Proposta Indecente: uma mãe para o bebê do CEO

TRINTA E QUATRO - GERMANO

A suavidade do choro de Camila reverbera em meus ouvidos enquanto a seguro em meus braços. Sinto uma mistura de emoções, desde a ternura até a raiva contra todos os desgraçados que a fizeram sentir que gentileza era algo raro. Eu maldigo o mundo por não ter oferecido a ela o que merece desde o início. A comissária abre a porta do avião, e, sem soltá-la, caminhamos em direção ao carro que nos aguarda para nos levar ao The Stafford London. Minha mente está em turbilhão, tentando processar tudo o que aconteceu nas últimas horas. Eu a mantenho próxima, como se pudesse protegê-la de todas as cicatrizes que o mundo deixou em sua alma delicada.

O carro desliza pelas ruas de Londres, mas minha atenção está toda voltada para Camila. Seus soluços diminuem aos poucos, mas ainda sinto sua tristeza, uma ferida que, de alguma forma, eu quero curar. Aos poucos, ela se acalma. Chegamos ao hotel e eu a conduzo até a suíte preparada para nós.

Após deixar Camila em seu próprio quarto, atravesso a porta conjugada que nos separa e entro no meu. O banho é revigorante, mas a mente ainda está mergulhada nos assuntos que me aguardam. Sento-me na cama com o laptop e um copo de uísque, mergulhando nos relatórios enviados por Eva, minha secretária. A noite se estende diante de mim, mas meu foco está totalmente nas tarefas que exigem minha atenção.

Meu telefone toca, interrompendo minha concentração. É Murilo, meu irmão, o mesmo que sempre se intromete onde não é chamado. Ele quer saber como estão as coisas entre eu e Camila, se finalmente me declarei para ela, se estamos vivendo um romance de cinema. Eu respiro fundo, contendo a irritação que ameaça transbordar.

— Murilo, eu já disse mil vezes que não é nada disso. É apenas uma questão de negócios. — minha voz soa mais áspera do que pretendia, mas estou cansado de repetir a mesma história para ele.

Ele ri do outro lado da linha, ignorando minha frustração.

— Oh, por favor, Germano. Não me venha com essa conversa de homem de negócios agora. Todo mundo viu como você olha para ela. Você está apaixonado até o último fio de cabelo!

Sinto uma onda de raiva percorrer meu corpo. Não suporto que ele se intrometa na minha vida pessoal, especialmente quando se trata de Camila.

— Você não sabe do que está falando. É apenas sexo, nada mais. Tudo o que quero dela é que cumpra com suas obrigações e gere um herdeiro para mim. Não há espaço para sentimentos aqui.

Ele fica em silêncio por um momento, provavelmente tentando processar minhas palavras. Mas eu sei que ele não vai desistir tão facilmente. Murilo é teimoso como uma mula quando quer.

— Bem, espero que saiba o que está fazendo, irmão. Não quero ver você se machucar. E, pelo que vi, essa garota é mais do que apenas sexo para você. Não se engane.

Reviro os olhos, desligando o telefone com um suspiro exasperado. Murilo nunca vai entender. Ele não sabe o que é preciso para manter este império de pé. Ele não entende a pressão que eu enfrento todos os dias. Não entende que sentimentos como amor e paixão são um luxo que não posso me dar. Eu me afundo nos relatórios novamente, tentando afastar os pensamentos indesejados que insistem em me assombrar. Sentimentos não têm lugar nesta equação.

No final das contas, todas as mulheres são como a vaca que me pariu. Não passam de seres que buscam satisfazer seus próprios interesses e manipular situações ao seu favor. A única coisa que presta é o prazer que podem me proporcionar, seja na cama ou em termos de conveniência. E Camila não é exceção.

Mantenho-a feliz não por algum sentimento nobre ou por algum tipo de afeto verdadeiro. Não, a única razão é que não quero enfrentar a terceira guerra mundial toda vez que tenho vontade de saciar meus desejos com sua bocetinha. É mais fácil manter as aparências, garantir que ela esteja satisfeita o suficiente para me servir quando necessário.