Proposta Indecente: uma mãe para o bebê do CEO

QUARENTA E UM - GERMANO

Estou deitado na cama ao lado de Camila, observando seu rosto sereno enquanto ela se perde em seus pensamentos. Ela parece distante, como se estivesse em um lugar só seu, um mundo onde só ela tem acesso. Observo cada traço delicado de seu rosto, os lábios entreabertos em um suspiro quase inaudível. Como é possível alguém ser tão vulnerável e ao mesmo tempo tão forte?

Ela se aninha mais em meus braços, e por um momento, parece que o mundo inteiro desaparece ao nosso redor. Neste instante, não somos Germano e Camila, não somos o Poderoso Chefão e sua bonequinha. Somos apenas nós, compartilhando um momento de ternura e cumplicidade que parece durar uma eternidade.

Respiro fundo, tentando afastar os pensamentos sombrios que teimam em invadir minha mente. É só sexo, porra. Só estou mexido assim porque ela perdeu nosso bebê. As palavras de Rodrigo ecoam em minha mente, como um eco insistente que se recusa a desaparecer. "Você está apaixonado por ela, Germano", disse com aquele maldito sorriso malicioso. Mas não, porra, não estou apaixonado por essa fedelha. Não posso estar.

A verdade é que ainda estamos nos conhecendo, ainda estamos navegando nesse mar turbulento que é o nosso casamento. Dois meses é pouco tempo, é muito pouco para se apaixonar perdidamente por alguém. E além disso, o que eu sinto por ela, se é que sinto alguma coisa além de desejo, é apenas... química. Uma atração física intensa, uma conexão carnal que nos mantém unidos, mas nada mais.

Ela perdeu nosso filho, isso é verdade. E isso mexeu comigo, claro que mexeu. Não sou de pedra, não sou um monstro insensível. Mas confundir compaixão e preocupação com amor é um erro grave. Não posso me deixar levar por sentimentos que não existem, sentimentos que não fazem sentido. Gosto de fodê-la, é verdade. Ela é gostosa, provocante, uma verdadeira tentação. Mas isso é tudo o que somos: dois amantes em busca de prazer mútuo, nada mais. Paixão é outra coisa completamente diferente, é um fogo que consome, uma loucura que nos leva além dos limites da razão. E eu não sinto nada disso por ela. Absolutamente nada.

De repente, uma sensação de sufocamento toma conta de mim, como se estivesse preso em uma teia invisível que me impede de respirar. Olho para Camila, deitada na cama, seus olhos buscando os meus em busca de conforto, de segurança, de algo que não posso mais oferecer naquele momento. Ela não merece isso, não merece ser tratada assim, mas não consigo evitar.

— Camila... — minha voz soa mais áspera do que eu pretendia, e isso me incomoda. — preciso dar uma olhada em alguns documentos da empresa.

Ela me olha com aqueles olhos cheios de esperança, mas também de uma tristeza que corta meu peito como uma faca afiada. Droga, por que ela tem que me olhar assim? Por que não consigo simplesmente dizer a verdade, que estou me sentindo sufocado, preso em uma armadilha de sentimentos contraditórios que não sei como lidar?

— Tudo bem, Germano... — sua voz é um sussurro frágil, quase inaudível. Ela sabe. Ela sempre sabe quando estou me afastando, quando estou me fechando em minha própria concha, longe do mundo, longe dela. — Faça o que precisa ser feito. Eu estarei aqui quando você voltar.

As palavras dela me atingem como um soco no estômago, e por um momento, quase me fazem reconsiderar. Mas então, me lembro de todas as razões pelas quais estou me sentindo assim, todas as dúvidas e medos que me assombram dia após dia. Não posso deixar que isso me enfraqueça, não posso me permitir ceder à tentação de me apegar a algo que não existe.

— Obrigado... — minha voz sai mais suave agora, carregada de uma falsa gratidão que não consigo sentir. — Prometo que não demorarei muito. E então poderemos passar o resto do dia juntos, como deveríamos.

Me tranco em meu escritório, sentindo a pressão do mundo desabar sobre os meus ombros. Pego o copo de uísque e despejo o líquido âmbar em um único gole, sentindo o calor queimar minha garganta, mas não é suficiente para acalmar o fogo que arde dentro de mim. Preciso de mais. Preciso esquecer, pelo menos por um momento, tudo o que está acontecendo, todas as emoções conflitantes que estão me consumindo por dentro.