nascimento, do BOPE, para encontrar Maria Luiza Chagas, uma...