Profundezas|32🍇

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Isabella Martini

Após um mês da morte de Alisson, não havia notícias de Victoria nem do meu sogro

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Após um mês da morte de Alisson, não havia notícias de Victoria nem do meu sogro. Victoria havia terminado com meu pai, e minha tia Magda não conseguia conter as risadas quando falava sobre isso. Meu pai ficou chateado com Matteo, mas ao menos entendeu seus motivos e o agradeceu por não ter matado ninguém.

Estávamos todos reunidos em casa: meu pai, meu filho, meu marido e minha tia. O jantar seguia tranquilo, até que minha tia soltou um de seus comentários sem filtro:

— Eu sabia que uma mulher nova nunca iria querer um velho com o pinto morto!

— Vovô, seu pinto morreu? Pode deixar, eu peço pra mamãe comprar um novo pra você — Lorenzo respondeu inocente, fazendo todos rirem à mesa.

— Meu netinho lindo, no caso do seu avô, um remedinho azul resolve — minha tia falou, acariciando a cabeça do meu filho.

— Vovó, eu quero ganhar um urso de dinossauro — ele disse, fazendo bico para o avô.

— Eu vou construir um parque de dinossauro só pra você! — meu pai respondeu, arrancando uma risada alta de Lorenzo.

Eu sorri, aproveitando aquele momento em família, mas no fundo sabia que a calmaria não duraria para sempre. Nos últimos dias, vinha me sentindo tonta e enjoada. Desta vez, não podia culpar minha secretária, pois sequer estava tomando o café que ela preparava.

Depois que todos foram embora, Matteo e eu colocamos Lorenzo para dormir. Tomei um banho rápido e, vestida com meu pijama de cetim, desci até o jardim. Precisava de ar. A brisa noturna trazia consigo o perfume dele, e eu sabia que ele estava ali.

— O que faz aqui fora, piccola? — A voz profunda de Matteo me arrepiou. Ele sempre me chamava assim, e esse era o apelido que meu stalker usava.

— Matteo... Preciso te contar uma coisa — disse, levantando-me do balanço onde estava sentada.

— Diga, piccola — ele falou, os olhos intensos e cheios de mistério.

Respirei fundo antes de continuar, sentindo o peso do que estava prestes a confessar.

— Antes de você, eu amei outra pessoa. Esse homem nunca saía da minha cabeça, ele sempre me visitava à noite... — falei, aproximando-me mais de Matteo, sentindo meu coração disparar.

— Mas eu também amei outro homem. A diferença é que, desse segundo, eu conhecia o rosto. Sabia que ele tinha um passado sombrio, e ainda assim o aceitei. Matteo... Eu recuperei minhas memórias há muito tempo — disse, segurando a gola da sua camisa com firmeza, buscando a verdade em seus olhos.

Houve um momento de silêncio, e Matteo me encarou com aquele olhar frio e calculista.

— Piccola, você nunca me enganou. Não se pode mentir para o diabo — ele respondeu, a voz baixa, mas carregada de intensidade.

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⏰ Última atualização: Oct 20 ⏰

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