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Sakura curava os braços amputados violentamente de Sasuke e Naruto, depois daquela luta feroz que acabou com o vale do fim destruído.

Sakura tentava ser rápida para conseguir ir ter com Kira e Harumi, tinha um presentimento mau, de que eles não estariam vivos quando chegasse.

Ela sabia que seu chakra estava no limite, que acabaria em um picar de olhos, torcia para que não fosse nada fundo, porque se fosse não conseguiria curar, não tinha chakra o sufeciente.

Sakura: estão bem meninos? - pergunta rapidamente, quase inaudível para os meninos.

Naruto: graças a ti sim, Sakura-chan! - sorri alegre, vendo a rosada mudar sua expressão para apreensiva.

Sakura: ainda bem, agora vou para onde o Kira-kun e a Harumi-chan estão - fala, se levantando e indo rapidamente para onde eles estavam.

Sentiu o chakra dos meninos a seguirem, se sentia aliviada com isso, pois se seu chakra não desse, poderia utilizar o de Naruto, principalmente o de Sasuke.

Sabia que Sasuke faria de tudo para salvar a Harumi, isso era um facto, sabia que o moreno sentia atração por ela desde a academia, pois mesmo depois de seu clã ser exterminado, ele ainda se importava com Harumi.

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Após a tragédia que devastou o clã Uchiha, Sasuke tornou-se uma criança isolada, consumida pela dor e pelo desejo de vingança. Em meio ao seu luto, ele se afastou de todos, incluindo Harumi, que costumava ser uma de suas amigas mais próximas. Harumi, com seus cabelos vermelhos brilhantes e sua energia vibrante, sempre foi uma presença alegre, mas agora, seus olhares eram frios e distantes.

Certa tarde, Sasuke estava sentado em um canto do parque, observando Harumi à distância. Ela estava sozinha em uma pedra, com um olhar perdido, quase indiferente ao mundo ao seu redor. Ele se lembrava de como ela costumava rir e brincar com os outros, mas agora ela parecia tão distante. O contraste entre o passado e o presente o atingiu com força. Ele a admirava de longe, desejando encontrar as palavras certas para se aproximar, mas as feridas que ambos carregavam pareciam insuperáveis.

Sasuke decidiu se levantar e se aproximar dela, mas hesitou. "E se ela não quiser me ver?", pensou. "E se ela não se importa mais?" Ele sentiu uma onda de insegurança, mas o desejo de entender o que havia acontecido com ela o impulsionou a seguir em frente.

- Oi - ele disse, tentando soar casual. Harumi virou-se lentamente, sem expressar emoção, e respondeu. 

- Oi - A frieza em sua voz fez com que a esperança de Sasuke diminuísse. Ele sentiu como se estivesse falando com uma estranha, não com a amiga que conhecia tão bem.

- Você ainda está treinando? - Sasuke perguntou, tentando iniciar uma conversa. Harumi olhou para o chão, seu semblante inalterado.

- Sim. É tudo o que resta para fazer - ela respondeu de forma monótona. A indiferença dela o atingiu como um golpe. Ele queria saber como ela estava lidando com a dor, mas a barreira emocional parecia intransponível.

- Eu... sinto falta de como éramos - Harumi o encarou por um breve momento, mas logo desviou o olhar.

- As coisas mudaram, Sasuke. Não podemos voltar atrás - As palavras dela eram diretas e frias, e Sasuke percebeu que ela estava tão perdida quanto ele.

Enquanto observava Harumi, ele notou como ela estava se mantendo distante, como se estivesse se protegendo de qualquer envolvimento emocional. Sasuke sentiu a frustração crescer dentro dele.

- Por que você não se abre? Eu sei que você também sente isso! - ele exclamou, sua voz cheia de dor. Mas Harumi apenas balançou a cabeça.

- Sentir é complicado. Às vezes, é mais fácil não sentir nada.

A resposta dela deixou Sasuke em silêncio. Ele desejava entender, queria que ela se aproximasse, mas a indiferença dela o fazia se sentir impotente. Harumi voltou a olhar para as crianças brincando à distância, como se estivesse tentando se desconectar do que havia acontecido entre eles. A saudade e a dor estavam ali, mas também havia uma barreira que parecia inquebrável.

O sol começou a se pôr, lançando sombras longas no parque. Sasuke ficou em pé, observando Harumi, enquanto a distância entre eles parecia aumentar. Ele sabia que havia algo entre eles que ainda poderia ser resgatado, mas as feridas que carregavam eram profundas. No fundo, ambos queriam se reconectar, mas o medo e a indiferença tornavam isso quase impossível.

A tarde se transformou em noite, e, sem saber o que dizer ou fazer, Sasuke se afastou lentamente, levando consigo a dor de uma amizade que se perdia nas sombras de suas vidas. Harumi permaneceu ali, em sua solidão, e, embora seus caminhos estivessem afastados, a conexão que um dia tiveram ainda pairava no ar, invisível, mas inegável.

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Pulavam de ramo em ramo, corriam descontroladamente, como se não podessem mais esperar um segundo, seus amivos estavam em perigo, e eles precisavam salvá-los, a Sakura precisava salvá-los.

A responsabilidade de uma médica ninja era horrível, ter certeza que conseguiria salvar aquela pessoa não era fácil de suportar.

Todos fazem caso por ser uma médica ninja, mas não sabem o quanto teve que estudar, o quanto se treinou, pois não é fácil conseguir curar alguém, saber a anotomia do corpo, concentrar chakra durante anos para conseguir o Byakugo, não era para qualquer um.

Sakura deveria se orgulhar de si mesma, era forte e determinada, se ela tivesse o chakra gigantesco dos outros, seria muito maior.

Corriam em direção ao local da batalha, o coração disparado com a urgência da situação. Ao seu lado, Naruto e Sasuke mantinham-se atentos, prontos para qualquer eventualidade. O que antes era um campo vibrante agora estava coberto de destruição e uma poça de sangue refletia a luz do sol de maneira sombria.

Ao chegarem ao centro da cena, encontraram Harumi e Kira deitados no chão, exaustos e ensanguentados. Ambos estavam pálidos, respirando com dificuldade, e suas feridas profundas evidenciavam a intensidade da luta que travaram. O peso da gravidade da situação atingiu Sakura como um golpe no estômago.

Ela se agachou ao lado deles, avaliando rapidamente a extensão dos ferimentos. O sangue ao redor parecia uma extensão da dor que eles sentiam, e a cena era devastadora. Sem hesitar, Sakura começou a concentrar seu chakra, ciente de que precisava agir com rapidez.

No entanto, ao iniciar o processo de cura, a profundidade das feridas se revelou um desafio muito maior do que ela havia imaginado. Sentia seu chakra sendo drenado a cada momento, e cada movimento exigia mais energia do que o normal. O esforço era exaustivo, e a pressão sobre seu corpo aumentava. Sakura respirou fundo, tentando manter o foco.

Com mãos firmes, ela direcionou seu chakra para as áreas mais críticas. As feridas em Harumi e Kira começaram a cicatrizar lentamente, mas a luta estava longe de ser simples. A dor e o desgaste emocional que eles carregavam pareciam interferir na eficácia de suas habilidades. Sakura percebeu que não era apenas o corpo deles que precisava de cura, mas também o espírito.

O ambiente ao redor parecia denso, e a poça de sangue tornava-se um símbolo de destruição e de um momento decisivo. A dificuldade em curá-los refletia a profundidade da batalha que travaram — não apenas contra o adversário, mas contra suas próprias inseguranças.

Depois de alguns momentos intensos, Sakura sentiu que estava chegando ao limite de seu chakra. A exaustão se acumulava, mas desistir não era uma opção. Com um último esforço, ela concentrou toda a sua energia nas feridas mais graves. A luz do seu chakra brilhou intensamente, e finalmente as cicatrizes começaram a fechar.

Quando Sakura terminou, respirou fundo, observando Harumi e Kira começarem a se sentar. Seus rostos, antes marcados pela dor, agora mostravam alívio e compreensão.

Sakura se afastou um pouco, permitindo que eles se recuperassem. Sabia que a verdadeira cura não era apenas física, mas também emocional. Harumi e Kira, agora com uma nova oportunidade, poderiam encontrar um caminho de amizade e apoio mútuo.

Naruto e Sasuke observavam ao longe, cientes da importância do que acabara de ocorrer. Juntos, estavam prontos para enfrentar qualquer desafio, determinados a transformar a dor e a confusão em um futuro mais forte e unido.

A Garota De Cabelos Ruivos - Shippuden Onde histórias criam vida. Descubra agora