HOT - Dylan Narrando - I Parte

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Eu fui sincero. Talvez como nunca fui antes. Não era nenhum santo, claro, já tive minhas cotas de mentiras e omissões − nada muito grave como mentir no tribunal para salvar um bandido ou burlar a lei. E embora eu tivesse enxergado nitidamente a chance de judiar de Scarlatti e do seu orgulho dizendo que sim, que preferia a ruiva a ela, algo dentro de mim desejava que ela soubesse a verdade. E quando ela me devolveu sua boca como recompensa e me beijou daquele jeito tão diferente de qualquer outra em que nos beijamos antes, eu soube que fiz a coisa certa.

- Isso é verdade? - Ela insistiu depois que separou nossas bocas. Eu não tinha certeza se ela sabia o quão vulnerável estava soando fazendo aquela pergunta e então insistindo nela, mas não era da minha conta de qualquer jeito. Além do que, eu gostei.

- É verdade. Absoluta verdade...
Ela nem me deixou terminar a palavra, capturando minha boca mais uma vez, verdadeiramente faminta agora.

Com sua língua batalhando desesperada com a minha, ela empurrou com ansiedade meu paletó para trás, me forçando a tirar as mãos de cima dela por um tempo. Se não fosse por um bom motivo, eu juro, teria protestado. Tocar ela era uma necessidade, tão natural quanto respirar e essencial como beber água.

O paletó do terno vinho que eu escolhi aquela manhã tão cuidadosa e vaidosamente caiu para trás no chão do cubículo. Graças a Deus, aquele era um restaurante bom e caro, de forma que o toalete era limpíssimo e cheiroso, e não cheio de lama e pegadas pelo chão. Eu ainda estava estupefato de estarmos fazendo aquilo ali, no entanto. Pegar mulheres em banheiros não era uma novidade nem um fetiche pra mim, muito menos um problema - alias, quantas vezes eu e Scarlatti já nos pegamos em alguns? Já perdi a conta antes mesmo de pensar em somar. Mas a verdade era: Eu estava habituado a fazer isso em boates noturnas e não em restaurantes caros em plena luz do dia. Fosse com ela ou não fosse.

Depois de se livrar do paletó, Scarlatti deu cabo da gravata vinho, me dando alguns puxões enquanto me libertava daquela cobra disfarçada. Em seguida desceu suas mãos até meu colete, desabotoando-o com pressa e cuidado. Só podia ser um dom. Um do qual eu era desprovido com certeza.

- Melhor não tirar... - ofeguei contra sua boca, pensando que estávamos num banheiro, onde tudo devia ser rapidinho e com roupa mesmo, embora eu estivesse louco de vontade de tocar cada parte do corpo dela. Nu. No entanto, foi uma sorte não ter aparecido ninguém até aquele momento.

Scarlatti balançou a cabeça em negação.

- Não. Eu preciso... Preciso tocar você - sua falta de fôlego estava similar a minha, e eu sabia que era porque ela sentia o mesmo fogo avassalador que eu. Por esse motivo, nem me importei dela tirar meu colete. Na hora de tirar a blusa, ela não teve tanto cuidado quanto, agarrando ambos os lados e puxando com selvageria. Os botões voaram pelos ares.

- Você deve sentir algum prazer em fazer isso, não é? - Eu murmurei, lamentando o falecimento de mais uma camisa morta em suas mãos.
Scarlatti sorriu, prendendo o lábio inferior com os dentes. Era a visão perfeita. Devia mandar fazer uma estátua dela assim e botar em meu quarto. De preferência de frente para a minha cama, e eu me masturbaria toda noite antes de dormir e toda manha após acordar, promessa.

- Tenho que admitir que gosto.
- Ta me devendo uma camisa agora - retruquei, jogando seus cabelos negros para trás das costas e beijando seu ombro. Em resposta ela apenas riu.  Sem perder tempo, ela tirou a camisa estragada por meus ombros, deixando-a cair ao chão junto as outras peças. Quando senti suas mãos subindo por meu peitoral, foi como se ela tivesse me queimando, deixando um rastro de brasas por onde passava.

Scarlatti ronronou em aprovação, deixando suas palmas subirem e descerem por meu peito. Ela me acariciava quase com veneração, o que só fez meu peito se inflar mais e mais.

Minha Tentação - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora