JUNGKOOK:
Quando desço do avião estou cego de tanto desespero, Jimin já me esperava no aeroporto, ele me levou direto para o hospital, ele tentou de todas as formas me dizer que eu não perderia ela, que seria diferente, mas meu coração gritava de desespero, de medo. Eu não acredito que estava vivendo isso de novo, e agora era pior, agora era como se eu estivesse sendo dilacerado pela dor, pelo medo.
Quando a Lily me ligou eu fiquei transtornado, comecei a fazer as minhas malas, mas a ligação dela não estava nem perto de ser a pior, a próxima seria, quando ela me liga e passa para o médico da Oncologia.
E enquanto aquele homem falava eu sentia meu mundo se fundir com a escuridão e a falta de controle me fazia sentir um nada, impotente diante da possibilidade de eu perder o amor da minha vida.
Entro no hospital e eu já sei qual é o seu quarto, mas antes que eu entre as meninas me param e me contam sobre a decisão dela de continuar a gravidez, que ela tomou sem mim, e meu desespero aumenta.
Quando eu a vejo naquela cama de hospital, fraca, pálida, eu paro na porta, e as minhas lágrimas escorrem, ela me olha triste e abre os braços pra mim.
S/N: Amor, está tudo bem!
Eu não escuto o que ela fala, eu a abraço, colocando minha cabeça no seu peito e ali eu peço aos céus pra que eles não a levem de mim, pra que eu não perca o amor da minha vida, pra que ela fique e eu vá no lugar dela, eu não aguentaria, ela é tudo pra mim. Ela me abraça e me deixa chorar, e é um choro desesperado, é de súplica.
S/N: Meu amor, não fica assim, eu tô aqui.
E quando escuto isso eu soluço e a perto mais nos meus braços.
JK: Por favor, eu não quero viver sem você, desiste dessa ideia de levar a gravidez a diante, você precisa se curar, a gente tem outro filho depois, eu amo essa criança que está na sua barriga, e vou sofrer em perder ela, mas a gente pode ter outros filhos depois de você estiver curada.
S/N: Eu não posso fazer isso.
E aquilo me arrebenta. Eu me ajeito na cama e me sento de frente pra ela, segurando suas mãos.
JK: O que você não pode é tomar essa decisão sozinha, é o nosso filho, é a nossa vida juntos, é o nosso amor. Por favor, se cura e a gente tenta de novo.
S/N: Eu estou doente, ele não, e o médico me disse que eu tenho chance de me curar depois que tiver nosso bebê.
JK: COM RISCO.
Eu grito sem poder me controlar e continuo gritando:
JK: VOCÊ ESTÁ QUERENDO SE MATAR?
Ela começa a chorar.
S/N: Eu só quero ter nosso filho e depois eu vou tentar me curar.
JK: E o que você quer que eu faça se você...
Eu não consigo falar.
S/N: Se eu morrer, vou deixar nossa extensão aqui com você, que vai te amar incondicionalmente, que vai ser o amor da sua vida.
JK: Eu não vou amar alguém que vai te matar.
S/N: O câncer vai me matar, não nosso bebê.
E quando ela fala isso eu saio do quarto com ela me chamando, nossos amigos e família me olham e quando veem até mim eu só peço para que eles cuidem do Jihu, eu vou pra casa e choro, olho pro nosso quarto, pra nossa cama e grito de tanta dor, quando vejo o sangue no chão do banheiro eu ajoelho e começo a suplicar pra que ela não morra, pra que se existe Alguém me ouvido, ouvindo minha oração, minha súplica, que se esse Alguém pode curar tudo e salvar ela , que Ele me escute, que Ele me ouça gritando por misericórdia.
Eu volto pra cama e agarro seu travesseiro e vejo nossa foto de casamento, ela disse nos seus votos que nós dois seríamos uma família, que ela estaria pra sempre do meu lado, que seria minha companheira, então como ela pode decidir isso por nós dois? Como ela não me deixa opinar? A dor vai me consumindo, eu desço pra pegar bebida e pra cada canto da nossa casa eu vejo nós dois ali sendo felizes, nos amando, nos declarando um pro outro e eu bebo tanto que já não consigo levantar, dormindo no chão do nosso quarto, eu só pego o seu travesseiro e me agarro nele sentindo o seu cheiro.
No outro dia acordo com os meninos me ajudando a levantar.
V: Vem cá, vamos tomar um banho, colocar alguma coisa nessa barriga.
JK: V, eu não vou aguentar.
V: Você vai, você não tem escolha, e você sabe disso.
JK: Ela é a minha vida.
V: Ela está viva JK, o amor da sua vida está naquele hospital VIVA.
JK: Doente.
Ele me olha e começa a chorar, logo JH chega e me ajuda a levantar, eles me ajudam no banho e quando desço Jimin e o Suga estão na cozinha.
Suga: Vamos comer!
Nós comemos em silêncio com lágrima nos olhos. E quando eu debruço na ilha e começo a chorar desesperado eles me abraçam.
Suga: Eu vou buscar o melhor remédio, o melhor médico que tem nesse mundo e vou trazer pra Coréia. Eu vou revirar esse mundo inteiro, fazer as pessoas fazerem exames até achar um doador compatível.
Jimin: JK, você não está sozinho, você sabe disso, a gente vai lutar juntos pela vida dela e do seu filho, você vai ter os dois do seu lado até o fim da sua vida.
JK: Promete isso pra mim, Jimin!
E ele sabe que não pode prometer e isso dói nele e dói muito em mim, porque isso que ele falou pode acontecer, mas existe a possibilidade de que eu e Jiho fiquemos sozinhos de novo daqui um tempo.
JH: Cara, vamos lá, vamos ter esperança. Nós podemos pagar o melhor tratamento, o Suga está falando sério, a gente pesquisou, a gente vai encontrar o doador, as meninas já fizeram o exame pra saber se somos compatíveis, tem a família dela, temos nós, é raro, mas o doador pode ser um de nós e até seu próprio bebê.
V: Agora você precisa voltar para aquele hospital e ficar do lado da sua esposa.
Eu faço que sim, eu me arrumo e passo pra pegar Jiho na casa da minha mãe e nós vamos para o hospital.
Eu entro no quarto e ela está dormindo, Jiho se aproxima e sem que eu consiga falar pra ele se comportar, ele deita nela e eu me seguro da forma que eu posso pra não desabar. Ele se aninha nela, e a segura forte no seus braços e aquilo é uma tortura.
Por que nós merecemos passar por isso? Porque eu mereço passar por isso? Pior, por que ela merece passar por isso?
Ela acorda e quando vê o Jiho ela sorri.
S/N: Minha nossa que saudade de você, meu filho.
Jiho: Mamãe, você está tão pequena, você está doente? É por isso que está aqui?
Minhas lágrimas escorrem, ela me olha e as lágrimas começam a escorrer dos olhos dela também.
S/N: Meu amor a mamãe está doente.
Jiho: Mamãe,
Ele pergunta inseguro.
Jiho: O nosso pra sempre vai acabar?
S/N o aperta nos seus braços, eu vou até a janela pra que ele não me veja chorando.
S/N: Jiho, olha pra mim. O nosso pra sempre a partir de agora vão ser todos os nossos dias, todos eles desde quando o sol nasce até quando a noite chega, todos os dias que a gente alcançar isso, nós vamos estar vivendo o nosso pra sempre. Combinado?
Ela o abraça forte, eu vou até eles e os abraço.
JK: Eu te amo! Por favor, faz com que esse dias sejam muitos, até nós dois estar com os cabelos brancos.
S/N: Eu vou dar tudo de mim, eu prometo!
Ela abre espaço pra mim e eu deito junto com eles na cama, ficamos abraçados juntos, e eu sei que meu filho, mesmo não sabendo transformar em palavras os seus sentimentos, sente o mesmo medo que eu, de perder o amor das nossas vidas.
Eu estava vivendo um pesadelo depois de sonhar por tanto tempo.

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Aqui Comigo
FanfictionS/n é uma professora de 23 anos que consegue uma vaga em uma das melhores escolas de Seul para trabalhar como professora da Pré- escola. Sua vida sempre foi difícil, conseguindo tudo com muito esforço, mas seu novo emprego não só lhe dará uma vida m...