Conhecendo você, S/N

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JungKook:

Eu acordo com ela deitada de frente pra mim, suas pernas onde a minha camiseta não chega estão arrepiadas de frio, eu cubro ela e ela sorri, como se estivesse agradecendo, faço carinho nela, tiro seu cabelo da frente do seu rosto.

Eu não acredito que ela é a garota que eu conheci aos meus 10 anos, aos meus 17 eu era apaixonado por ela. Como não te reconheci?

Ela era linda, sempre foi, sempre achei,  brincando de boneca no jardim com seu sorriso banguelo ou andando de bicicleta sem rodinha e caindo no chão chorando porque esfolou o joelho. Ela ficou linda de óculos, sua armação rosa me fazia rir, e quando colocou aparelho achei ela a menina mais linda do mundo!   Ela me falava Oi como pra qualquer outro, só mudou porque infelizmente quando ela viu seu pai com outra mulher na praça do bairro do Suga, fui eu que parei de bicicleta do lado dela e ofereci carona, ela tinha uns 10 anos

Ela me olhou assustada, mas quando me reconheceu subiu na garupa e aceitou minha carona, no caminho eu ouvia ela chorar, ela segurava minha camisa da escola, uma mão de cada lado da minha barriga e quando o choro veio forte ela encostou a cabeça nas minhas costas e me abraçou, eu comecei a chorar junto com ela.

Então parei a bicicleta e pedi pra ela descer. Ela não entendeu, mas fez o que pedi, eu a abracei e ela me abraçou de volta e disse:

S/N: O que eu faço? Eu conto pra minha mãe?  Eu mato ele? Eu brigo? Finjo que não aconteceu?

Ela chora mais.

JK: Eu não sei, mas pq primeiro vc não se acalma e depois pensa nisso. Ele não te viu, então você tem tempo pra pensar.

Ela concorda com a cabeça, seu óculos está todo sujo, eu pego e limpo na minha camisa da escola.

S/N: Eu molhei sua camisa nas costas. Desculpa.

JK: Não tem problema.

S/N: Obrigada, por me trazer até aqui, eu posso ir a pé agora.

JK: Não, não vai, eu te levo, mas vamos por outro caminho?

S/N: Você vai me matar?

Dou uma gargalhada.

JK: Claro que não, eu só vou te mostrar como o outro caminho é bonito na primavera.

S/N: Tá bom, mas você sabe que se eu sentir medo vou pular da sua bicicleta e contar pro Suga que você tentou me matar!

Continuo rindo.

JK: Pode deixar, não vou te matar. Pelo contrário, se quiser chorar mais no caminho pode chorar, quando a gente chegar na sua casa quero que você se sinta bem.

Ela concorda. Eu subo na bicicleta e ela volta pra garupa, mudo o caminho e as flores de cerejeira caem sobre nós,  ela soluça algumas vezes, mas logo sinto ela abrir os braços e sentir o vento, o que me faz rir.

S/N: Você se chama Kokii?

JK: Não, mas pode me chamar assim! Todo mundo me chama! E Você? Tem apelido?

S/N: Não, nenhum! Meu nome é tão comum, acho que a cada esquina tem uma S/N Kim. Meus pais não foram nem um pouco criativos.

Ela ri e depois chora lembrando do seu pai.

S/N: Minha vó mora aqui perto, você pode me deixar na casa dela?

JK: Claro, me fala onde é?

Ela vai me explicando e quando chego a casa da vó dela parece um sítio de tantas árvores, ela desce da garupa e chama sua avó no portão,  quando sua avó aparece ela a abraça e chora muito, meu coração aperta.  A avó pergunta o que está acontecendo, mas ela inventa uma história, disse que o menino que ela gosta deu um fora nela, a avó dela me olha estranho e pergunta quantos anos eu tenho.

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